A MISSÃO POPULAR E SUA ORIGEM
( dados históricos - Província de São Paulo )
Pe.LAURO MASSERANI CSsR.
Segunda fase das missões: evangelização domiciliar ( 1 mês)
1. Visita do missionário às comunidades. Um mês antes da terceira fase os missionários visitam as comunidades, levando o material que os setores missionários vão usar. Celebram para todo o povo, animam, explicam como vai ser a celebração domiciliar.
2. O dia de formação dos coordenadores e auxiliares. Este dia é uma peça chave nas missões. No local preparado pela irmã missionária junto com suas auxiliares, se reúnem todos os coordenadores e auxiliares e também as forças vivas da paróquia. Os missionários estão juntos. É um dia de estudo, oração, treinamento e animação. Basicamente consta das seguintes atividades:
a) acolhida das comunidades.
b) palestra sobre a conversão e grupos.
c) palestra sobre a Igreja missionária.
d) almoço e confraternização.
e) treinamento e esclarecimentos sobre as reuniões domiciliares e o uso do
livro Povo de Deus em Missão.
f) meditação sobre a oração.
g) missa e envio dos coordenadores.
Este dia de formação foi realizado pela primeira vez na missão de Perdões, SP, em 1973. O histórico desta missão virá adiante.
No dia marcado, saíram os setores missionários com seus andorzinhos para a celebração na primeira casa. É a "revoada", ou a saída para a evangelização das famílias.
Os setores missionários
Os setores missionários, ou simplesmente setor, é ainda a melhor palavra para explicar essas células vivas de comunidade. Olhando a distância, vemos que esta expressão setor missionário é carregado de vários sentidos.
1. Setor e convocação. A divisão das comunidades em setor foi logo aceita pelo grupo missionário, porque eles eram um instrumento de convocação. O setor, trazia, fazia propaganda, rezava, colocava o povo diante do missionário. Ele é útil.
2. Setor e perseverança. Outra função tipicamente redentorista é a perseverança dos frutos da missão. Cuidando bem dos setores, os párocos tem seu povo na mão. Por isso, Carlinhos inventou o tal RELÓGIO dos setores, movimentar os setores nos tempos fortes do ano, tal como Natal, quaresma,, mês de Maria, mês das vocações, e assim por diante. Além disso, pedia-se ao pároco que fizesse mensalmente uma missa com os setores.
3. Os setores e o "questionário de sugestões". Em 1981, na missão de Manacapuru, Amazonas, na missão que pregamos juntos, elementos de São Paulo, Minas e colegas do lugar, o Pe. Oliveira ( provincial do Rio de Janeiro) fez a primeira experiência. O objetivo é fazer que os setores mesmos programem suas atividades segundo sua realidade. Algum tempo mais tarde o Pe. Werner Antônio Anderer começou a experiência dos coordenadores trazer suas famílias e a bíblia na segunda feira. Assim começou a missa do apostolado leigo.
4. Novena de Natal e setorização. Hoje encontramos em muitíssimas paróquias que não tiveram missão a organização em setores. Quem espalhou essa estratégia foi o Pe. Daniel Tamassia. Em 1973, o Pe. Daniel queria ampliar a novena de natal para mais paróquias, pois, os párocos estavam pedindo. O Pe. Rodrigues, vice-provincial de Goiás, com seu ecônomo Pe. Pieroni, passando por Araraquara ficaram sabendo das dificuldades de impressão aqui em S. Paulo. Convidaram o Pe. Daniel para ir à Goiás imprimir e propagar a novena. Resultado: A novena de Natal se espalhou pelo Brasil todo, também Paraguai e outros países da América do Sul. E junto com a novena foi a setorização. Não esqueçamos que a idéia do Natal em Família nasceu do clero de São João da Boa Vista, segundo o testemunho contemporâneo do Pe. Humberto Mokarzel, foi usada como perseverança pelo Pe. Carlinhos e depois a história é conhecida.
5. Os setores missionários e as fichas de levantamento. Uma das acusações que se fazia às missões, além do tão surrado "fogo de palha", e de que a missão caia de pára-quedas, não se conhecia a realidade e a pregação era desencarnada da realidade. Após o curso da fase que já citamos acima, começaram por iniciativa do Pe. Carlinhos a fazer as primeiras fichas de levantamento. E para provar que não éramos pára-quedistas, fizemos fichas a sociedade e com os mais diversos itens, segundo os párocos pediam. A mais exagerada que temos nos arquivos é a de Corumbá-MS. Eram duas folhas com mais de vinte itens. Até quantas cadeiras havia na casa foi perguntado. Dom Onofre, que era o bispo, pediu que a Faculdade de Ciências Sociais da cidade fizesse a ficha e depois a tabulação. A duras penas, as irmãs fizeram o levantamento, mas a tabulação mesmo, até hoje não veio. Hoje, temos a ficha como subsídio para formar os setores e alguns dados mínimos para a gente conhecer a comunidade. Um segundo levantamento deixamos para os párocos que se interessarem após as missões.
6. Os setores missionários hoje. Além de tudo o que dissemos acima, os setores missionários hoje são a pupila dos olhos de nossas missões. A eles se aplicam as palavras do documento de Santo Domingo: "Comunidade de comunidade". Nas grandes cidades, eles são a recriação das pequenas comunidades dos Atos dos Apóstolos.
Os setores missionários hoje é a Evangelização confiada aos leigos, fermento, grão de mostarda do Reino de Deus. Eles são fontes de mistérios para as pastorais, numa palavra, são a presença de Cristo e da Igreja no meio da massa. "Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, Eu estarei presente" Mt.18,20. é agora que é a hora do colaborador leigo redentorista, eles podem bem ser vocacionados de nossa mesma missão, anunciar a Copiosa Redenção.
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