Se o batismo é tão importante, porque a Igreja se nega a batizar uma criança, quando seus pais e padrinhos não são praticantes ou não freqüentam o curso de preparação?
O batismo está sempre ligado à fé. "Crê no Senhor e serás salvo, tu e a tua casa", declara Paulo ao seu carcereiro em Filipos. "E logo ele recebeu o batismo com todos os seus" (At 16,31.33). Sem a fé do próprio candidato ou, no caso de crianças, dos que as apresentam e se responsabilizam por sua educação cristã, a Igreja não pode conferir o batismo. De fato, o batismo é precedido sempre pela profissão de fé: o batizando ou seus pais e padrinhos respondem três vezes "creio".
Mas crer em Jesus Cristo significa estar convencido de que seu caminho é verdadeiro e querer segui-lo. É preciso, portanto, saber quem ele é o que ele nos propõe no Evangelho. É preciso também estar disposto a participar da Igreja, a comunidade onde o Evangelho é anunciado e acolhido com fé. Esta é a razão das promessas do batismo. Se elas não são levadas a sério o efeito do batismo fica prejudicado. Deus planta a semente da fé no coração da criança. Mas se ninguém rega, ninguém cultiva, a planta morre sem dar fruto.
O batismo é o início dum caminho: o caminho pelo qual se chega à vida eterna seguindo Jesus Cristo e observando os seus mandamentos. Mas a criança batizada ainda não pode andar sozinha; ela precisa ser conduzida pela mão de quem já está no mesmo caminho da vida cristã. O batismo é a porta da Igreja. Não adianta abrir a porta, se o batizado não fica dentro, não pisa mais na igreja. Ele precisa crescer num ambiente de fé, para absorver espontaneamente o Espírito de Jesus.
Por isso, a Igreja exige que os responsáveis pela educação da criança estejam conscientes dos seus deveres para com Deus e a comunidade e decididos a cumpri-los. Quem já tem estas atitudes, não precisaria fazer a preparação. Mas muitas vezes os pais querem batizar os filhos só por costume, sem nenhum compromisso nem compreensão do seu valor. O curso de preparação serve então para evitar que o batizado se transforme numa mera cerimônia exterior, sem sentido: uma mentira.
É verdade que a criança não tem culpa se seus pais não cumprem as condições exigidas pela Igreja. Mas negar-lhe o batismo nesse caso não é nenhuma injustiça, nem castigo. Ela não ganharia nada sendo batizada assim. Sem o apoio devido, a fé não pode vingar. Por isso, nesse caso, é melhor que, quando crescer, peça livremente o batismo, depois de ter compreendido seu sentido e exigências. Se morrer antes, não está fatalmente condenada, como pensam alguns. A bondade de Deus encontra outros modos de salvar os seus filhos.
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