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ADMIRO VOCÊS
(escreveu Abner Ferraz de Campos*)
Às vezes dou uma bisbilhotada no site da UNESER, leio artigos, notícias e vejo fotos. É meio difícil de distinguir conhecidos, acho que ninguém iria me reconhecer também, depois de tanto tempo. Como sou um ex bem antigo, conheci muitos padres antigos e santos, como Pe. Victor Coelho, Pe. Gambi, Pe. Sotilo, Pe. Siqueira, Pe. Sebastião (o alemão) e meu querido professor Pe. Balduíno Birk, que chegava para dar aulas de Português com as botas sujas de esterco (de vaca).
Nós todos fomos um dia chamados, mas não fomos escolhidos. Como não fui escolhido, parei, e não sei se fiz o meu caminho de volta, ou simplesmente peguei uma vereda e ainda continuo nela sem muita definição. Estou ainda nesse caminho, seguindo em frente, mas o passado me é um pouco nebuloso a não ser as lembranças da amizade do tempo da criança, do adolescente e do adulto, amizade que perdura até hoje. Os bons e bem intencionados ensinamentos recebidos, muitos deles ficaram gravados na mente e no coração e me orientam até hoje, outros, nem tanto, perderam-se na caminhada ou foram simplesmente descartados sem muita responsabilidade.
Admiro vocês, que continuam na ativa e não descartaram o rosário da cintura e das mãos e não se afastaram dos pés da Virgem de Aparecida. Vejo também que vocês conservam a fé primeira naquele ideal redentorista: ser padre, missionário, redentorista e santo. Na verdade eu nem cheguei a entender bem o significado e a profundidade desse conceito: padre, missionário, redentorista, muito menos o santo. Eu imaginava minha imagem de moleque, com um estilingue no pescoço, no altar, para santo criança, ou junto a São Tarcisio, ao lado do altar mor da igreja de minha cidade. E os meninos vinham perguntar para mim como tinha conseguido aquilo e eu respondia que se eles fossem bonzinhos com seus pais conseguiriam também. Admiro também o esmero e o carinho com os quais vocês regaram a plantinha da vocação que teimou em ficar em seus corações depois de saberem que não tinham sido escolhidos. Fico perguntando então para mim mesmo porque vocês não foram escolhidos na primeira remessa, se vocês continuam com a mesma fé e mesma perseverança? Eu tenho certeza de que eu não seria escolhido nem na décima remessa se houvesse. Sofri muito com a reintegração na atmosfera, mas não tenho mágoa, tristeza, nada, só muita saudade de uma vida pura, beirando a ingenuidade e isenta de qualquer maldade, que vivi no Seminário Santo Afonso.
(*) Abner, porto-felicense, sobrinho do saudoso professor de Matemática, Pe. Campos, falecido em Goiás. Abner é dos anos 50-60, tempo do Pes. Libardi, Ferreirinha, Luiz Marques, Ulysses, Pelaquim, Everson, Figueiredo(+), Márcio Fabri, e ex como Paulinho de Oliveira, Lélis(+), Antenor Montuaneli, Henrique Altemani, e muitos outros. Reside atualmente em Mairinque, SP.
ADMIRO VOCÊS
(escreveu Abner Ferraz de Campos*)
Às vezes dou uma bisbilhotada no site da UNESER, leio artigos, notícias e vejo fotos. É meio difícil de distinguir conhecidos, acho que ninguém iria me reconhecer também, depois de tanto tempo. Como sou um ex bem antigo, conheci muitos padres antigos e santos, como Pe. Victor Coelho, Pe. Gambi, Pe. Sotilo, Pe. Siqueira, Pe. Sebastião (o alemão) e meu querido professor Pe. Balduíno Birk, que chegava para dar aulas de Português com as botas sujas de esterco (de vaca).
Nós todos fomos um dia chamados, mas não fomos escolhidos. Como não fui escolhido, parei, e não sei se fiz o meu caminho de volta, ou simplesmente peguei uma vereda e ainda continuo nela sem muita definição. Estou ainda nesse caminho, seguindo em frente, mas o passado me é um pouco nebuloso a não ser as lembranças da amizade do tempo da criança, do adolescente e do adulto, amizade que perdura até hoje. Os bons e bem intencionados ensinamentos recebidos, muitos deles ficaram gravados na mente e no coração e me orientam até hoje, outros, nem tanto, perderam-se na caminhada ou foram simplesmente descartados sem muita responsabilidade.
Admiro vocês, que continuam na ativa e não descartaram o rosário da cintura e das mãos e não se afastaram dos pés da Virgem de Aparecida. Vejo também que vocês conservam a fé primeira naquele ideal redentorista: ser padre, missionário, redentorista e santo. Na verdade eu nem cheguei a entender bem o significado e a profundidade desse conceito: padre, missionário, redentorista, muito menos o santo. Eu imaginava minha imagem de moleque, com um estilingue no pescoço, no altar, para santo criança, ou junto a São Tarcisio, ao lado do altar mor da igreja de minha cidade. E os meninos vinham perguntar para mim como tinha conseguido aquilo e eu respondia que se eles fossem bonzinhos com seus pais conseguiriam também. Admiro também o esmero e o carinho com os quais vocês regaram a plantinha da vocação que teimou em ficar em seus corações depois de saberem que não tinham sido escolhidos. Fico perguntando então para mim mesmo porque vocês não foram escolhidos na primeira remessa, se vocês continuam com a mesma fé e mesma perseverança? Eu tenho certeza de que eu não seria escolhido nem na décima remessa se houvesse. Sofri muito com a reintegração na atmosfera, mas não tenho mágoa, tristeza, nada, só muita saudade de uma vida pura, beirando a ingenuidade e isenta de qualquer maldade, que vivi no Seminário Santo Afonso.
(*) Abner, porto-felicense, sobrinho do saudoso professor de Matemática, Pe. Campos, falecido em Goiás. Abner é dos anos 50-60, tempo do Pes. Libardi, Ferreirinha, Luiz Marques, Ulysses, Pelaquim, Everson, Figueiredo(+), Márcio Fabri, e ex como Paulinho de Oliveira, Lélis(+), Antenor Montuaneli, Henrique Altemani, e muitos outros. Reside atualmente em Mairinque, SP.
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