São João I, papa, +526

O Papa Hormisda e o imperador Justino acabaram com o cisma entre Roma e Constantinopla, que tinha iniciado em 484, com o então imperador Zenão, através do que parecia impossível: um acordo entre católicos e arianos. Com esse acordo obtiveram bons resultados políticos, na medida em que os godos eram arianos.
Porém, no final de 524, o imperador Justino publicou um decreto ordenando o fecho das igrejas arianas de Constantinopla e a exclusão dos arianos de toda a função civil e militar.
Roma, que era então governada pelo imperador Teodorico, o grande, o rei dos bárbaros arianos que tinha invadido a Itália, obrigou o Papa João I a viajar para Constantinopla solicitando ao imperador Justino a revogação do decreto.
Apesar do imperador Justino ter-se ajoelhado perante o primeiro Sumo Pontífice a pisar em Constantinopla, este não o conseguiu demover da perseguição aos arianos. A solicitação foi atendida apenas em parte, o imperador concordou em devolver as igrejas confiscadas aos arianos, mas manteve o impedimento dos arianos convertidos ao catolicismo, poderem retornar ao arianismo.
Com o fracasso da sua missão, o Papa João I despertou a ira do imperador Teodorico. Assim, quando colocou os pés em Roma foi detido e aprisionado em Ravena, onde morreu no dia 18 de maio de 526, tendo sido declarado mártir da Igreja.
S. Leonardo Murialdo, presbítero, +1900
Nasceu no dia 26 de outubro de 1828, na cidade de Turim, Itália, tendo ficado órfão de pai com apenas cinco anos . Era de uma família tradicionalmente rica, ao mesmo tempo, religiosa. Recebeu esmerada educação, transmitida pela mãe desde a infância, fazendo florescer nele as mais belas virtudes cristãs. Freqüentou a faculdade de Savona, onde dedicou-se aos jovens pobres e órfãos, e logo a prática da caridade tornou-se peculiar ao seu caráter, à sua personalidade.
São Leonardo insere-se no número das figuras de singular santidade que caracterizaram a Igreja piemontesa no século XIX. Distinguem-se, entre outros, as fortes personalidades de Cottolengo, de Lantieri, de Alamano, de Dom Bosco e de Dom Orione, com as suas intuições perspicazes, o genuíno amor pelos pobres e a ilimitada confiança na Providência. Através da ação deles, a caridade da Igreja pôde promover de maneira eficaz a emancipação material e espiritual dos filhos do povo, vítimas de graves injustiças e postos à margem do tumultuoso processo de modernização da Itália e da Europa.
Foi ordenado sacerdote em 1851. A sua espiritualidade, fundada sobre a Palavra de Deus e sobre a doutrina de autores seguros, tais como Santo Afonso e São Francisco de Sales, para nomear apenas alguns, foi animada pela certeza do amor misericordioso de Deus. O cumprimento da vontade de Deus na realidade quotidiana, a intensa vida de oração, o espírito de mortificação e uma ardente devoção à Eucaristia caracterizaram o seu caminho de fé.
Já no início de seu ministério sacerdotal, empenhou-se na catequese de crianças e também na criação de diversos orfanatos, aos pobres e pessoas abandonadas. Foi escolhido como reitor do Colégio de Jovens Artesãos, cargo que desempenhou com brilho especial, formando os jovens dentro de uma formação eminentemente cristã, objetivando perfeito aprimoramento moral e profissional. Os que ingressavam no Colégio e persistiam nos estudos, formavam-se com qualificação profissional. O sucesso deste empreendimento, motivou a criação de diversos outros colégios por toda a Itália, a fim. Seria este o início da então Pia Sociedade Turinesa de São José, hoje conhecida como Congregação de São José, que alastrou-se rapidamente na Europa, África e nas Américas.
“O coirmão e biógrafo, Padre Reffo, observa que Murialdo queria sempre dar-se conta precisamente das condições de família dos seus jovens, para saber regular-se com eles e com os seus pais, e tinha cuidados especiais por aqueles que provinham de famílias más e, por isso, já tinham adquirido princípios corruptos. Antes, ele "cuidava de se ocupar individualmente de algum jovem mais ignorante ou mais lento em aprender e, com grande paciência, procurava instruí-lo" .
“Soube ser pai para os seus jovens em tudo o que se referia ao seu bem-estar físico, moral e espiritual, preocupando-se da sua saúde, alimentação, vestuário e formação profissional. Favoreceu, ao mesmo tempo, a preparação e a qualificação dos responsáveis pelos vários laboratórios, procurando aperfeiçoar a sua capacidade educativa através de conferências pedagógico-religiosas.
Jamais descuidou o crescimento religioso, além do humano, dos jovens. "O nosso programa - ele escreveu - não é apenas tornar os nossos jovens inteligentes e trabalhadores eficientes, nem sequer fazê-los sabichões orgulhosos..., mas antes de tudo fazê-los cristãos sinceros e francos". Por isto desenvolveu entre eles a catequese, favoreceu a prática sacramental e incrementou associações para os jovens e adolescentes, estimulando-os a ser apóstolos no meio dos seus companheiros e dando vida, quanto a isto, à Confraria de São José e à Congregação dos Anjos da Guarda.”
Viveu e consagrou-se de forma tão intensa aos seus trabalhos sociais e espirituais, que as extenuantes horas de dedicação acabaram culminando no declínio de sua saúde. Após sofrer várias crises de pneumonia, entregou sua alma a Deus, no dia 30 de março de 1900. Foi canonizado em 1970 pelo Papa Paulo VI, que designou a comemoração de sua festa para o dia 18 de maio.
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