Pe.Fábio Bento da Costa CSsR Superior Provincial |
Chamados para uma missão, cada um de nós vai respondendo a Deus através da vida entregue a serviço dos irmãos. A alegria é um dos frutos na vida de uma pessoa realizada na sua vocação. Sentir-se feliz é sinal de ter acertado na escolha e na decisão vocacional. Realizar a missão com zelo e sentir prazer de ser religioso ou padre é tornar-se testemunha de que Deus tem prioridade em nossa vida. O contrário também é verdade: uma vida regada por lamentações de quem destila amarguras e azedumes, é uma vida triste de quem não acertou ou não assumiu sua vocação. É evidente que há dificuldades na vida de cada um de nós e na instituição que pertencemos. Mas as dificuldades precisam ser enfrentadas e superadas com sabedoria e na dinâmica da fé, da esperança e da caridade. Aquele que cuida da vocação recebida de Deus, não põe tudo a perder e é capaz de retomar o caminho porque confia na palavra do Mestre: “Não há ninguém que tenha deixado casa ou irmãos ou irmãs ou mãe ou pai ou filhos ou campos, por minha causa e por causa do evangelho, que não tenha recebido já no presente cem vezes mais...” (Mc 10,29-30).
Pe. Amedeo Cencini comenta que “no fundo, o cêntuplo está justamente aqui: na descoberta de que consagrar-se ao Deus do amor multiplica a capacidade afetiva do coração humano e, portanto, torna-nos positivos e abertos aos outros, verdadeiros homens de coração grande. O cêntuplo está na constatação que em nome dele podem-se atar inumeráveis vínculos de amizade e fraternidade de grande intensidade e inclusive com grande liberdade interior. É belo e é fonte de alegria pensar que Deus, o multiplicador da alegria, não constrói a sua glória sobre as cinzas ou as ruínas da nossa humanidade, mas nos quer sempre filhos humaníssimos e alegres, resplandecentes de simpatia, capazes de humorismos, livres para amar e fazer-se amar, mas também aptos a captar o lado brincalhão da vida quando isso pode servir para mitigar certas asperezas e tristezas, para reconhecer a amabilidade do outro, de qualquer outro, tornando amável diante de todos Aquele que é a alegria infinita e de fato sumamente amável.
Se Deus é o multiplicador da alegria, o cristão é o homem da alegria multiplicada. Poderíamos, pois, dizer: fruto da alegria é a alegria centuplicada, ou fruto da capacidade e liberdade de deleitar-se para encontrar sempre mais motivos de alegria. Cada um de nós pode perguntar- se: posso afirmar ter descoberto esse cêntuplo ao redor de mim e a mim concedido pelo Mestre? Posso de fato afirmar ter descoberto na minha vida esse cêntuplo? É impressionante escutar pessoas consagradas admitirem honestamente jamais terem descoberto esse cêntuplo. Como se o Mestre os tivesse enganado. O contrário da alegria!”
Que cada um de nós renove o seu SIM com alegria, pois a cada dia o Mestre nos chama: “Segue-me!”
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