CONSAGRAÇÃO À NOSSA SENHORA APARECIDA NA VOZ DO PADRE VITOR COELHO CSsR

Ó MARIA SANTÍSSIMA, PELOS MÉRITOS DO SENHOR JESUS CRISTO QUE EM VOSSA IMAGEM MILAGROSA DE APARECIDA ESPALHAIS INÚMEROS BENEFÍCIOS SOBRE O BRASIL, EU, EMBORA INDIGNO DE PERTENCER AO NÚMERO DOS VOSSOS SERVOS, MAS DESEJANDO PARTICIPAR DOS BENEFÍCIOS DA VOSSA MISERICÓRDIA, PROSTRADO A VOSSOS PÉS, CONSAGRO-VOS O ENTENDIMENTO, PARA QUE SEMPRE PENSE NO AMOR QUE MERECEIS. CONSAGRO-VOS A LÍNGUA, PARA QUE SEMPRE VOS LOUVE E PROPAGUE A VOSSA DEVOÇÃO.CONSAGRO-VOS O CORAÇÃO, PARA QUE, DEPOIS DE DEUS, VOS AME SOBRE TODAS AS COUSAS.RECEBEI-NOS, Ó RAINHA INCOMPARÁVEL, QUE NOSSO CRISTO CRUCIFICADO DEU-NOS POR MÃE, NO DITOSO NÚMERO DOS VOSSOS SERVOS. ACOLHEI-NOS DEBAIXO DA VOSSA PROTEÇÃO. SOCORREI-NOS EM NOSSAS NECESSIDADES ESPIRITUAIS E TEMPORAIS E, SOBRETUDO, NA HORA DA NOSSA MORTE. ABENÇOAI-NOS Ó MÃE CELESTIAL, E COM VOSSA PODEROSA INTERCESSÃO FORTALECEI-NOS EM NOSSA FRAQUEZA, A FIM DE QUE, SERVINDO-VOS FIELMENTE NESTA VIDA, POSSAMOS LOUVAR-VOS, AMAR-VOS E RENDER-VOS GRAÇAS NO CÉU, POR TODA A ETERNIDADE. ASSIM SEJA! ...PELA INTERCESSÃO DE NOSSA SENHORA APARECIDA, RAINHA E PADROEIRA DO BRASIL, A BÊNÇÃO DE DEUS ONIPOTENTE, PAI, FILHO E ESPÍRITO SANTO, DESÇA SOBRE VÓS E PERMANEÇA SEMPRE.AMÉM!

