Pe. Godofredo Joosten, CSsR
Falecido em Campina Grande-PB - 25-01-19 77 (71 anos)
Fundador de nossa casa de Arcoverde, PE
O Pe. Godofredo faleceu em Campina Grande-PB, no dia 25-01-1977. Chegou ao Brasil em 1931 e tornou-se um missionário de valor nas regiões de Minas Gerais. Por causa da sua capacidade, chegou a ser Superior das Missões. Era um homem robusto e a natureza doou-lhe uma voz forte e sonora, que, na hora do sermão da noite, enchia a praça toda, não obstante a carência de um microfone. Pregou muitas Missões em situações duras, semelhanças àquelas que Pe. Pedro pregou durante tantos anos. O caráter do Pe. Godofredo era bastante diferente do de Pe. Pedro, pois o Pe. Godofredo era um pouco introvertido e taciturno.
Em 1953 pediu ao Pe. Provincial da Holanda que o incorporasse à Vice-Província do Recife. E, em 1954 foi nomeado fundador da nossa casa e Vigário da Paróquia de Nossa Senhora do Livramento, de Arcoverde-PE. O Pe. Timóteo Veltman foi o co-fundador.
Esta nova fundação da Vice-Província teve, logo no início, graves dissabores por causa da doença dos dois fundadores, que foram acometidos de febre tifóide. O caso de Pe. Godofredo teve uma face gravíssima e perigosa. Felizmente, teve uma assistência assídua e carinhosa do nosso (ex.) Irmão Camilo e de D. Líbia, organista da Matriz de Arcoverde. Após o seu restabelecimento, o novo Vigário, que era nato, iniciou as suas atividades, procurando revitalizar movimentos religiosos, a catequese e o contínuo atendimento ao povo de Arcoverde, uma cidade que era chamada “porta do sertão”. Era, realmente, um trabalho muito difícil e, às vezes, exaustivo, porque o Vigário Godofredo tinha que estar sempre pronto para servir ao povo da cidade toda e de um imenso interior sertanejo.
Na cidade, construiu a Capela de São Cristovão para atender melhor ao povo daquele bairro (saída para o sertão). A pedido do Vice-Provincial, Pe. Carlos Maria, Dom Adelmo Machado criou aí a Paróquia do Santíssimo Redentor. A criação oficial se realizou 25-12-1957. O Pe. Godofredo anotou no livro das crônicas da casa de Arcoverde: “Para evitar um certo antagonismo entre a paróquia dos seculares e a nossa residência no bairro de São Cristovão, e desejo
16
dos Superiores que se aceite alguma paróquia para dar ao Convento alguma subsistência independente”.
Em 1959 o Pe.Godofredo foi transferido para Juazeiro da Bahia. Novamente, teve que reger uma paróquia e desta vez, bem maior do que a de Arcoverde. Teve porém, a ajuda de vários confrades para dar continuidade aos trabalhos de catequese e de evangelização dos seus antecessores, no centro da cidade, nos diversos bairros e no interior.
Em 1964 um ano após a tomada de posse do primeiro Bispo de Juazeiro, Dom Tomás Guilherme Murphy, CSsR (de feliz memória), o Pe. Godofredo foi transferido para Campina Grande, a fim de tomar conta da paróquia de Aroeiras-PB, que estávamos regendo a pedido do Bispo Diocesano.
Resumindo todas as atividades deste confrade na sua função de Vigário, podemos afirmar que ele zelava por uma organização paroquial muito sólida e de uma maneira excelente se dedicava aos cuidados também materiais da Matriz, das Capelas e das nossas residências. Com toda fidelidade e conscienciosamente, o Pe. Godofredo respondia aos múltiplos apelos do povo das suas paróquias de 20 a 30 mil ou até mais paroquianos.
Evidentemente, isso exigia muito esforço, resistência e paciência. Em toda parte era conhecido por sua generosa disponibilidade e, por causa disto, o povo o estimava demais.
Entre nós era muito considerado por causa da sua convivência bastante fraternal e apesar da sua dificuldade para abrir-se espontaneamente, tinha sempre momentos de boa comunicação.
A morte deste confrade foi inesperada e a “causa mortis” não é do meu conhecimento.
Parece que houve uma violenta deteriorização do sangue, que foi fatal. Quando faleceu, tinha 71 anos de idade.
O povo de Aroeiras ficou muito abalado e triste. Em grande número, os paroquianos do Pe. Godofredo chegaram a Campina Grande para assistir ao enterro do seu querido Vigário. De imediato o povo Aroeirense se opôs fortemente ao sepultamento do Pe. Godofredo no cemitério de Campina Grande, mostrando-se disposto a tomar medidas enérgicas. Pe. Godofredo era do povo de Aroeiras e devia ser sepultado no meio dos seus paroquianos. Pediram e receberam das autoridades competentes a devida licença para conduzir os restos mortais do Pe. Godofredo para Aroeiras. Esta
17
licença chegou no fim da Missa de Exéquias e visivelmente houve um suspiro de alívio na Igreja de Bodocongó.
O túmulo do Vigário Pe. Godofredo Joosten, CSsR, encontra-se ao pé da nova Igreja Matriz de Aroeiras, que foi construída por ele.
“Fale jovem, se for necessário, mas apenas umas duas vezes, quando interrogado.
Resuma o que tem a dizer, e diga muito em poucas palavras.
Seja como alguém que sabe, mas se cala”.
Eclo 32, 7-8
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar. Sua participação é muito importante para nós. Deixe seu e-mail para podermos lhe contatar.