Diácono Adilson
03/10/2013
Ao celebrar vinte e sete anos de ordenação
diaconal no dia quatro de outubro, nada mais justo que escrever a biografia do
patrono,pois, foi nesse magnífico dia, que as mãos foram impostas em nossas
cabeças ou seja , na minha, bem como nas de Otto Luiz Nunes, Petrus Eugênio Lencione e
João José Monteiro, de saudosa memória.
Francisco nasceu a
26/11/1182 no seio de uma família rica. Seus pais, Pietro e Sra. Boulemont, eram
comerciantes bem sucedidos na cidade de Assis. Pela mãe dispensava um grande amor.
Sua
juventude configurou-se na alegria, na musica e nas festanças. Com muito
dinheiro para gastar, era um rapaz extravagante e indisciplinado.
Gostava de banquetes,
noitadas de diversão e participava de serenatas.
Conquistar fortuna, fama e título de nobreza era seu intento, mas para isso
precisava participar de batalhas e, em uma delas caiu prisioneiro permanecendo na
cela, longos e gelados meses, só se livrando dela graças ao dinheiro do pai. Usou
de sua alegria, do seu temperamento extrovertido e do gosto pela música para
amenizar aquele infortúnio e dizia aos amigos da prisão: ”Como querem que eu fique triste, sabendo que grandes
coisas me esperam? O mundo inteiro ainda falará de mim”.
Retornou para Assis ao se ver livre da prisão, tornando-se a se
encontrar com os amigos das noitadas e das festas.
Da prisão enregelada herdou
uma grave enfermidade. Assim que se recuperou, não era mais o mesmo, mas ainda
não era a vontade de Deus a seu respeito. Profundas mudanças foram acontecendo
a partir do sofrimento, da humilhação e do enfraquecimento. Estava sendo
lapidado. Já não sentia mais o mesmo prazer de antes. Os bens mundanos não mais
os atraiam, embora sonhasse com a glória das armas e dos campos de batalha, por
isso alistou-se em um exército que defenderia os interesses da Igreja, nos
tempos do papa Inocêncio III.
A um amigo deu os seus
trajes ricos e a armadura caríssima que havia preparado para si, e, a caminho
de Espoleto, escutou a voz divina: ----Francisco, quer servir ao Senhor ou ao servo?
O que ele respondeu:- -----Ao Senhor é claro!
E a voz lhe falou novamente:- ---- E por que insiste servir ao Servo? Retorna para Assis e lá lhe será dito o que
terá que fazer! E assim o fez enquanto
perguntava a si mesmo:- ------O que Ele quer que eu faça? O que ele quer de mim? Questionamentos que se tornaram uma constante
em sua vida.
O menino inquieto passou a
dedicar-se a oração e à meditação, percorrendo campos e florestas, em busca de
respostas para suas dúvidas e inquietações, enxergando as coisas com outros
olhos e com outro coração.
Nesse ínterim fez uma viagem
a Roma onde visitou o túmulo de São Pedro, onde viu muitos pobres e deu muitas
moedas de ouro. Trocou os ricos trajes por outros a igualar-se com os mendigos,
uma primeira experiência em viver na pobreza, o que deixou a todos preocupados
pensando estar ele fora de juízo, com as faculdades mentais abaladas.
O jovem de Assis havia
adquirido um coração humano para não dizer divino, conseguindo beijar um
leproso após lhe cobrir com o seu manto e disse:- -----“o que antes para mim era
amargo agora é uma doçura” e daquele momento em diante entregou-se a Deus e
afastou-se do mundo.
Nessa ocasião, no momento em
que rezava em uma igreja , escutou a voz
de Deus:---- Francisco, reconstrói a minha igreja”. Não entendeu muito o que aquilo queria dizer,
por isso recorreu à fortuna da família e se dispôs a reformar capelas e
igrejas, o que levou o pai a encolerizar-se e
o colocar no porão da casa acorrentado, só se livrando dela pelas mãos maternas, buscando proteção junto
ao bispo.
Ele não nasceu santo, mas se
fez santo através das lutas que empreendeu consigo mesmo.
Como o Espírito Santo está
sempre delineando a vida das pessoas, chamou o Jovem Francisco, que aos vinte
anos abandonou a vida luxuosa e foi determinante em se doar aos pobres e
doentes.
Definitivamente, aos vinte e
cinco anos, deu um basta aos bens iniciando a vida religiosa.
O jovem de Assis juntamente com alguns amigos
resolveram fundar uma ordem religiosa, a principio só de irmãos leigos, mas com
o passar do tempo , a ordem contou
com sacerdotes, pois, Santo Antonio , presbítero , adentrou à ordem e lecionava teologia aos irmãos.
Muitos deles ficaram padres. Com isso a ordem passou a ser de sacerdotes e de irmãos.
No decorrer da história,
juntamente com Clara, sua predileta amiga,
fundaram a Ordem das Clarissas, a
Ordem das Damas Pobres. Sob sua
inspiração nasceu a Ordem Terceira para os leigos consagrados.
Foi uma criatura de paz, do bem,
terno e amoroso. Amava a natureza, tratava com amor as plantas e os animais.
Cantava o sol, a lua e as estrelas além de ser um poeta. É um dos santos mais
populares dos tempos de hoje.
Ao perceber que sua morte
era iminente voltou para Porciúncula, sua amante preferida, e no dia três de
outubro de 1226, no período vespertino, cantando o salmo 141 deu adeus ao Vale
de Lágrimas, para se encontrar definitivamente com aquele que o chamou na mais
tenra idade, para exercer uma missão nada fácil de entendimento nos tempos de
hoje. Diz o seu biógrafo que, assim que faleceu, houve uma revoada de pássaros que com suas cantorias louvavam a Deus.
Foi enterrado no dia seguinte
na Igreja de São Jorge e em 1230 deu-se
a inauguração da Nova Basílica de Assis,onde estão suas relíquias e abriga o
túmulo definitivo.
Missionário de seu tempo,
dono de muitas citações, entre elas: “Pregue o Evangelho em todo o tempo. Se
for preciso use palavras” e, em outro momento disse: “O homem deveria vibrar, o
mundo deveria tremer, o céu inteiro deveria comover-se profundamente quando o
Filho de Deus aparecer sobre o altar nas mãos do sacerdote”.
Homem de oração e de penitência,
recebeu os estigmas e por isso pode ser chamado de São Francisco das Chagas, o
que embasa ser patrono da Diocese de Taubaté-SP.
Foi canonizado por Gregório IX,
no dia 06/07/1228, fato que aconteceu em Assis pelo próprio papa, dois anos
após sua morte.
Pio X o consagrou como
patrono maior da Itália, embora seja conhecido como protetor dos animais.
São Francisco de Assis,
rogai por nós.
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