37 Disse Jesus: “Todo aquele que o Pai me dá virá a mim, e o que vem a mim não o lançarei fora.
38 Pois desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.
39 Ora, esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não deixe perecer nenhum daqueles que me deu, mas que os ressuscite no último dia.
40 Esta é a vontade de meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e nele crê, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia”.
38 Pois desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.
39 Ora, esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não deixe perecer nenhum daqueles que me deu, mas que os ressuscite no último dia.
40 Esta é a vontade de meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e nele crê, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia”.
JOSÉ ANTONIO PAGOLA
NAS MÃOS DE DEUS
Os homens de hoje não sabem o que fazer com a morte. Às vezes, a única coisa que ocorre é ignorá-la e não falar dela. Esquecer, o quanto antes, esse triste acontecimento, cumprir os trâmites religiosos ou civis necessários e voltar, novamente, à vida cotidiana.
Porém, cedo ou tarde, a morte vai visitando nossos lares arrancando-nos nossos entes mais queridos. Como reagir, então, perante dessa morte que nos arrebata para sempre a nossa mãe? Que atitude adotar diante do esposo querido que nos diz seu último adeus? Que fazer defronte o vazio que vão deixando em nossa vida tantos amigos e amigas?
A morte é uma porta que cada pessoa atravessa sozinha. Uma vez fechada a porta, o morto permanece-nos oculto para sempre. Não sabemos o que houve com ele. Esse ser tão querido e próximo perde-se, agora, no mistério insondável de Deus. Como nos relacionarmos com essa realidade?
Os seguidores de Jesus não se limitam a assistir, passivamente, o fato da morte. Confiando em Cristo ressuscitado, acompanhamos a pessoa falecida com amor e com a nossa oração nesse misterioso encontro com Deus. Na liturgia cristã pelos defuntos não há desolação, rebelião ou desesperança. Em seu centro, somente uma oração de confiança: “Em tuas mãos, Pai de bondade, confiamos a vida de nosso ente querido”.
Qual sentido podem ter hoje, entre nós, esses funerais nos quais se reúnem pessoas de diferentes sensibilidades diante do mistério da morte? O que podemos fazer juntos: crentes, menos crentes, pouco crentes e também incrédulos?
Ao longo destes anos, mudamos muito por dentro. Tornamo-nos mais críticos, porém também mais frágeis e vulneráveis; somos mais incrédulos, porém mais inseguros. Não nos é fácil crer, porém é difícil não crer. Vivemos cheios de dúvidas e incertezas, porém não sabemos encontrar uma esperança.
Às vezes, somente convidar aqueles que assistem a um funeral a fazer algo que todos podem fazer, cada um a partir de sua pequena fé. Dizer-lhe, do íntimo, a nosso ente querido umas palavras que expressem nosso amor a ele e nossa invocação humilde a Deus: “Continuamos a te querer, porém não mais sabemos como encontrar-nos contigo nem o que fazer por ti. Nossa fé é débil e não sabemos rezar bem. Porém, te confiamos ao amor de Deus, te deixamos em suas mãos. Esse amor de Deus é hoje para ti um lugar mais seguro que tudo aquilo que podemos te oferecer. Desfrute da vida plena. Deus te quer como nós não soubemos te querer. Um dia, voltaremos a nos ver”.
Traduzido do espanhol por Telmo José Amaral de Figueiredo.
Fonte: MUSICALITURGICA.COM – Homilías de José A. Pagola
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