José Antonio Pagola *
Não sabemos, com certeza, como reagiram os discípulos do Batista quando Herodes Antipas o encarcerou na fortaleza Maqueronte. Conhecemos a reação de Jesus. Não se ocultou no deserto. Tampouco, se refugiou entre seus familiares de Nazaré. Começou a percorrer as aldeias da Galileia, pregando uma mensagem original e surpreendente.
O evangelista Marcos resume essa caminhada dizendo que “foi para a Galileia proclamando a Boa Notícia de Deus”. Jesus não repete a pregação do Batista, nem fala de seu batismo no Jordão. Anuncia a Deus como algo novo e bom. Esta é a sua mensagem.
“O tempo já se completou”. O tempo de espera que se vive em Israel acabou. Terminou, também, o tempo do Batista. Com Jesus começa uma nova era. Deus não quer deixar-nos sozinhos diante de nossos problemas, sofrimentos e desafios. Quer construir junto conosco um mundo mais humano.
“O Reino de Deus está próximo”. Com uma audácia desconhecida, Jesus surpreende a todos anunciando algo que nenhum profeta havia se atrevido a declarar: “Deus já está aqui com sua força criadora de justiça, tentando reinar entre nós”.
Jesus experimenta Deus como uma Presença boa e amistosa que está buscando abrir caminho entre nós para humanizar nossa vida. Por isso, toda a vida de Jesus é um chamado à esperança. Existe alternativa. Não é verdade que a história tenha de passar pelos caminhos da injustiça traçados pelos poderosos da terra. É possível um mundo mais justo e fraterno.
Podemos modificar a trajetória da história.
“Convertei-vos”. Não é mais possível viver como se nada estivesse acontecendo. Deus pede a seus filhos e filhas colaboração. Por isso, Jesus grita: “Mudai vossa maneira de pensar e agir”. Nós somos o povo que temos de mudar primeiro. Deus não impõe nada pela força, porém está sempre atraindo nossas consciências para uma vida mais humana.
“Crede nesta Boa Notícia”. Levai-a a sério! Despertai da indiferença. Mobilizai as vossas energias. Crede que é possível humanizar o mundo. Crede na força libertadora do Evangelho. Crede que é possível a transformação. Introduzi no mundo a confiança.
O evangelista Marcos resume essa caminhada dizendo que “foi para a Galileia proclamando a Boa Notícia de Deus”. Jesus não repete a pregação do Batista, nem fala de seu batismo no Jordão. Anuncia a Deus como algo novo e bom. Esta é a sua mensagem.
“O tempo já se completou”. O tempo de espera que se vive em Israel acabou. Terminou, também, o tempo do Batista. Com Jesus começa uma nova era. Deus não quer deixar-nos sozinhos diante de nossos problemas, sofrimentos e desafios. Quer construir junto conosco um mundo mais humano.
“O Reino de Deus está próximo”. Com uma audácia desconhecida, Jesus surpreende a todos anunciando algo que nenhum profeta havia se atrevido a declarar: “Deus já está aqui com sua força criadora de justiça, tentando reinar entre nós”.
Jesus experimenta Deus como uma Presença boa e amistosa que está buscando abrir caminho entre nós para humanizar nossa vida. Por isso, toda a vida de Jesus é um chamado à esperança. Existe alternativa. Não é verdade que a história tenha de passar pelos caminhos da injustiça traçados pelos poderosos da terra. É possível um mundo mais justo e fraterno.
Podemos modificar a trajetória da história.
“Convertei-vos”. Não é mais possível viver como se nada estivesse acontecendo. Deus pede a seus filhos e filhas colaboração. Por isso, Jesus grita: “Mudai vossa maneira de pensar e agir”. Nós somos o povo que temos de mudar primeiro. Deus não impõe nada pela força, porém está sempre atraindo nossas consciências para uma vida mais humana.
“Crede nesta Boa Notícia”. Levai-a a sério! Despertai da indiferença. Mobilizai as vossas energias. Crede que é possível humanizar o mundo. Crede na força libertadora do Evangelho. Crede que é possível a transformação. Introduzi no mundo a confiança.
O que temos feito desta mensagem apaixonante de Jesus?
Como a pudemos esquecer?
Com o que a substituímos?
Com o que estamos nos ocupando, se a primeira coisa é “buscar o Reino de Deus e a sua justiça”?
Como podemos viver tranquilos observando que o projeto criador de Deus de uma terra plena de paz e de justiça está sendo aniquilado pelos homens?
