O DIACONATO PERMANENTE
Assim como no dia 4, comemoramos o
“Dia do Padre”, na festa de Cura d´Ars, no dia 10 de agosto a Igreja
comemora o “Dia do Diácono” na festa do mártir São Lourenço patrono dos
Diáconos. Mas quem são os Diáconos na Igreja Católica? Trata-se do
primeiro grau no Sacramento da Ordem historicamente criado no capítulo 6
dos Atos dos Apóstolos. Para o Diaconato Permanente podem ser ordenados
homens casados. Na Igreja nascente havia grande necessidade de
ministros para auxiliarem os apóstolos na área da caridade para atender
sobretudo as viúvas de origem grega. Assim, foram ordenados sete homens
“de boa fama, repletos do Espírito e de sabedoria”. Nas palavras do papa
Paulo VI: “Com a vossa ordenação {diaconal} estais configurados a
Cristo na sua função de Servo. Vós deveis também ser sinais vivos da
condição de servos da sua Igreja”. Os diáconos exercem seu ministério
partilhando inúmeros serviços com os agentes de pastoral. Todavia, por
força da ordenação, eles contam com a graça sacramental, pela qual,
junto com os bispos e presbíteros, são postos à parte para uma missão
específica. O Documento de Puebla afirma que o diácono recebe uma graça
sacramental própria para ser sinal sacramental de Cristo-Servo.
O
Diaconato é sacramento da caridade aos pobres e excluídos no sentido
amplo. Assim, o diácono não é ordenado para si mesmo, nem para
colocar-se acima dos leigos, nem para desempenhar funções diferentes dos
presbíteros e dos bispos, mas pela sua vida e testemunho, incorporado à
Igreja por meio de um Sacramento, ele deve revelar uma dimensão
especial da diaconia (serviço), do sacerdócio e do mistério de Cristo,
ajudando a construir um mundo mais de acordo com o Projeto de Deus.
Em relação aos padres, o diácono
permanente contribui com sua larga experiência de inserção na vida
familiar e profissional e no mundo, podendo ajudá-los, especialmente os
mais jovens. "Fortalecidos com a graça sacramental, os diáconos servem
ao povo de Deus na diaconia da liturgia, da Palavra e da caridade, em
comunhão com o bispo e o presbitério" (LG 29). Segundo a tradição
apostólica, o diácono participa da missão plena do bispo, realizando
sua função não apenas em nome do bispo e com sua autoridade, mas em nome
de Cristo e com sua autoridade, mediante a consagração do Espírito
Santo. Em seu grau, participa da missão de Cristo Mediador, Cabeça e
Pastor.
O Concílio Vaticano II, no texto
da restauração do diaconato, lembra: “Dedicados aos ofícios da caridade
e da administração, lembrem-se os diáconos do conselho do
bem-aventurado Policarpo: ‘Misericordiosos e diligentes, procedam em
harmonia com a verdade do Senhor, que se fez servidor de todos’” (LG
29).
São muitos os campos onde a
nossa Igreja deve fazer-se mais presente: pastorais sociais, educação,
meios de comunicação social, movimentos populares. Como este grau do
Sacramento da Ordem só foi restaurado no Ocidente em 1965, poucos
católicos têm consciência da função do diácono na comunidade. Em nossas
condições, o diácono, como membro do clero, exerce o seu ministério
administrando o Sacramento do Batismo, presidindo a celebração do
Matrimônio, proferindo as Exéquias (encomendação dos defuntos),
proclamando a Palavra nas celebrações litúrgicas, atuando na formação
dos leigos e desenvolvendo as pastorais sociais na área da caridade.
Concluindo, os diáconos são pessoas consagradas que representam pública e
oficialmente o Cristo-Servo na sua família, no trabalho, na comunidade e
na sociedade.
Diácono José Antonio Jorge
Doutor em Agronomia, Mestre em Teologia e autor do livro “Escuta Cristã” da editora Vozes.

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