Uma vez redentorista, sempre
redentorista!
Vocês já repararam na
quantidade de produtos químicos que há em um iogurte infantil? Aposto que,
reparando, usarão menos...
018 – Mamão
Mamãe
fazia doces para nós e para vender na loja ou na rua. Colocados em pedaços em
um prato esmaltado ou de louça, o José Maurício e eu saíamos à rua para
vendê-los – no Calado não havia padarias e muito menos confeitaria ou coisa
parecida.
Ela
aproveitava o mamão para uma infinidade de coisas: maduro in natura ou na
salada; já o verde, refogava-o ou preparava-se os doces em calda, ralado,
o “espelho” ou o cristalizado.
Quando se cortava um pé de mamão, o miolo do caule servia para o doce de mamão
ralado. Dos mamãos pequenos, retirava-se o miolo, e com eles inteiros
preparava-se um doce em calda e depois os enchia com doce de leite; tampados e
imersos no doce de leite, durante mais de um mês, era uma maravilha: o maná dos
deuses!
217 - A geléia
Enquanto
nossa vizinha, Dona Rosa Bragança, preparava as deliciosas geléias de mocotó,
eu menino batia papo e ela batia a geléia até branquear – não sei como
aguentava – trabalho duríssimo. Acabou me dando a Suely, sua filha caçula, como
afilhada. Uma vez, no Seminário de Congonhas, achei um pedaço de revista com a
foto de uma menina. Lembrei-me da Suely, enviei o retrato para comadre e ela
fez um vestido com o modelo usado pela menina da foto.
Sempre
chegavam lá em casa dois pedaços de geléia: a meio transparente, sem ser
batida, e a branca, batida! Não sei qual da duas eu gostava mais!
035 – A piorra
Os
presentes de Natal eram simples, mas sempre presentes. Depois de muita
expectativa, achava-os ao lado de nossos sapatos. Num Natal pedi ao Papai Noel
uma piorra. Ganhei uma de metal, lata, toda colorida – depois de pouco uso
enjoei dela. Gente, tocar piorra o dia todo não é mole não! Na surdina,
larguei-a de lado.
Imaculada
ganhava um presente a mais, da madrinha Dona Nilza, e o Sô Bento dava um para o
José Maurício.
A
gente escondia os sapatos, mamãe, com jeitinho, arrancava da gente onde os
tínhamos escondidos – nem papai ficava sabendo, só falávamos para ela.
Papai Noel descobria!
Lembro-me que estava admirando os brinquedos da loja do Zé Avelino e alguém me
revelou a verdade sobre o Papai Noel. Fiquei muito decepcionado – gostaria de
acreditar nele até hoje! Era maravilhoso! Que saudade!
E por falar em piorra, havia em Fabriciano várias árvores que davam uma
frutinha que a gente chamava de piorra. Só vi quando menino. E os meninos
apanhavam no chão essas sementes e brincavam muito de colocá-las para rodar com
dois dedos – neste caso, piorra é um pião pequeno que se faz girar com pressão
exercida pelas pontas dos dedos.
Benedito Franco
Ave Maria!
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