DOMINGO DE PÁSCOA - Homilia
1 No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus,
2 Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”.
3 Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo.
4 Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo.
5 Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou.
6 Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão
7 e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte.
8 Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou.
9 De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos.
"PEDRO E JOÃO CORREM PARA O TÚMULO DE JESUS" Quadro de Eugène Burnand |
JOSÉ ANTONIO PAGOLA
ENCONTRAR-NOS COM O RESSUSCITADO
Segundo o relato de João, Maria de Magdalena
é a primeira que vai ao sepulcro quando, ainda, estava escuro, e
descobre, desconsolada, que ele está vazio. Falta-lhe Jesus. O Mestre
que a havia compreendido e curado. O Profeta ao qual havia seguido
fielmente até o final. A quem seguirá agora? Assim se lamenta diante dos
discípulos: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”.
Estas palavras de Maria poderiam expressar a experiência que vivem, hoje, muitos cristãos: O que fizemos de Jesus ressuscitado? Quem o levou? Onde o pusemos? O Senhor, no qual acreditamos, é um Cristo cheio de vida ou um Cristo cuja recordação se vai apagando pouco a pouco nos corações?
É um erro buscarmos “provas” para crer com mais firmeza. Não basta recorrer ao magistério da Igreja. É inútil indagar nas exposições dos teólogos. Para encontrar-nos com o Ressuscitado é necessário, antes de tudo, fazer um percurso interior. Se não o encontramos dentro de nós, não o encontraremos em nenhuma parte!
João descreve, um pouco mais tarde, Maria correndo de um lado para o outro a fim de buscar alguma informação. E, quando vê Jesus, cega pela dor e as lágrimas, não consegue reconhecê-lo. Pensa que seja o jardineiro. Jesus somente lhe faz uma pergunta: “Mulher, por que choras? A quem procuras?”.
Talvez devamos nos perguntar, também, algo semelhante. Por que a nossa fé é, às vezes, tão triste? Qual é a causa última dessa falta de alegria entre nós? O que buscam os cristãos de hoje? O que é que nos falta? Estamos procurando um Jesus que necessitamos para nos sentirmos cheios de vida em nossas comunidades?
De acordo com o relato, Jesus está falando com Maria, porém ela não sabe que é Jesus. É então, quando Jesus a chama por seu nome, com a mesma ternura que punha em sua voz quando caminhavam pela Galileia: “Maria!”. Ela volta-se rapidamente e diz: “Rabuni, Mestre!”.
Maria encontra-se com o Ressuscitado, quando se sente chamada pessoalmente por ele. É assim. Jesus mostra-se cheio de vida, quando nos sentimos chamados por nosso próprio nome, e escutamos o convite que faz a cada um de nós. É, então, quando a nossa fé cresce.
Não reavivaremos nossa fé em Cristo ressuscitado alimentando-a somente por fora. Não nos encontraremos com ele, se não buscarmos o contato vivo com a sua pessoa. Provavelmente, é o amor a Jesus, conhecido pelos evangelhos e procurado pessoalmente no fundo de nosso coração, o que melhor pode conduzir-nos ao encontro com o Ressuscitado.
Estas palavras de Maria poderiam expressar a experiência que vivem, hoje, muitos cristãos: O que fizemos de Jesus ressuscitado? Quem o levou? Onde o pusemos? O Senhor, no qual acreditamos, é um Cristo cheio de vida ou um Cristo cuja recordação se vai apagando pouco a pouco nos corações?
É um erro buscarmos “provas” para crer com mais firmeza. Não basta recorrer ao magistério da Igreja. É inútil indagar nas exposições dos teólogos. Para encontrar-nos com o Ressuscitado é necessário, antes de tudo, fazer um percurso interior. Se não o encontramos dentro de nós, não o encontraremos em nenhuma parte!
João descreve, um pouco mais tarde, Maria correndo de um lado para o outro a fim de buscar alguma informação. E, quando vê Jesus, cega pela dor e as lágrimas, não consegue reconhecê-lo. Pensa que seja o jardineiro. Jesus somente lhe faz uma pergunta: “Mulher, por que choras? A quem procuras?”.
Talvez devamos nos perguntar, também, algo semelhante. Por que a nossa fé é, às vezes, tão triste? Qual é a causa última dessa falta de alegria entre nós? O que buscam os cristãos de hoje? O que é que nos falta? Estamos procurando um Jesus que necessitamos para nos sentirmos cheios de vida em nossas comunidades?
De acordo com o relato, Jesus está falando com Maria, porém ela não sabe que é Jesus. É então, quando Jesus a chama por seu nome, com a mesma ternura que punha em sua voz quando caminhavam pela Galileia: “Maria!”. Ela volta-se rapidamente e diz: “Rabuni, Mestre!”.
Maria encontra-se com o Ressuscitado, quando se sente chamada pessoalmente por ele. É assim. Jesus mostra-se cheio de vida, quando nos sentimos chamados por nosso próprio nome, e escutamos o convite que faz a cada um de nós. É, então, quando a nossa fé cresce.
Não reavivaremos nossa fé em Cristo ressuscitado alimentando-a somente por fora. Não nos encontraremos com ele, se não buscarmos o contato vivo com a sua pessoa. Provavelmente, é o amor a Jesus, conhecido pelos evangelhos e procurado pessoalmente no fundo de nosso coração, o que melhor pode conduzir-nos ao encontro com o Ressuscitado.
Tradução do espanhol por Telmo José Amaral de Figueiredo.
Fonte: MUSICALITURGICA.COM - Homilías de José A. Pagola - Segunda-feira, 25 de março de 2013 - 10h15 - Internet: http://www.musicaliturgica.com/0000009a2106d5d04.php
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