Seis mártires redentoristas serão beatificados neste domingo
Hoje às 12h, na
Arquidiocese de Tarragona, Espanha, será oficializada a beatificação de
522 mártires da Guerra Civil da Espanha (1936-1939). Entre estes, seis
Redentoristas, Mártires de Cuenca: Padres Javier Gorosterratzu
Jaunarena, Ciriaco Olarte Pérez de Mendiguren, Miguel Goñi Áriz, Julián
Pozo Ruiz de Samaniego, Pedro Romero Espejo e o Irmão Victoriano Calvo
Lozano.
A beatificação será um evento histórico,
não apenas para a Província de Madrid e a Igreja na Espanha, mas também
para toda a Congregação do Santíssimo Redentor.
O caminho para a beatificação foi
iniciado com a promulgação do Decreto sobre o Martírio dos Servos de
Deus, pelo então Papa Bento XVI no dia 20 de dezembro de 2012.
Retrato comemorativo pintado por Belém del Pino da Universidade Complutense de Madrid
A Guerra Civil Espanhola fez
aproximadamente 270.000 vítimas, incluindo soldados e civis. Muitos
morreram por ações de guerra, mas muitos morreram também por represália,
por doenças e pela fome. Aproximadamente 6.850 morreram como resultado
direto da perseguição religiosa. Desses, 13 eram bispos e mais de 6.000
eram sacerdotes e religiosos. Entre eles, quase 1.000 já foram
beatificados ou canonizados. Outros 2.000 casos estão em processo. Como
se aproxima o encerramento do Ano da Fé, a beatificação destes 522
mártires celebra o testemunho do martírio como ato de confiança em nosso
fiel Criador, como também de participação nos sofrimentos de Cristo.
Sem diminuir a importância do testemunho
coletivo de todos estes mártires, a família Redentorista recorda de
modo particular os Mártires Redentoristas de Cuenca. Outros quatorze
casos de Mártires Redentoristas estão ainda em processo.
O testemunho dos mártires tem sido
sempre muito importante e significativo para a Igreja. Os primeiros
discípulos de Cristo consideravam o martírio como seguimento radical dos
passos de Jesus, e como partilha dos seus sofrimentos, conforme São
Pedro expressa na citação da sua I Carta. O testemunho dos mártires vai
além do gesto de enfrentar uma morte violenta. Manifesta a razão pela
qual eles estavam dispostos a dar suas vidas como testemunhas de Jesus
Cristo e a anunciar a Copiosa Redenção a todos. O martírio é uma
proclamação da Boa Nova e os mártires tornam-se testemunhas do
Evangelho, e continuam “fazendo o bem” em favor dos irmãos e irmãs.
Ao descrever essa realidade que envolve a
beatificação dos missionários mártires, o Superior Geral da Congregação
do Santíssimo Redentor, padre Michael Brehl pediu que todas as
comunidades sob a responsabilidade de redentoristas, dediquem no dia 13
de outubro algum momento de oração e comunhão com os novos irmãos
beatificados.
A celebração da beatificação acontece na
proximidade da comemoração dos 150 anos da chegada dos Missionários
Redentoristas na Espanha.
"Celebraremos como família a
beatificação de seis redentoristas espanhóis, que morreram mártires em
Cuenca durante a perseguição religiosa desencadeada na Espanha de 1936 a
1939", destaca nota no site da Província Espanhola.
Logomarca lançada pela Província Espanhola em comemoração ao jubileu da presença redentorista no país.
Conheça os seis mártires redentoristas:
Beato José Xavier Gorosterratzu
Chegou em Cuenca em 1933. Permaneceu no seminário junto com o bispo diocesano e outros sacerdotes durante o período da guerra civil, quando no dia 10 de agosto de 1936 foi tirado à força para ser executado. Foi assassinado no caminho para o cemitério de Cuenca. Os testemunhos contam que José Xavier foi um "apostólo incansável" e encorajava a todos com palavras de esperança.
Beato Ciríaco Olarte Y Perez de Mendiguren
Ciríaco chegou a Cuenca no ano de 1935,
antes da guerra civil. Junto com outro mártir redentorista, padre Goñi,
esconde-se na cada do senhor Enrique Gómez. Padre Olarte previu que no
dia de Santo Afonso, dia 1º de agosto, eles iriam "passar no céu". De
fato, no dia 31 de julho de 1936, por volta das 10h, eles foram
conduzidos por uma milícia, e em um desmanche foram assassinados a
tiros.
Beato Julián Pozo Y Ruiz de Samaniego
Padre Julián estava em Cuenca quando a
guerra começou. Cuidando de um tuberculose, vivia seu ministério com
dedicação servindo com ânimo e otimismo, apesar de sua enfermidade. No
dia 20 de julho de 1936, deixou o convento onde morada e refugiou-se
junto com outro mártir redentorista, Irmão Victoriano na casa das irmãs
Eugenia e Joaquina.
Retornou ao seminário, quando em 9 de
agosto, foi morto a tiros. Testemunhas contam que padre Julián morreu em
postura de mártir, ajoelha e rezando o rosário.
Beato Victoriano Calvo Lozano
Foi enviado para Cuenca em 1921 pelos
seus superiores, onde exerceu seu ministério como hortelão, sacristão e
porteiro. No dia 20 de julho de 1936, por causa da guerra, teve que se
refugiar na casa das irmãs Munhoz. Junto com padre Julián Pozo, outro
mártir redentorista, esperava no Senhor. No dia 9 de agosto de 1936, foi
morto primeiramente o seu companheiro.
Irmão Victoriano, foi morto dois dias
depois, no dia 11, por volta das duas horas da madrugada com as mãos
amarradas, na companhia de outro confrade mártir, o padre José Xavier a
caminho do cemitério de Cuenca. Ali, irmão Victoriano entregou sua vida
em silêncio, sem negar sua fé.
Beato Miguel Goni Ariz
Padre Miguel estava em Cuenca em 1936,
no período da guerra civil. No dia 31 de julho do mesmo ano, depois de
ter celebrado uma missa na casa do senhor Asciclo Dominguez, ele e o
também martir redentorista, padre Ciríaco, são levados para um desmanche
onde receberam tiros à queima-roupa. Segundo testemunhas o missionário
não agonizou por horas até sua morte.
Beato Pedro Romero Espejo
Padre Pedro era o mais idoso, entre os
mártires redentoristas. Estava em Cuenca quanto a guerra começou. Foi
forçado a deixar a comunidade e viver, como foi o caso de outros
colegas, com uma família local. Para escapar da atenção dos
perseguidores e continuar a exercer o apostolado, escolheu mendigar nas
ruas da cidade.
Em 1938, um ano antes do fim da guerra,
com a saúde debilitada refletia que a prisão seria um benefício. Em maio
daquele ano, conseguiu ser preso por desacato ao regime. Na prisão foi
atendido fisicamente e espiritualmente por outros padres prisioneiros.
Consumindo-se lentamente, morreu de disenteria, no dia 4 de junho de
1938 com 67 anos.
Do site A12/Redentoristas
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