Padre Walmir respondeu em 06/12/10

PADRE WALMIR GARCIA DOS SANTOS CSsR

Enio Amaral: Se possível, em um breve comentário explique-me a passagem bíblica de Levítico cap. 21, vers. 18 a 21.

No tempo em que foi escrito o livro do Levítico as doenças eram consideradas maldição ou possessão demoníaca. Qualquer tipo de doença de pele ou defeito físico era abominado pelo povo, por isso tal recomendação do livro da Lei, não permitir que alguém com qualquer tipo de defeito fosse aceito para ser sacerdote do Templo. Só questão de costume da época, que não tem valor para nós hoje, que sabemos a origem das doenças e males que afligem as pessoas.

Helenita: É verdade que a Igreja Católica não vai mais celebrar casamentos entre casais de diferentes religiões? Ou seja, um católico e um crente? Se for verdade, qual o motivo dessa proibição?

Eu não tenho conhecimento de tal lei ou orientação. Não é verdade isso, pois a Igreja permite o casamento de mista religião, desde que seja autorizado pela autoridade competente, no caso o Bispo ou o seu delegado.

Não identificada: O primeiro relacionamento da minha filha foi com um homem casado. Desse relacionamento vieram dois filhos. Eles se separaram e acabou se envolvendo com outro homem casado. Me disseram que isso é maldição de família e que vai durar até a quarta geração. Isso é verdade? Todas as vezes que as crianças passam o final de semana com o pai, voltam mais rebeldes. Devo deixá-los ir?

Eu não acredito em maldição, ainda mais nesse caso. Creio que sua filha está mal orientada em seus relacionamentos, buscando se relacionar com pessoas comprometidas. Ela precisa ter mais prudência em seus relacionamentos. Quanto a deixar ou não os filhos visitar os pais isso é uma questão legal, pois não se pode impedir os filhos de conviver com o pai ou a mãe quando esses são separados, a não ser quando proibidos legalmente. É preciso saber orientar bem essas crianças.

Sônia Petruci: Gostaria de saber se já leu o livro Ágape? Fiquei sabendo que algumas pessoas que leram o tal livro foram agraciadas com uma bênção. Isso seria possível?

Eu não li o livro de autoria do Pe. Marcelo Rossi, pois ainda não tive a oportunidade. Quanto a ler e ser agraciado com uma bênção, pode ser, pois se o livro é bom e orienta as pessoas para o bem, isso é uma bênção.

Elaide Lemes Costa: Meu sobrinho foi jurado de morte e como ele não era batizado, minha irmã foi na Igreja pedir um padre para batizá-lo, só que o padre não quis batizá-lo. O padre agiu certo? Quando meu sobrinho faleceu foi uma equipe da Igreja batizá-lo morto, esse batismo teve validade?

Eu acho que deve haver algum engano nisso. Creio que o padre não negou o batismo simplesmente por negar, mas pelo motivo. Não é só porque uma pessoa está jurada de morte que deve ser batizada, mas se ela tem fé, se freqüenta a Igreja e deseja assumir o batismo, pois esse sacramento não é uma coisa a ser oferecida assim, sem compromisso. Para se batizar uma pessoa adulta é preciso que esta esteja compromissada com a Igreja e assuma livremente seguir Jesus Cristo, ou seja, a pessoa deve participar da Igreja e também da catequese. Não se pode batizar uma pessoa morta, não tem valor nenhum, mas creio que as pessoas da Igreja foram lá para fazer a encomendação do corpo e não para realizar o batismo.

Nivia: Entre perguntas que ouço o senhor responder, várias são sobre relacionamento entre casais. O período do namoro não serve justamente para se conhecerem? Acho que usamos muitas máscaras e quando enfrentamos a convivência do dia a dia as máscaras caem. Qual a sua opinião sobre isso, pois o curso de noivos muitas vezes é inútil.

O namoro deveria servir para o mútuo conhecimento, mas infelizmente o que vemos hoje é exatamente o contrário, aliás, nem namoro está existindo mais – claro que não falo de maneira geral. Muitas pessoas começam o namoro, ou o relacionamento a dois pelo sexo, sem compromisso e sem amor, isso é uma lástima, por isso tanta falência de casamentos realizados sem fundamento, sem conhecimento. Não acho o curso de noivos inútil, pois os casais que colaboram com esses cursos têm boa vontade de repassar a experiência que vivem, talvez a inutilidade se dá pela falta de atenção daqueles que fazem o curso, e também o fazem só quando já está tudo pronto para o casamento.

Beatriz: Já ouviu falar de uma Igreja que se chama “Capela Loretto”? Ela fica na cidade de Santa Fé, estado do Novo México. Dizem que lá tem uma escada milagrosa. Conhece a história dessa escada?

Eu não tinha conhecimento desse fato, mas pesquisei e pude conhecer a lenda de tal escada milagrosa que está construída na Capela de Loretto, na Cidade de Santa Fé, capital do estado do Novo México, nos Estados Unidos. Segundo a lenda essa escada fora construída supostamente por S. José. Ela foi construída com uma madeira misteriosa, que ninguém sabe de onde veio e não se tem noticia do homem que a construiu, pois após o término da construção, simplesmente sumiu. Arquitetos e engenheiros têm dificuldade para entender como a escada se mantêm de pé. É algo estranho ao nosso conhecimento.

Não identificada: Minha avó está muito doente, voltou a ser criança, sofre do Mal de Alzheimer. Sua filha caçula não gosta muito dela e não ajuda com nada e, por causa de fatos passados, não perdoa a mãe. Será que esta falta de perdão da minha tia para com a minha avó é que não a deixa partir? Ela está sofrendo muito.

Sua avó não partiu porque seus órgãos ainda estão funcionando, não tem nada a ver com o ignorância de sua tia que não a perdoa por fatos passados. A falta de perdão por parte dela fará mal a ela mesma e não à sua avó. Pena ainda existirem pessoas amargas, rancorosas que não perdoam as outras. Creio que será pior para sua tia do que para a sua avó.

Sandra Rosa: Já ouvi dizer que não há pecadinho e nem pecadão, é tudo igual. Quem rouba uma caneta comete o mesmo pecado de quem rouba um carro.

Eu concordo com essa idéia, para mim pecado é pecado. Pecado é ato de desamor. Quem ama não rouba, não mata, não faz mal a si mesmo e nem a outros.

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