O Santo Papa Bento XVI promulgou o Decreto da Beatificação de Nhá
Chica, sendo que a cerimônia oficial será hoje, dia 04 de maio de 2013, em
Baependi (MG).
A cerimônia será presidida às 15 hs. pelo Cardeal Ângelo Amato, como representante de Sua Santidade.
História
Ainda pequena Francisca de Paula de Jesus, que
nasceu no Distrito de Santo Antônio do Rio das Mortes em São João Del
Rey -MG chegou em Baependi, MG. Estava acompanhada por sua mãe, uma ex-
escrava e por seu irmão Teotônio. Com eles, poucos pertences e uma
imagem de Nossa Senhora da Conceição.
Em 1818, com apenas 10 anos de idade, a mãe de Nhá
Chica faleceu deixando aos cuidados de Deus e da Virgem Maria as duas
crianças, Francisca Paula de Jesus e seu irmão, então com 12 anos.
Órfãos de mãe, sozinhos no mundo, Francisca Paula e Teotônio, cresceram
sob os cuidados e a proteção de Nossa Senhora, que pouco a pouco foi
conquistando o coração de Nhá Chica. Esta, a chamava carinhosamente de
"Minha Sinhá" que quer dizer: "Minha Senhora", e nada fazia sem
primeiro consultá-la.
Nhá Chica soube administrar muito bem e fazer
prosperar a herança espiritual que recebera da mãe. Nunca se casou.
Rejeitou com liberdade a todas as propostas de casamento que lhes
apareceram. Foi toda do Senhor. Se dava bem com os pobres, ricos e com
os mais necessitados. Atendia a todos os que a procuravam, sem
discriminar ninguém e, para todos tinha uma palavra de conforto, um
conselho ou uma promessa de oração. Ainda muito jovem, era procurada
para dar conselhos, fazer orações e dar sugestões para pessoas que
lidavam com negócio. Muitos, não tomavam decisões sem primeiro
consultá-la, e para tantas pessoas, ela era considerada uma "santa",
todavia em resposta para quem quis saber quem ela, realmente, era,
respondeu com tranquilidade: "... É porque eu rezo com fé".
Sua fama de santidade foi se espalhando de tal modo
que pessoas de muito longe começaram a visitar Baependi para
conhecê-la, conversar com ela, falar-lhe de suas dores e necessidades
e, sobretudo para pedir-lhe orações. A todos, atendia com a mesma
paciência e dedicação, mas nas sextas feiras, não atendia a ninguém.
Era o dia em que lavava as próprias roupas e se dedicava mais à oração e
à penitência. Isso porque sexta-feira é o dia que se recorda a Paixão e
a Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo para a salvação de todos nós. Às
Três horas da tarde, intensificava suas orações e mantinha uma
particular veneração à Virgem da Conceição, com a qual tratava
familiarmente como a uma amiga.
Nhá Chica era analfabeta, pois não aprendeu a ler
nem escrever, desejava somente ler as Escrituras Sagradas, mas alguém
as lia para ela, e a fazia feliz. Compôs uma Novena à Nossa Senhora da
Conceição e em Sua honra, construiu, ao lado de sua casa, uma
Igrejinha, onde venerava uma pequena Imagem de Nossa Senhora da
Conceição que era de sua mãe e, diante da qual, rezava piedosamente para
todos aqueles que a ela se recomendavam. Essa Imagem, ainda hoje, se
encontra na sala da casinha onde ela viveu, sobre o Altar da antiga
Capela.
Em 1954, a Igreja de Nhá Chica foi confiada à
Congregação das Irmãs Franciscanas do Senhor. Desde então teve início
bem ao lado da Igreja, uma obra de assistência social para crianças
necessitadas que vem sendo mantida por benfeitores devotos de Nhá
Chica. Hoje a "Associação Beneficente Nhá Chica" (ABNC) acolhe mais de
160 crianças entre meninas e meninos.
Ao longo dos anos, a "Igrejinha de Nhá Chica",
depois de ter passado por algumas reformas, é hoje o "Santuário Nossa
Senhora da Conceição" que acolhe Peregrinos de todo o Brasil e de
diversas partes do mundo. Muitos fiéis que visitam o lugar, pedem
graças e oram com fé. Tantos voltam para agradecer e registram suas
graças recebidas. Atualmente, no "Registro de graças do Santuário",
podem-se ler aproximadamente 20.000 graças alcançadas por intermédio de
Nhá Chica.
A Venerável morreu no dia 14 de junho de 1895,
estando com 87 anos de idade, mas foi sepultada somente no dia 18, no
interior da Capela por ela construída. As pessoas que ali estiveram
sentiram exalar-se de seu corpo um misterioso perfume de rosas durante
os quatro dias de seu velório. Tal perfume foi novamente sentido no dia
18 de junho de 1998, 103 anos depois, por Autoridades Eclesiásticas e
por membros do Tribunal Eclesiástico pela Causa de Beatificação de Nhá
Chica e, também, pelos pedreiros, por ocasião da exumação do seu corpo.
Os restos Mortais da Venerável se encontram hoje no mesmo lugar, no
interior do Santuário Nossa Senhora da Conceição em Baependi,
protegidos por uma Urna de acrílico colocada no interior de uma outra
de granito, onde são venerados pelos fiéis.
Casa Nhá Chica
A casa de Nhá Chica é aberta à visitação. Nela encontram-se alguns objetos pessoais da Venerável tais como a Imagem da Imaculada Conceição, as panelas e o fogão a lenha onde cozinhava.
No local também estão expostas as dádivas dos fiéis pelas graças recebidas.
No santuário há também o “Memorial Nhá Chica”, onde encontra-se um acervo com diversos objetos que pertenceram à Venerável ou que têm alguma ligação com sua história.
A casinha de Nhá Chica e o memorial encontram-se abertos à visitação, diariamente das 8 às 17 horas.
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