PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
“A Ressurreição presente na vida”
948. Jesus está vivo
Se conhecêssemos as Escrituras, o quanto não poderíamos refletir sobre a presença de Jesus na comunidade. Até hoje, vemos repetidas vezes, as mesmas cenas que os discípulos viram. Vemos de outro modo, mas elas aí estão. Não há necessidade de vermos, pois cremos e somos felizes por isso, como dizia Jesus: “Felizes os que creram sem ter visto” (Jo 20,23). É a mesma realidade dos primeiros cristãos que não viram Jesus depois da Ressurreição. Mas creram e foram felizes. Acreditaram no testemunho das pessoas escolhidas por Deus para verem e anunciarem (At 10,41). A participação coerente na comunidade, nas eucaristias, nas celebrações, nos trabalhos apostólicos é o testemunho claro que nós cremos. E nos alegramos. Ele está vivo!
Imaginemos o que significou para aqueles pobres homens assustados com a morte Jesus e temerosos do que poderia acontecer com eles, ter Jesus vivo, ali, sendo tocado por eles, comendo e bebendo com eles. Estava numa dimensão de ressuscitado e não simplesmente retornado à vida, como Lázaro. Era tanta a alegria que não conseguiam acreditar (Lc 24,41-42). Eram pessoas simples como nós e muito mais humildes. A força da Ressurreição os transformou em potentes anunciadores. Faziam milagres maiores que os de Jesus. Ele estava vivo e isso lhes dava vida. Falta-nos a compreensão e a capacidade de ver Jesus vivo na comunidade através de sua força atuante nas pessoas. Um dia na missa perguntei para as crianças qual era a missão de Jesus. Uma menininha respondeu: “Ele veio mostrar o carinho do Pai”. De onde sai essa força de evangelização tão pura, senão da pessoa de Jesus? Vemos atitudes que superam a condição humana. 949. Presença na comunidade
Falamos das pessoas, mas Jesus dá muito valor à comunidade. Apareceu a muitos individualmente, como narram os evangelhos. Mas aparecia preferentemente no 1º dia da semana, isto é, em nosso domingo. Aparecia na comunidade reunida. Para os cristãos, o primeiro dia, era depois do sábado judeu. Não era feriado. Era dia do Senhor (por isso domingo, vem do latim, dies dominica – dia do Senhor). A comunidade reunida é o lugar e o momento da maior manifestação de Jesus através da palavra, dos símbolos sacramentais, da comunhão fraterna e da partilha do pão eucarístico. Não vou à missa para cumprir uma obrigação, mas para ter o prazer de estar com o Senhor que se manifesta. Não ir à celebração é um prejuízo para si mesmo. E também para a comunidade. Os impedidos de ir à celebração podem acompanhá-la com grande fruto através dos meios de comunicação.
950.Estímulo a anunciar
Ao encontrar Jesus vivo na comunidade, podemos ter a certeza que vamos anunciar. Quando vemos algum lugar onde se fazem milagres, logo fazemos nossa romaria e contamos para todos as maravilhas que vimos. É maravilhoso também poder, depois de uma celebração contar, não só as coisas bonitas, mas a alegria de poder sentir a paz, a serenidade, a força para as dificuldades, a solução de tantos problemas que passamos. Não precisamos fazer espetáculo para ser bonito. Precisamos ver na simplicidade de nossas celebrações, a grandeza do Deus que nos ama e nos dá Jesus. É importante anunciar o que aprendemos, o bem que fez, a alegria que vivemos. Assim as pessoas sentir-se-ão atraídas. Daí a responsabilidade de celebrar bem, e ter uma coerência de vida com a celebração. O testemunho dos apóstolos atraia a todos. É o mesmo que podemos dar.
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