Pe Luiz Carlos de Oliveira CSsR
“Preparando o Natal!”.
Quando se nos apresenta um tempo novo na vida da Igreja, procuramos dar uma resposta pessoal e cheia de coragem. Perguntamos: Como vou viver este tempo? Então fazemos certos propósitos que nos ajudem a vivenciar esta nova etapa. É preciso sempre tomar atitudes concretas, mesmo que não façamos grandes coisas. O que vale é o esforço. Na minha experiência, estes pequenos propósitos dão resultados duradouros.
Há dois modos simpáticos que podemos colocar como base de nossa espiritualidade neste tempo de Advento: primeiro é a transformação. Se partirmos das leituras do profeta Isaias, leitura predileta deste tempos, notamos a grande esperança de renovação e transformação que pode existir no mundo. Que maior esperança pode haver do que “transformar as espadas em foices e a lanças em arados”(Is 2,4)? É a transformação radical do mundo. Na luta contra o homem, passamos a uma luta pelo homem, por seu valor e por sua vida digna e feliz. Diante de todos os acontecimentos violentos do mundo atual, há sempre a flor da esperança que brota no charco de lodo da maldade humana. Sempre é possível crer que o mundo será melhor. Esta é uma mensagem vivencial do tempo do Advento: Ele virá e o mundo será melhor. Ele virá e nós transformaremos o mundo.
Esta transformação não é somente interior, fundando-nos num moralismo egoísta e estéril, mas é profundamente encarnada no mundo em que vivemos. Não num mundo de guerras lá distantes que vemos assentados beliscando aperitivos. Mas o mundo nosso, onde nos digladiamos por pouco ou por nada. Mundo onde nos humilhamos e desprezamos. Mundo onde uns tem e outros não, uns podem e outros não. É aí, diante de nossos olhos e em nosso coração que pode e deve haver a transformação.
O segundo momento de nosso crescimento espiritual segue este primeiro momento. É a fraternidade. Jesus, no seu nascimento, tem um objetivo muito claro: veio para se irmanar conosco e trazer-nos a vida plena. Fazendo-se nosso irmão, faz-nos filhos do Pai. Mas não para aí, faz viver em nós toda a fraternidade que tem em si. Fazendo-se irmãos, quer-nos todos irmãos. Esta irmandade não é do sangue, mas da fé e do amor. Se seguirmos Jesus, temos que combater pela fraternidade. O tempo de Natal manifesta muito esta dimensão de nossa vida cristã. Somos fraternos, damo-nos as mãos, ofertamo-nos presentes, criamos uma ambiente ideal de vida: paz e alegria! Tudo isso passou a existir a partir do nascimento do Filho de Deus que se fez carne no seio de Maria. A transformação é para que sejamos mais irmãos. É impossível haver Natal sem uma vida familiar consistente e feliz.
DEZEMBRO-2001
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