JUVENTUDE EM MISSÃO
Em sintonia com a Campanha da Fraternidade (CF 2013) e a Jornada Mundial da Juventude
(JMJ Rio 2013), o tema da Campanha Missionária deste ano é “Juventude
em Missão”. O lema tirado do profeta Jeremias: “A quem eu te enviar,
irás” (Jr 1, 7b), recorda que Deus continua a chamar e a enviar pessoas
para anunciar a Boa Notícia de Jesus a todos os povos. A Missão é a principal razão de ser da nossa Igreja e seus missionários e missionárias representam uma grande riqueza.
Pela Campanha Missionária, toda a comunidade cristã é convidada a
renovar seu compromisso batismal em conformidade ao mandato de Jesus
Cristo, “Ide fazei discípulos todas as nações” (Mt 28, 19).
“Não
se abre uma rosa apertando-se o botão”, escreveu alguém. É um
pensamento muito próprio para uma reflexão sobre a vocação missionária
do cristão para o mês que se avizinha: o mês de outubro, dedicado às
missões. Jesus disse ao enviar os apóstolos para anunciar o ano da
graça: “Eis que vos enviou como carneiros em meio a lobos vorazes” (Cf.
Mt. 10,16). E, quando, mal recebidos em uma cidade, João e Tiago
pretendiam mandar o fogo dos céus sobre aquele povo, mas Jesus os
repreendeu “Não sabeis de que espírito sois. (Cf. Lc. 9,55).
A primeira atitude do missionário deve ser a mansidão. O anúncio da Boa Nova é um anúncio de paz.
O texto do profeta Isaias lido por Jesus na sinagoga de Nazaré (Cf. Lc.
4,16-22)) e a si próprio aplicado, diz: “O Espírito do Senhor está
sobre mim, eis porque me ungiu e mandou-me evangelizar os pobres, sarar
os de coração contrito, anunciar o ano da graça”(Cf. Is. 61, 1-4)
E, logo a seguir, no Sermão da Montanha,
revirando todos os princípios e conceitos que o pecado instalara nos
corações dos homens, da sociedade e da cultura, declara bem aventurados
os mansos, os misericordiosos e os que promovem a paz(Cf. Mt. 5)
A violência e a agressividade afastam os corações. Não
é a toa que Santa Terezinha foi declarada padroeira das missões, ela
que jamais transpôs as grades de seu convento e, partindo deste mundo
aos vinte quatro anos, podia prometer que dos céus enviaria uma chuva de
rosas sobre a terra. São Francisco de Sales, igualmente ensinava que se
apanham mais moscas com uma gota de mel do que com um barril de
vinagre.
Quanta paciência e compreensão mostraram os santos missionários de todos
os tempos na inculturação da fé em corações duros e arraigados numa
cultura pagã totalmente diversa dos caminhos cristãos. Davam tempo ao
tempo, como o semeador aguarda com paciência o tempo da colheita.
Ainda no Evangelho lido na liturgia de dias atrás, diante da crítica dos fariseus,
Jesus amorosamente acolhe a pecadora pública e lhe perdoa os pecados, e
não reprime com exasperação o pecado dos “puros de todos os tempos”,
mas os leva à conversão chamando-os ao amor.(Cf. Lc. 7, 36-50) Assim
também em outro episódio, uma ceia junto a publicanos e pecadores, o
Mestre disse aos que o criticavam: “Não são os que tem saúde que
precisam de médico, mas os doentes. Ide aprendei o que significa:
prefiro a misericórdia ao sacrifício” (Cf. Mt.9, 10-14).
O plano salvífico de Deus não é imposto.
Como na criação Deus respeitou a vontade do homem que optou pelo
pecado, assim também o respeita na opção que ele faz diante da oferta da
salvação. “Deus que te criou sem ti, não te salvará sem ti”, diz Santo
Agostinho.
O cristão que tem, pelo batismo,
a vocação missionária, a missão de anunciar a Boa Nova, tem de ter, ele
próprio, um coração semelhante ao de Cristo, manso e humilde, como
pedimos na jaculatória, “fazei nosso coração semelhante ao vosso”.
Paulo VI, na Evangelii nuntiandi exorta:
“A obra da evangelização pressupõe um amor fraterno, sempre crescente,
para com aqueles a quem ele (o missionário) evangeliza.” (nº 79) e cita
São Paulo aos Tessalonicenses (2Tes. 8) como programa.
Refere-se ainda,
exemplificativamente, a outros sinais de afeição que o missionário tem
de ter em relação ao evangelizando: o respeito pela situação religiosa e
espiritual das pessoas a quem se evangeliza; a preocupação de se não
ferir o outro sobretudo se ele é débil em sua fé e um esforço para não
transmitir dúvidas ou incertezas nascidas de uma erudição não
assimiladas.
O missionário, ao levar a Boa Nova a um mundo angustiado e sem esperança ou cuja esperança se esgota com o último suspiro,
não pode se apresentar triste e descorçoado, impaciente ou ansioso, mas
deve manifestar uma vida irradiante de fervor e da alegria de Cristo.
Nesse espírito o missionário,
sem tergiversar sobre sua fé e sobre a mensagem, abra sua voz para
“propor aos homens a verdade evangélica e a salvação em Cristo,com
absoluta clareza e com todo o respeito pela opções livres que a
consciência dos ouvintes fará” (E.N 80). Lembre-se “não se abre uma rosa
apertando-se o botão”.
Fonte: Site Santuário N.S.P.S - Rio
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