O CÍRIO DE NAZARÉ ACONTECE SEMPRE NO SEGUNDO DOMINGO DE OUTUBRO E
SÓ QUEM JÁ PARTICIPOU PODE TER REALMENTE A IDEIA DA MAGNITUDE DESSA FESTA PARAENSE.
É QUANDO TODOS SE UNEM E FESTEJAM NOSSA SENHORA
TRANSCREVEMOS A SEGUIR O QUE ESCREVEU PADRE BRUNO COSTA DA CANÇÃO NOVA
“Todas as referências à origem da festa do Círio de Nazaré remetem à lenda do aparecimento da imagem de N. Sra de Nazaré, achada por um caboclo. Conta-se, em livros, edições especiais de jornais, artigos e outros escritos, que Plácido José de Souza era um caboclo da região, filho de um português e uma índia nativa. Era agricultor e caçador, e possuía um sítio na estrada do Maranhão (hoje Bairro de Nazaré). Num certo dia de outubro de 1700, Plácido saiu para caçar na região do igarapé Murutucu (onde hoje é a Basílica). Depois de muito caminhar pela mata, parou para refrescar-se nas águas do igarapé. Ao levantar a cabeça, enxergou a imagem de Nossa Senhora entre as pedras cheias de lodo. Católico fervoroso, Plácido levou a santa para o barraco onde morava e ali, em um altar humilde, passou a venerar Nossa Senhora.
Procurada pelos viajantes que passavam pela estrada do Maranhão, a casa de Plácido tornou-se lugar de culto a Nossa Senhora. Sabendo de seus milagres, muitos devotos iam rezar, pagar promessas e agradecer os milagres alcançados. Uma das passagens mais importantes da história de N. Sra. de Nazaré, constantemente citada como justificativa da construção da Basílica no lugar onde se encontra, diz respeito aos eventos chamados pelo povo de “sumiço da santa”. Diz-se que no dia seguinte àquele em que foi encontrada, a imagem não amanheceu no altar da casa de Plácido. Sem saber o que acontecera, este saiu andando pela estrada indo parar às margens do Murutucu. Para sua surpresa, a imagem estava novamente entre as pedras. Diz-se que a santa sumiu outras vezes, quando retirada dali.
Esta história chegou aos ouvidos do governador da época, que ordenou que se levasse a imagem para o Palácio do Governo, onde ficou sob intensa vigilância. Pela manhã, contudo, o altar estava vazio. Impressionados com o milagre, os devotos concluíram que Nossa Senhora queria ficar às margens do igarapé. E ali foi onde construíram uma ermida, ao lado da qual o caboclo Plácido ergueu sua nova casa. Com o passar do tempo, os milagres foram aumentando, trazendo à cidade gente de vários lugarejos do interior, e a imagem acabou indo parar em Belém.
Naquela época, os viajantes que passavam pela casa de Plácido vinham do Maranhão ou da Vigia (cerca de 200 quilômetros distante de Belém), onde já havia o culto a Nossa Senhora. Talvez algum devoto, após a viagem, tenha parado no igarapé e deixado a imagem da santa nas pedras, mas isto não importa. Depois de um longo processo de reconhecimento dos milagres da santa e da devoção local por parte da igreja, em setembro de 1790, chegou a autorização para a realização de homenagens à santa conforme o Ritual Litúrgico. Foi então que o governador Francisco Coutinho pensou em fazer uma procissão pela cidade. Dias antes da romaria, porém, o governador adoeceu. Prometeu, então, à santa que, caso se recuperasse, ele mesmo levaria a imagem até a capela do Palácio. Restabelecido, cumpriu sua promessa e na madrugada de 8 de setembro de 1790, a Virgem chegou ao Palácio. Ao amanhecer, a população de Belém se preparava para o primeiro Círio de Nossa Senhora de Nazaré. ”
Créditos:
Padre Bruno Costa, Canção Nova
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