Cada vez mais raro atualmente, o uso de cavalos era uma constante na vida dos missionários. Não havia a facilidade dos carros e das estradas de hoje.
Só Deus sabe o montante das distâncias percorridas pelos beneméritos apóstolos no lombo de animais. E, porque não dizer também, os tombos que aqui ou ali aconteceram.
Acredito ser oportuno lembrar também que, naqueles tempos, nem para montar era permitido tirar a batina. Se por um lado era incômodo, por outro "machucava-se" a batina mas...livrava-se a pele!
Outro pormenor a recordar é que, normalmente, o missionário não escolhia o animal que ia cavalgar. Tinha de contentar-se com o que traziam e nem sempre era grande coisa. Mas, não havendo outra saída, era montar e ir em frente.
Pois bem, certa ocasião saí a cavalo para atender um doente em uma fazenda. Ao regressar, não eram poucas as pessoas que esperavam o padre cavaleiro à porta da capela. Escondendo o secreto desejo de dar uma de experimentado peão, fiz a maior pose do mundo para apear. O castigo veio na hora! Esqueci-me de que o laço estava dependurado ao lado do arreio.
Nele enrosquei o pé, perdi completamente o equilíbrio e...esborrachei-me no chão bem na frente de toda aquela gente! Não é difícil imaginar a vergonha que passei.
Para amenizar o vexame, um velho e fiel amigo que estava ao lado segurou o cavalo pelas rédeas e comentou bem alto: "O Padre Galvão foi esperto. Quando viu que ia cair, deitou!"
Obrigado, velho amigo, pela "colher de chá"!
REVISTA DE APARECIDA - FEVEREIRO 2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar. Sua participação é muito importante para nós. Deixe seu e-mail para podermos lhe contatar.