Diácono Adilson
30/09/2013
Nasceu no ano de 1524 e era
filho de Cristovão Manasseri e Diana Larcan. Seus ancestrais eram da Etiópia, portanto,
de origem africana. Sua mãe era “doce e pacífica, de maneiras graciosas e amáveis,
modesta, devota fervorosa do Santíssimo Sacramento e, sobretudo, extremamente
caridosa para com os pobres” e o pai levava uma vida fervorosa, vivendo para Deus,
para a família e para o trabalho, bem como rezava diariamente o rosário e
ensinava quem trabalhasse com ele.
Benedito teve outros irmãos:
Marcos, Baldassara e Fradella. Na
família de Fradella houve uma religiosa da Ordem Terceira Regular de São Francisco,
que morreu em Palermo com fama de santidade: sóror Benedita.
O primeiro filho de Diana, Benedito,
tinha os traços do rosto delicados e finos e dele diziam: “Negro, mas
formoso”. Foi educado no caminho da santidade,
pois, sua mãe era rica das graças de Deus.
Aprendeu os rudimentos da fé sempre se mostrando recolhido, educado e
humilde. Tinha grande amor à Eucaristia e a Nossa Senhora.
O desejo de se consagrar a
Deus pela vida religiosa veio aos dezoito anos, mas foi aos vinte que tudo
aconteceu definitivamente, quando largou
o arado e os dois bois que comprou para ajudar a família e aos pobres.
O chamado aconteceu por meio
do Frei Jerônimo, que lhe deu a oportunidade de professar na Ordem Franciscana
dos Padres da Observância. Sentiu a maior felicidade de sua vida e teve então a
oportunidade de entregar-se à oração e à penitência. Deixou tudo para servir a
Deus e a mais ninguém.
Os Irmãos Eremitas Franciscanos
viviam uma vida austera, unindo solidão e pobreza. O jovem negro observava a
regra perfeitamente e Jerônimo via-o como um anjo em carne humana.
Após a profissão perpétua
sentiu o desejo de cada vez mais se assemelhar a Jesus Cristo Crucificado.
Servia-se do estritamente necessário para viver; dormia no chão, usava cilício,
não usava agasalho no inverno e jejuava constantemente. Foi um perfeito imitador de São Francisco de
Assis.
A fama de santidade do Frei
Benedito era tanta que o deixava desconfortado, pois, muita gente corria ao seu
encontro e não tinha mais tempo para a oração. Todos que iam a ele eram curados,
por isso frei Jerônimo levou os seus confrades para Mancusa, a quinze
quilômetros de Palermo.
O povo o descobriu nas
montanhas e quanto mais aumentava a fama de santidade maior era a procura por
ele.
Houve outra mudança de lugar
dos franciscanos e lá, com apenas um sinal da cruz curou uma mulher de um
cancro no peito.
O eremita Benedito estava
com 38 anos dos quais 17 anos no deserto. O demônio não suportava o eremitério
do Frei Jerônimo, por ser um ninho de santidade, mas por ordem do Santo Padre
Pio IV, unificaram-se os Franciscanos e os eremitas foram destacados para
conventos diversos e se separaram. Benedito foi para a Ordem dos Frades Menores
Reformados. Foi acolhido com honra, alegria e de maneira carinhosa , não havendo necessidade de reformar os votos . Foi o santo
frei viver no Convento de Santa Maria de Jesus, onde ficou até a morte. Lá trabalhou
como cozinheiro e fez da cozinha um lugar de oração e fervor. Sempre tinha uma
boa palavra e um bom conselho aos empregados e auxiliares. O cansaço era
transformado em penitência. Alegre e amável para com todos, fazia prodígios.
Por ocasião do capítulo provincial pediu que enchessem as vasilhas de água,
pois os víveres eram escassos. Sempre em oração. De manhãzinha ao abrirem as
vasilhas com água, viram peixes graúdos que dava para alimentar a todos.
No outro dia o problema era
a carne, não havia tempo hábil para prepará-la e não demorou muito: ao destamparem as panelas estavam temperadas e cozidas. Todos as
saborearam.
Um dia, faltando lenha, o
santo preto embrenhou-se na mata onde avistou uma árvore caída, que dez homens
não eram suficientes para movê-la, Benedito colocou-a nos ombros e levou-a para
a cozinha e sua fama de santidade se espalhava.
