3845. Evangelho de quinta-feira (27-12-2012) - S. João Evangelista - 1Jo 1, 1-4; Sl 96, 1-2.5-6.11-12; Jo 20, 2-8 - No primeiro dia da semana, Maria Madalena saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”. Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou. Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu e acreditou.
Recadinho: - Acreditamos nas coisas de Deus ou exigimos sempre, para tudo, argumentos racionais? - Cristo está vivo em meu coração? - Minha vida é um testemunho de minha fé? - Minha vida pode ser colocada como exemplo a ser seguido? - Transmito a paz que a Ressurreição trouxe ao mundo?
3846. A violência é sempre má conselheira! - Dom Demétrio Valentini, Bispo de Jales (SP), antes que 2012 se finde, publicou um artigo em solidariedade a Dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia (MS), pois dom Pedro está sendo seriamente ameaçado de morte. Para protegê-lo, o Governo Federal tomou a iniciativa de removê-lo de lá, e levá-lo a um lugar distante, onde permanece sob a custódia da Polícia Federal. Publicamos a seguir uma síntese do artigo.
3847. Proteção Policial! - “Dadas as circunstâncias, esta medida do Governo se justifica e merece ser apoiada. Quando a vida corre perigo, o Estado tem a obrigação de fazer o que está ao seu alcance para defendê-la e preservá-la. Independente dos motivos das tensões existentes, devidas à iminente execução da sentença de reintegração de posse em favor dos índios Xavantes das terras de “Marâiwatsèdè”, com a retirada de toda a população não indígena, permanece muito estranha, e profundamente equivocada a ameaça feita contra Dom Casaldáliga, como se ele fosse o culpado da situação agora existente”.
3848. Comovente exemplo de autenticidade evangélica - Desde sua eleição para bispo, em 1971, “Dom Pedro vem dando comovente exemplo de autenticidade evangélica, de austeridade, vivendo pobremente na Prelazia que a Igreja lhe confiou. Hoje com 84 anos de idade, desde 2002 é Bispo Emérito. Como tal, podia ter retornado à sua terra de origem, a Catalunha (Espanha), mas fez questão de permanecer nesta terra cheia de conflitos decorrentes de problemas de terras mal resolvidos”.
3849. “Quem está sendo ameaçado de morte? - Ele, Dom Pedro, que “é incapaz de matar sequer um mosquito! Por que temer um ancião de 84 anos, desarmado, indefeso, cordato e pacífico? A violência é sempre má conselheira. É preciso, quanto antes, desarmar os espíritos, para todos assumirem uma postura de respeito e de entendimento. Ainda mais tendo presente a firme decisão de Dom Pedro, de manter-se sereno diante das ameaças, e pronto igualmente para testemunhar com a própria vida suas convicções na defesa dos humildes, sejam eles índios ou posseiros”.
3850. Bispo, poeta de Deus - Diante de novas ameaças de morte, Dom Pedro continuou fazendo poemas, como fez ao longo de sua vida. Eis seu recente recado aos que querem matá-lo: “Eu morrerei de pé como as árvores! / Me matarão de pé! / O sol, como testemunha maior, / porá seu lacre sobre meu corpo duplamente ungido!”
3851. Para situações difíceis, grandeza de ânimo - “Para situações difíceis, se requer grandeza de ânimo, não o atalho das armas”, conclui Dom Demétrio. E alerta que “a situação é grave, por causa da execução de sentença judicial que determina a retirada dos que ocupam terras cujo direito é garantido ao povo Xavante. O Governo Federal deve, como manda também a Constituição, indenizar todas as benfeitorias feitas pelos ocupantes de boa fé, mesmo que tenham sido enganados. O Governo precisa assumir o compromisso de re-assentar os agricultores, de imediato, na medida em que vão sendo retirados deste território. Assim será possível atender ao direito dos índios, sem atropelar o direito dos pobres agricultores, que também não têm culpa do impasse agora existente!”
Pe. Geraldo Rodrigues, CSsR
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