Pe. Luiz Carlos de Oliveira CSsR
“Santo Afonso de Liguori”
Um santo homem para hoje.
A Igreja tem mais de 4 mil santos e beatos proclamados. Não significa que não haja tantíssimos outros, como nos ensina a festa de Todos os Santos. Os que são proclamados continuam com um carisma especial para o bem da Igreja e para o aprofundamento do Mistério do Cristo do qual são testemunhas e continuadores. Mesmo sendo de outro tempo, sua vida é uma leitura do Evangelho que permanece aberta e pronta para maiores aprofundamentos. Santo Afonso (1696-1787) é um santo do seu tempo, mas também muito oportuno para nós, hoje. Não se trata de um santo milagreiro a mais, mas de uma página do Evangelho traduzida através de sua vida e seus ensinamentos. Não é um homem só para sua Congregação, mas para a Igreja toda. Os santos são vivos diante de Deus que estão em ligação conosco através da Comunhão dos Santos. Comunhão dos Santos é a comunicação de vida e de amor existente no Corpo Místico de Cristo, do qual, vivos e mortos, fazemos parte. Todos vivemos unidos transmitindo uns aos outros a vitalidade deste Corpo. É como o corpo humano.
Santidade e vida.
Um primeiro aspecto da vida de Afonso, que nos interessa hoje, é sua busca permanente de colocar Cristo como centro de sua vida e de todas as suas atividades. Ele mesmo diz que toda a santidade consiste em amar Jesus Cristo. Santidade não são formas exteriores, mas Cristo no coração e na vida. Daí nascem os diverrsos modos de ser santo. Dessa fonte de vida e inspiração, passamos ao aspecto que toca nossa vida: Nossa união a Cristo faz de nós continuadores de sua presença e missão no mundo. Ele se torna vivo e presente na sua missão: ser o amor misericordioso de Deus que salva e convida a viver sua vida e seu amor. Vemos, assim, como a santidade e a ação seja pastoral ou social são uma só e única realidade porque é o Cristo que nos santifica enquanto deixamos que Ele continue sua missão de Redentor de todos. Somos uma viva memória daquele carinho que Ele era e tinha para todos. A busca de colocar Cristo no centro de nossa vida é a lição que podemos aprender deste homem que fez de sua vida aquilo que escreve Paulo: “Meu viver é Cristo”.
Afonso e o povo sofrido.
A dimensão pastoral, social e humana que Afonso desenvolve em sua vida é o resultado de sua união a Cristo. Ele usou todos os meios para levar ao homem do campo o conforto da religião: deixou a cidade grande e foi morar entre os abandonados pela Igreja e pelo Estado. Colocou a casa dos padres e irmãos de sua Congregação ao alcance do povo, como casa de acolhimento. Exigia deles uma vida simples e uma linguagem popular. Escreveu livros para o povo; compunha canções religiosas populares; respeitava sua caminhada e sua consciência; criou um sistema moral para que o povo miúdo fosse bem orientado e bem atendido nas suas confissões, com carinho e respeito às pessoas. Isso tudo podemos continuar fazendo, desde que nossa vida seja coerente com nossa opção por Cristo. A opção por Cristo tem conseqüências imediatas para nosso cotidiano. A vida de Afonso, mesmo que tenha um aspecto “espiritual acentuado”, foi uma vida dedicada às pessoas. Afonso foi uma pessoa que fez de si mesmo um contínuo serviço para todos.
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