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1 de março de 2013

Reflexão sobre o Concílio Vaticano II

Ficha17: A Sagrada Escritura na Vida da Igreja

biblia-aberta
Constituição Dogmática DEI VERBUM
Sobre a Revelação Divina

Esta décima sétima ficha e quinta da DV se refere ao último capítulo deste importante documento conciliar. Na dinâmica de abertura do Concílio, este capítulo  destaca o quanto a Sagrada Escritura é importante na vida da Igreja e que ela sempre foi venerada, assim como o próprio Corpo do Senhor, pois ambos alimentam e dirigem toda a vida cristã.  Em razão disso, a Bíblia não só é alimento, mas, principalmente, regra para a Igreja (CIC 141) (DV21). Conscientes deste grande tesouro e atentos aos sinais dos tempos, os padres conciliares insistem que o acesso à Sagrada Escritura seja amplamente aberto aos fiéis (CIC 131) e em razão disso recordam a importância dos estudos bíblicos como fundamento perene da Teologia e de toda  pregação litúrgica e espiritual, e do contato  com  a Palavra  de Deus  (leitura orante da bíblia) como exigência para todos os cristãos, principalmente aqueles que têm o múnus de ensiná-la.
Como já vimos nas fichas anteriores, A Dei Verbum representou a abertura pastoral para o uso e leitura da Sagrada Escritura pelo povo, até então limitado pela prática eclesial. Antes mesmo da Reforma Protestante, sec. XVI, já havia restrições parciais e locais para a publicação e a leitura da Bíblia, seja em latim ou em vernáculo. Com a Reforma Católica, conhecida como Contra-Reforma, realizada pelo Concílio de Trento (1545 a 1563), essas restrições parciais se tornaram universais. Em 1559, sob Paulo IV, e depois, em 1564, sob Pio IV, a Congregação do Índice promulga o Index Librorum Prohibitorum e veda também que, sem uma licença especial, se pudesse imprimir e possuir Bíblias em vernáculo. Não se tratou de uma proibição absoluta do contato individual com a Escritura, mas restringiu-se o uso da Bíblia só para quem sabia latim. Somente em 1757 foi novamente autorizada a edição da Bíblia em vernáculo.
Após a promulgação das Encíclicas Providentissimus Deus, de Leão VIII (1893); Spiritus Paraclitus, de Bento XV (1914); e Divino Afflante Spiritu, de Pio XII (1943); e o Código de Direito Canônico, de 1917, um novo impulso é dado aos estudos bíblicos, à leitura cotidiana e à divulgação da Escritura, que ficou conhecido como Movimento Bíblico. Como já vimos nas fichas anteriores, quando se iniciou o Vaticano II, muitos Bispos defendiam uma reforma nas orientações eclesiais sobre o uso da Bíblia. No entanto, prevalecia o ambiente de cautela, e ainda durante a redação da DV houve vozes que pediam que o documento exprimisse reservas quanto ao livre acesso dos leigos à Bíblia, devido à preocupação do perigo de uma interpretação equivocada que pudesse levar a erros doutrinais [1].
Na promulgação do documento, os Bispos conciliares, inspirados pelo Espírito Santo, recordam que a Igreja fez sua a antiquíssima tradução do Primeiro Testamento, do hebraico para o koiné (grego helênico e/ou popular), chamada de  Versão dos Setenta ou Septuaginta [2], realizada entre os séculos  III e I a.C; que guardam grande consideração  pela Vulgata [3], mas lembram que a dinamicidade do mundo moderno exige que haja traduções para as diversas línguas, que devem ser sempre feitas com zelo e atenção, de preferência a partir dos textos originais (DV 22).
O documento lembra que a Igreja conta com a colaboração dos exegetas católicos e com demais teólogos para a investigação e explicação da Sagrada Escritura. Assim, sob o cuidado do Magistério, a Igreja cuida para que um maior número de ministros da Palavra possa oferecer, ao povo de Deus, o alimento advindo das Escrituras, iluminando as inteligências, fortalecendo as vontades e inflamando os corações dos homens no amor a Deus (DV23). O Concílio insiste que a Teologia tem seu fundamento na Palavra de Deus e nela encontra firmeza, se atualiza e investiga, à luz da fé, toda a verdade do mistério de Cristo (DV24).
A DV, além de promover o acesso, recomenda o contato íntimo, o estudo e a leitura assídua da Sagrada Escritura aos padres, principalmente, para a pregação das homilias; aos diáconos e catequistas encarregados do ministério da Palavra, da pregação pastoral e da instrução cristã, pois, segundo São Jerônimo, o “desconhecimento das Escrituras é o desconhecimento de Jesus Cristo”, para que comuniquem, com fidelidade e amor, as riquezas da Palavra Divina. O Concílio exorta os fiéis a aprenderem a ciência de Jesus Cristo com a leitura frequente da Palavra de Deus, de modo particular o Segundo Testamento e sobretudo os Evangelhos; façam cursos, participem de estudos bíblicos e pratiquem a leitura espiritual e oração sempre acompanhados da Sagrada Escritura, pois, segundo Santo Ambrósio “falamos com Deus quando rezamos e a Ele ouvimos quando lemos os divinos oráculos” (DV25).
Ao final desta Constituição Dogmática, os padres conciliares concluem “que seja difundida a Palavra de Deus e acolhida com honra” (2Ts 3,1) por meio da leitura e dos estudos dos Livros Sagrados, a fim de que os corações dos homens encham-se do tesouro da Revelação confiado à Igreja. E, confiantes esperam um novo impulso espiritual e aumento da veneração pela Palavra de Deus “que permanece para sempre” (Is 40,8; cf IPd 1,23-25) (DV 26).
No ano de 2008 realizou-se, no Vaticano, a  XII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, com o tema ‘A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja’, que foi uma confirmação da DV. Deste Sínodo, o papa Bento XVI escreveu a Exortação Apostólica Verbum Domini que está divida em três partes. A primeira denominada Verbum Dei, “A revelação de Deus que Se dá a conhecer no diálogo com as criaturas” ( 6-49); a segunda parte é Verbum in Ecclesia, “A Palavra de Deus e a Igreja” , relação entre Cristo, Palavra do Pai, e a Igreja (50-89); e a última parte denominada Verbum Mundo, que trata da “A Missão da Igreja” (90-120) que brota da palavra de Deus.
Ao tomar contato com este capítulo, se percebe o grande incentivo que a Igreja deu  ao que hoje chamamos de Pastoral Bíblica. Nestes cinquenta anos, graças a este importante documento, a Sagrada Escritura tornou-se algo muito presente na vida de muitas pessoas. O estudo da Bíblia é o tema mais requisitado pelos agentes de pastoral e, cada vez mais, se multiplicam os grupos de reflexão bíblica nas paróquias e comunidades. Se hoje, na maioria dos encontros se faz a leitura e a meditação da palavra de Deus, isso se deve à DV.
Para concluir a reflexão sobre esta ficha, ouça e medite a música “Tua Palavra” de Zé Vicente,  o grande cantador da CEBs. 
Notas:
2] Septuaginta: O nome sugere que esta tradução teria sido concluída em 72 dias, por 72 israelitas, interpretes escolhidos por Deus. A Septuaginta foi  usada pelos judeus helenistas e depois pelos cristãos, e continua sendo usada como base para diversas traduções da Bíblia.
[3] Vulgata: A Bíblia traduzida  para o latim, realizada por São Jerônimo, entre fins do século IV e início do século V, a pedido do Papa Dâmaso. Após o Concílio Vaticano II foi criada uma comissão para sua revisão, que foi concluída em 1975, sendo promulgada em 1979, pelo Papa João Paulo II, recebendo o nome de Nova Vulgata.
Referências Bibliográficas
  A Exortação Apostólica Verbum Domini in Observatório Bíblico
Sbardelotto, Moisés, A Palavra de Deus como “acontecimento” e “encontro”. Entrevista de Johan Konings para a Revista I.H.U.
Para refletir:
  1. Segundo esta ficha, por que a Palavra de Deus é o fundamento da Igreja?
  2. Como o estudo da DV contribuiu para a sua formação?
  3. Como a Igreja e os fiéis têm tornado viva a Palavra de Deus?

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