Primogênito de uma família influente, nasceu no dia 27 de setembro de 1696. Recebeu formação sólida como o futuro herdeiro dos Ligórios. Aos 16 anos, formou-se em Direito Civil Canônico. Como advogado, decidiu que jamais assumiria a defesa de uma causa injusta e, durante o processo, nunca mentiria ou ocultaria a verdade. O brilhantismo do jovem Dr. Afonso confirmou-se, ganhando todas as causas. Um processo, importante na época, envolvendo muito dinheiro e havendo suborno, fez com que Afonso perdesse a causa e abandonasse os Tribunais. MUDANÇA DE VIDA Afonso procurava esquecer sua dor, inclusive o repúdio de seu pai, junto aos doentes do Hospital dos Incuráveis. Quando se viu interpelado: “Deixe o mundo e entregue-se a mim”, Afonso diz chorando: “Meu Deus, resisti demais a vossa graça. Eis-me aqui, fazei de mim o que quiserdes...” Com esse ímpeto, dirigiu-se à Igreja da Redenção dos Cativos, a fim de lançar-se aos pés de Nossa Senhora das Mercês. Num gesto de renúncia, entregou-se totalmente à sua Rainha e a seu Divino Filho. O SACERDOTE Em 21 de dezembro de 1726, Afonso foi ordenado padre, aos 30 anos. Dedicou-se aos pobres da periferia de Nápoles, descobrindo que é a eles que pertence o Evangelho e, como Cristo, quis dedicar sua vida anunciando-lhes a Boa Nova. Esta experiência preparou o coração de Afonso para o carisma missionário que mais tarde ele pôde realizar na Igreja. OPÇÃO PELOS POBRES Nápoles apresentava enormes contrastes no arranjo social. Havia os que habitavam os palácios e os muitos mendigos que não tinham onde morar. Neste contexto, o Padre Afonso cria alternativas pastorais, através das “Capelas da Noite”, que mudaram a vida daquela gente. Não eram assembleias de mastigadores de Pai-Nosso, mas um movimento de conversão, de perseverança e de santidade. Afonso sabe que estes humildes têm o Espírito Santo. As “Capelas da Noite” não só mudaram a vida daquela gente, mas também a de Afonso. PERSONALIDADE O historiador Louis Vereeke, C.Ss.R. descreve-o assim: “Ardente e ricamente dotado por natureza de uma delicada sensibilidade, uma vontade tenaz e inteligência profunda, Afonso era mais dado ao pensamento prático do que à pura especulação. Tinha um grau raro, uma consciência do concreto, um senso prático. Em seu relacionamento com os outros, possuía nobreza de modos e era afável e benevolente com todos, especialmente com os pobres, e possuía um bom humor contagiante”. CONVERSÃO DO PAI A mudança de rumo na vida, feita por Afonso, contrariava enormemente seu pai. Numa tarde de fins de outubro de 1728, o senhor Giuseppe de Ligório ouve um pregador. Reconhece a voz do filho. Abre caminho entre a multidão, escuta, fica preso, comove-se. As lágrimas surgem por causa dos sofrimentos deste filho que Deus chamou ao Evangelho. Voltando para casa, Afonso é recebido pelo pai, que o abraça dizendo: “Meu filho, como lhe agradeço. Esta tarde você me fez conhecer a Deus.” NASCIMENTO DA CONGREGAÇÃO REDENTORISTA Em 9 de novembro de 1732 nascia uma nova comunidade missionária que, em 1749, recebeu o nome definitivo de Congregação do Santíssimo Redentor (popularmente conhecida como Redentoristas). A opção pelo povo pobre que Afonso fez converteu-o em pobre e o propósito principal de sua comunidade era “trazer a boa nova aos pobres.” CARISMAS DOS REDENTORISTAS “Fortes na fé, alegres na esperança, fervorosos na caridade, inflamados no zelo, humildes e sempre dados à oração, os Redentoristas, como homens apostólicos e genuínos discípulos de Santo Afonso, seguindo contentes a Cristo Salvador, participam de seu mistério e anunciam-no com evangélica simplicidade de vida e de linguagem, pela abnegação de si mesmo, pela disponibilidade constante para as coisas difíceis, a fim de levar aos homens a ‘Copiosa Redenção’.” (Constituições da Congregação, nº 20). O BISPO Aos 66 anos, mesmo sofrendo gravemente de artrite, acatou o desejo do Papa, para que fosse ordenado bispo e servisse à Diocese de Santa Ágata. Ele não apenas administrou habilmente esta Diocese por 13 anos, como também efetuou reformas necessárias e importantes. Em 1767, Roma aceitou seu pedido de renúncia. Após mais uma missão cumprida, retorna para junto de seus filhos, os Missionários Redentoristas, até quando Deus quis: faleceu em 1° de agosto de 1787, aos noventa e um anos. O