PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR
Comunhão sob duas espécies é um privilégio?
Com esse nome de “Comunhão sob duas espécies” entendemos a comunhão sob espécie de pão e de vinho. Na ceia Jesus distribuiu a comunhão sob duas espécies, mas simplesmente disse: “Fazei isso em memória de mim”.
Até o século XII foi costume na Igreja essa prática e, apesar de continuar costume na Igreja Oriental, a prática de dar comunhão numa das espécies em algumas regiões não era reprovada. Os anacoretas, do século IX, levavam para o deserto a comunhão em forma de pão e, por falta de sacerdotes, eles se davam a comunhão.
Em 1414, o Concílio de Constança condenou os hussistas que ensinavam a obrigatoriedade da comunhão sob duas espécies. A partir do Concílio de Trento se difunde o costume da comunhão sob forma de pão, isso motivado por questões práticas como a dificuldade de guardar e distribuir a comunhão etc.
Não se pode apoiar em textos bíblicos para se convencer que devamos comungar sob duas espécies. O que interessa é que Jesus está presente, real, completo em cada uma das espécies e até mesmo em algumas comunidades nas missas.
Aqui devemos analisar a prática, tempo e também a formação do povo, a compreensão das pessoas, o que significa para eles. Temos tantos problemas com pessoas que recebem a comunhão nas mãos e saem meio sem saber o que fazer com a hóstia.
Comungar sob duas espécies não é privilégio e nem necessidade, uma vez que sempre estamos recebendo Jesus. Isso é o essencial. Se o indivíduo sabe ou se não sabe, se é digno ou não, ele está recebendo Jesus vivo e real. Sabemos que essas questões todas devem ser esclarecidas para que ninguém comungue de modo indigno ou sem saber o que faz ou porque faz. Há tanta gente que não devia comungar e não temos como agir diante desses casos, porque a pessoa tem o direito do bom nome diante da assembléia. Na maioria das vezes não podemos retirá-la da fila da comunhão, a não ser em caso extremo. Outra dificuldade está no como julgar a consciência de cada um ou o grau de conhecimento com que faz sua comunhão.
Outro problema é o de quem comunga por devoção, quando a comunhão é compromisso de solidariedade. É muito fácil estender as mãos para receber a comunhão, mas é difícil estender as mãos para os irmãos.
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
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EDITORA SANTUÁRIO
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