Pe Zezinho scj
Alguns grupos se afastaram da Igreja e se constituíram em nova igreja cristã com outro enfoque, por sentirem que haviam ido mais longe do que sua Igreja e sua hierarquia. Tinham dado um passo além. Não era mais possível ser católicos. Voltar atrás, não era possível. Remar seu bote de volta à barca de Pedro, nunca! A barca de Pedro é que tinha sido desviada pelos papas e por uma hierarquia infiel à Palavra de Deus. Que a barca desse meia volta e os seguisse, não eles! Deus falara com eles e lhes dissera que o caminho certo era o deles, não o da maioria. Afinal, estavam crescendo vertiginosamente e, um dia, eles seriam maioria! A Igreja continua e a maioria deles praticamente acabou.
Quem lê a Historia do Cristianismo, verá de tempos em tempos, movimentos semelhantes. Voltaram atrás, morreram ou tornaram-se igrejas dissidentes. Tudo por conta de uma catequese na qual os pregadores escolhiam cuidadosamente alguns temas essenciais para eles e não para toda a Igreja. Pregavam aqueles temas e não as outras doutrinas.
O leitor procure conhecer os donatistas, os montanistas, os eutiquianos, os arianos, o apolinarismo, os jansenistas,os nestorianos, os luteranos, os anglicanos. Não se julgue nem os católicos de hoje, nem os anglicanos nem os luteranos de agora. Muitos, pessoas sensatas e cristãos sinceros, discordam da maneiras como se conduziram aqueles embates, porque em muitos casos houve motivação política. Em outros houve convicção espiritual. Mas, em todos eles ficou difícil caminhar juntos, porque as ênfases não eram as mesmas.
Naqueles dias nem todos eram arroz de festa e nem todos o são hoje. Há gente sincera que busca mais profundidade espiritual. Mas muitos eram e são exatamente o que sugere o título deste tema: vítimas de marketing errado da fé, fiéis arroz de festa. Naquele tempo crer era uma festa só. O Reino de Deus finalmente havia chegado! Assim foi, até que doeu a encruzilhada, o questionamento dos irmãos, o impasse interno e externo, a necessidade de voltar atrás e retratar-se, ou prosseguir até as últimas conseqüências.
Já nos referimos a Jim Jones, que matou em nome da sua nova igreja. E ele não foi nem o único nem será, talvez, o último. Outros também usaram de violência em nome da pureza da sua fé. Um dia, os templos se esvaziam e os adeptos rareiam. Naquele dia se saberá se aquele irresistível auê foi obra de Deus ou de marketing bem feito! A resposta está com Jesus que disse aos que achavam ter achado a verdade mais pura e mais verdadeira:
Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade ( Mt 7,20-23)
Referência: Coragem de sonhar
http://www.paulinas.org.br
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