SANTO E O DOUTOR Apenas cinquenta e dois anos após sua morte, em 1839, Afonso foi canonizado, depois de um estudo completo de sua vida e de seus escritos. Devido aos seus inúmeros talentos, a Igreja conferiu-lhe honras especiais. Em 1871 foi nomeado Doutor da Igreja, honra concedida a um pequeno número de teólogos, durante a longa história da Igreja. Em abril de1950, a fim de reconhecer seus notáveis escritos de teologia Moral, a Igreja o nomeou “o santo patrono dos teólogos e confessores.” Santo Afonso abriu o caminho para a renovação moral na Igreja. João Paulo II afirma: “Afonso foi um renovador moral.” APÓSTOLO DA COMUNICAÇÃO Não contente de se comunicar com aqueles que podiam vê-lo, escreve livros tão populares que ficaram entre os maiores do mundo. Foram 111 obras publicadas e dirigidas à evangelização, santificação e salvação dos filhos e filhas de Deus. Traduzidas em mais de 70 línguas, as obras de Afonso superam em número de edições ao próprio Shakespeare, fazendo dele um expoente da espiritualidade, da teologia e da cultura universal. O livro “Visitas ao Santíssimo Sacramento e à Virgem Maria” alcançou mais de 2000 edições. “As Glórias de Maria” ultrapassaram 1000 edições. Outros livros de grande aceitação: “Máximas Eternas”, “Novena ao Coração de Jesus”, “Prática do Amor a Jesus Cristo”, “Preparação para a morte”, “A Oração, Grande Meio de Salvação”. A mais importante de suas obras, “Compêndio de Teologia Moral” transformou-se num guia para os confessores e lhe valeu o título de Doutor da Igreja. Afonso combate a doutrina rigorista, defendida por Jasenio, a qual levava os pecadores ao desespero. Afonso mostra que o Sacramento da Penitência é o ministério de graça e de perdão de um Deus da misericórdia e não da vingança. Afonso compôs, também, mais de 50 canções (letra e música). “Tu scendi dalle stelle, o Re Del cielo” é ainda hoje a canção de Natal mais popular na Itália. OS REDENTORISTAS HOJE A Congregação do Santíssimo Redentor (C.Ss.R.) atualmente reúne cerca de 5.500 membros, em 78 países, formando um grupo missionário de muitas línguas, culturas e tradições diferentes. São Clemente Maria Hofbauer teve uma importância fundamental na expansão da Congregação, por isso é considerado como seu segundo fundador. NO BRASIL Os missionários redentoristas holandeses foram os primeiros a chegar ao Brasil, em 1893, formando a Província do Rio de Janeiro. No ano seguinte, em 1894, vieram os alemães e se estabeleceram em São Paulo. Esta histórica missão centenária foi construída por redentoristas com entusiasmo e zelo. O Brasil é o terceiro país do mundo em número de redentoristas. Distribuídos por 21 estados brasileiros. MISSÕES REDENTORISTAS Através do anúncio da Palavra de Deus e pelo testemunho da vida fraterna, os redentoristas trabalham em várias frentes missionárias: Missões Populares, Santuários, Comunicação Social, Paróquias Missionárias, Igrejas não-paroquiais, periferias urbanas, regiões missionárias, Retiros Espirituais, Pregações, Pesquisa e Ensino de Teologia Moral e formação de futuros redentoristas. CHAMADO DE SANTO AFONSO À SANTIDADE Santo Afonso afirmava que Deus chama todos os homens e mulheres à santidade. Não é necessário correr para o deserto ou entrar no monastério, a fim de alcançar a santidade cristã; não é obrigatório que alguém desista do “mundo”, do casamento ou da família. “É um grande erro dizer: Deus não quer que todos sejam santos”. São Paulo disse: “A vontade de Deus é esta: a nossa santificação” (1Ts 4,3). Deus quer que todos se tornem santos, cada um em sua ocupação: o religioso exatamente como um religioso, o leigo como um leigo, o padre como um padre, o casado como uma pessoa casada, o comerciante, e as outras pessoas de acordo como caminhem na vida. No seu livro “A Prática do Amor a Jesus Cristo” Santo Afonso afirma: “A total santidade e perfeição de uma alma consiste em amar Jesus Cristo, nosso Deus, nosso bom soberano e nosso Redentor”. E nos diz mais: “Deus ama você, ame-o”. Junto d’Ele é COPIOSA A REDENÇÃO. (S1 129,7) “COPIOSA APUD EUM REDEMPTIO”. |
Coordenação de pesquisa:
José Adriano Gonçalves (Paróquia Santo Afonso – Rio)
Fonte: site do Pe. Sergio Luiz e Silva
Pároco da Igreja de São José em Belo Horizonte - Província do Rio
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