Pe. Luiz Carlos de Oliveira CSsR
“Padre Vitor Coelho”.
(*22.09.1899 - +21.07.87)
Ele falava com Deus.
O processo de beatificação do Pe. Vitor Coelho de Almeida caminha lentamente. Já estavam terminando os depoimento das testemunhas. O processo é um ato jurídico. Mas o caminho do reconhecimento da santidade do Padre Vitor é feito pelo povo que entende muito de santos. Continua a grande peregrinação dos romeiros que vêm a Aparecida e fazem questão de passar pelo Memorial Redentorista onde se encontra seu túmulo. Eles são as grandes testemunhas. O que, pessoalmente me impressionava muito, era o modo como ele rezava. Não morei na mesma casa que ele. Encontrava-me com ele só de vez em quando. Um dia, entrando na capela da comunidade, fora dos horários de oração, lá estava ele rezando de um modo muito bonito. Aquilo me impressionou muito. Quando ele rezava com o povo, fazia-o como uma oração sua, não como um funcionário do sagrado, com a gente faz de vez em quando. Certamente vivia as mesmas dificuldades com a oração, como vivemos. Mas marcou-me ver o seu vulto orante. O santo não se mede a partir de seus defeitos e falhas, que podem ser até maiores que as nossos, mas por sua disposição de ir adiante na resposta a Deus.
Unido à Trindade Santa.
Pe Vitor, tinha uma preocupação particular de explicar o Mistério da Santíssima Trindade. Tinha seus modos de tentar explicar aquilo que lhe era importante. Falava ao povo deste augusto mistério. Um dia, em Sacramento-MG, na inauguração da capela do Seminário ele pregou. Partiu de uma imagem bonita. Via os vidros azuis da capela, que lançavam uma bela iluminação. Daquele azul passou para falar da Santíssima Trindade. Em dado momento, ficou meio perdido. Mas pude perceber que não se perdeu na explicação, mas no Mistério do qual falava. Ele devia viver muito intensamente esta relação com o Deus Trindade, pois do contrário não teria o hábito de falar Dela. Era a linguagem de seu coração. A Trindade é vida de nossa vida. Pena que a gente não se dê conta que vive unido à Trindade desde o início de nossa vida e é para Ela que vivemos toda nossa vida. É uma escola de vida. Aprendemos a comunhão com Deus e com os outros. Pe. Vitor, por suas características pessoais, mesmo aquelas que chamamos de defeitos, estava sempre em contato com as pessoas, numa tendência à comunhão que expressava nas palavras e nos atos. Por isso o povo o procurava. Havia uma reciprocidade na relação. Estava sempre à mão.
Rezava com Maria.
O amor que possuía para com Nossa Senhora era magnífico. Falava de Maria com um vigor muito bonito. Tem até uma música de saudação à imagem de Nossa Senhora, “Salve em vossa Imagem”: “Salve Santa Imagem, ó grande Rainha, Mãe do Redentor, Mãe de Deus e minha. - Salve Maria! Nossa Senhora Aparecida! Salve! – Mãe Aparecida, tens do escravo a cor, para nos lembrar do Libertador. Mãe Aparecida, salva a nossa terá, e no manto azul meu Brasil encerra”. Seu amor a Nossa Senhora Aparecida, é um modelo de afeto à Mãe de Deus. Todas as suas alocuções sempre começam e terminavam com as palavras: “Salve Maria!”. Neste caminhar do processo de beatificação precisamos fazer nossa parte e fazê-lo conhecido. Sua vida foi um hino a Maria. Salve Maria!
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