ESCUTAR O CHAMADO À CONVERSÃO
“Convertei-vos porque está próximo o Reino de Deus”. O que estas palavras podem dizer a um homem ou uma mulher de nossos dias? A ninguém atrai ouvir um chamado à conversão. Pensamos, em seguida, em algo custoso e pouco agradável: uma ruptura que nos levaria a uma vida pouca atrativa e desejável, cheia de sacrifícios e renúncia. É, realmente, assim?
Para começar, o verbo grego que se traduz por “converter-se” significa, na realidade, “pôr-se a pensar”, “revisar o enfoque de nossa vida”, “reajustar a perspectiva”. As palavras de Jesus poderiam ser ouvidas assim: “Vede se não tendes de revisar e reajustar algo em vossa maneira de pensar e de agir para que se cumpra em vós o projeto de Deus de uma vida mais humana”.
Se for assim, a primeira coisa que se deve revisar é aquilo que bloqueia nossa vida. Converter-nos é “libertar a vida” eliminando medos, egoísmos, tensões e escravidões que nos impedem crescer de maneira sã e harmoniosa. A conversão que não produz paz e alegria não é autêntica. Não nos está aproximando do Reino de Deus.
Devemos revisar, logo, se cuidamos bem das raízes. As grandes decisões não servem para nada se não alimentamos as fontes. Não nos é pedido uma fé sublime nem uma vida perfeita; somente que vivamos confiando no amor que Deus nos tem. Converter-nos não é empenhar-nos em ser santos, mas sim, aprender a viver acolhendo o Reino de Deus e a sua justiça. Somente, então, pode começar em nós uma verdadeira transformação.
A vida jamais é plenitude nem êxito total. Temos de aceitar o “inacabado”, o que nos humilha, o que não conseguimos corrigir. Importante é manter o desejo, não ceder ao desalento.
Converter-nos não é viver sem pecado, mas aprender a viver do perdão, sem orgulho nem tristeza, sem alimentar a insatisfação pelo que deveríamos ser e não somos. Assim diz o Senhor no livro de Isaías: “Pela conversão e pela calma sereis libertados” (30,15).
Para começar, o verbo grego que se traduz por “converter-se” significa, na realidade, “pôr-se a pensar”, “revisar o enfoque de nossa vida”, “reajustar a perspectiva”. As palavras de Jesus poderiam ser ouvidas assim: “Vede se não tendes de revisar e reajustar algo em vossa maneira de pensar e de agir para que se cumpra em vós o projeto de Deus de uma vida mais humana”.
Se for assim, a primeira coisa que se deve revisar é aquilo que bloqueia nossa vida. Converter-nos é “libertar a vida” eliminando medos, egoísmos, tensões e escravidões que nos impedem crescer de maneira sã e harmoniosa. A conversão que não produz paz e alegria não é autêntica. Não nos está aproximando do Reino de Deus.
Devemos revisar, logo, se cuidamos bem das raízes. As grandes decisões não servem para nada se não alimentamos as fontes. Não nos é pedido uma fé sublime nem uma vida perfeita; somente que vivamos confiando no amor que Deus nos tem. Converter-nos não é empenhar-nos em ser santos, mas sim, aprender a viver acolhendo o Reino de Deus e a sua justiça. Somente, então, pode começar em nós uma verdadeira transformação.
A vida jamais é plenitude nem êxito total. Temos de aceitar o “inacabado”, o que nos humilha, o que não conseguimos corrigir. Importante é manter o desejo, não ceder ao desalento.
Converter-nos não é viver sem pecado, mas aprender a viver do perdão, sem orgulho nem tristeza, sem alimentar a insatisfação pelo que deveríamos ser e não somos. Assim diz o Senhor no livro de Isaías: “Pela conversão e pela calma sereis libertados” (30,15).
* José Antonio Pagola é sacerdote espanhol. Licenciado (= mestrado) em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma (1962), licenciado em Sagrada Escritura pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (1965), Diplomado em Ciências Bíblicas pela École Biblique de Jerusalém (1966). Professor no Seminário de San Sebastián e na Faculdade de Teologia do norte da Espanha (sede de Vitoria). Desempenhou o encargo de reitor do Seminário diocesano de San Sebastián e, sobretudo, o de Vigário Geral da diocese San Sebastián (Espanha). É autor de vários ensaios e artigos, especialmente o famoso livro: Jesus - Aproximação Histórica (publicado no Brasil pela Editora Vozes, 2010).
Fonte: MUSICALITURGICA.COM - Homilías de José A. Pagola - 17/01/2012 - 10h25 - Internet: http://www.musicaliturgica.com/0000009a2106d5d04.php
Publicado pelo Pe. Telmo em seu blog
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