Em 1578, os Franciscanos
reunidos em capítulo provincial elegeram Benedito superior do Mosteiro Santa
Maria de Jesus, qual só aceitou em nome da Santa Obediência, e quis governar
mais pelo exemplo e pela oração que quaisquer virtudes. Era o primeiro a chegar
para as orações e não se considerava dispensado de exercício algum. Era a regra
viva. O seu fervor edificava a todos e mesmo sendo superior, lavava pratos,
varria a casa, trabalhava na horta e no jardim, com humildade e simplicidade. Pelos
sacerdotes tinha grande respeito.
Quando as pessoas iam a ele,
não precisavam dizer nada. A um teólogo deu explicações bíblicas, a uma mulher
que estava procurando um filho disse-lha que teria noticias em breve do rapaz. Aos
pecadores pedia para se confessar e quanta gente se convertia e mudava de vida.
Curou o marido que maltratava a esposa e filhos, tornando-o bom, delicado,
honesto, trabalhador e ótimo esposo e pai.
Ele profetizava dizendo:
----diga ao doente que tenha
paciência e se conforme com a vontade de Deus. Vai sarar. Deus ajudará.
A uma gestante disse:
----Seu filho será um ótimo
sacerdote.
A outra disse:
----Seu marido ficará bom, e
quanto ao menino, haverá coisa melhor que dar um filho a Deus? O marido sarou e
o garoto morreu.
Era visitado por gente
simples e gente graúda: condes, vice-reis, bispos, cardeais, monsenhores. Todos
eram assíduos frequentadores do convento Santa Maria.
Ele afirmava que as curas eram intervenção de
Nossa Senhora. Até o cavalo do senhor que transportava lenha para o convento
foi ressuscitado.
Quanto mais ele se humilhava,
mais o povo o perseguia. A santidade do Filho de São Francisco conquistava o
povo.
Assim como o justo vive da
fé, frei Benedito afirmava:
----“A fé nos guia , ilumina,
purifica, salva e cura. Enfim , onde ela falta , falta tudo, absolutamente
tudo.”
Aqueles que não têm fé ele
aconselhava:
----“ Façam o sinal da cruz
, uma oração, um olhar para o céu, uma Ave Maria ou o rosário da Virgem. Operava
maravilhas. Que fé ardente , viva , era sua !
O santo abençoou muitas
gestantes e dizia o futuro de cada criança.
Tinha grande amor pela eucaristia;
Jesus Sacramentado o deixava imóvel. Entrava em êxtase quando meditava sobre o
céu. Tudo por amor a Deus era o lema
dele. Sempre irradiava o amor de Deus
que havia dentro de si, fazia do trabalho uma oração.
No que tange a pobreza, São
Benedito foi imitador de seu pai espiritual, São Francisco, por isso usava um
hábito velho, remendado e pobre. Nada de supérfluo. No seu quarto, o qual
chamava de palácio, o colchão era de palha, e na parede havia uma estampa de
Nossa Senhora sendo que o crucifixo era traçado com carvão.
---- “A pobreza me é querida
demais”. Vivia com o necessário e jamais se queixava das coisas adversas.
São Benedito foi sempre um
belo templo do Espírito Santo, durante toda a sua vida. A Eucaristia era a sua
vida e dizia sempre:
----“Sei que sou pecador,
mas espero me salvar pelos méritos de Jesus e pela intercessão de Maria, nossa
co-redentora”.
Em 1589, o santo frei ficou doente e o médico disse:
----É uma tristeza para nós.
Vamos perdê-lo em breve.
São Benedito sorria feliz.
Suspirava pela morte. Fez mortificação, a bondade, a oração e a obediência
foram virtudes que ele mais praticou no leito de morte. Rezava muito e pediu
que o sepultassem logo, assim que morresse.
Em êxtase, banhado de sangue
e pedindo perdão a todos recebeu a unção dos enfermos. E chegando a hora, ele
viu Santa Úrsula,de quem era devoto, e
suas virgens. Era a visita do céu. Sorridente, faleceu. Era o dia quatro de
abril de 1589, terça feira de Páscoa. Tinha 65 anos.
Os frades transladaram o
corpo para a Igreja do Mosteiro, cantaram o oficio dos defuntos e logo o
sepultaram. O seu corpo se encontra em Palermo numa capela lateral da Igreja de
Santa Maria, bastante conservado. Na festa da Santíssima Trindade, no dia 25 de
Maio de 1807 Pio VII o declarou santo.
São Benedito, rogai por nós!
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