PADRE LUÍS KIRCHNER CSsR
Para festejar o DIA DO LEIGO, dia 23 de agosto, vejamos quem João Paulo II entendeu que executará as tarefas tão importantes na Vinha do Senhor.
Na sua carta CRISTIFIDELES, o papa fala sobre a variedade e diversidade de vocações abertas aos leigos. Em cada fase de vida, em cada idade, se pode fazer alguma coisa. Como os operários (cf. Mt. 20,1) foram chamados a trabalhar em horas diferentes durante o dia, assim Deus chama os fiéis a assumir o seu papel na Igreja e na sociedade.
1. OS JOVENS - A ESPERANÇA DA IGREJA. No nível paroquial, nota-se como tantas funções e tarefas estão sendo realizados pelos jovens. É uma força que alegra o coração de cada pároco.
Os jovens não são apenas objeto da evangelização da Igreja, mas também seus protagonistas, artífices da renovação social, pois seus corações estão cheios de sensibilidade em favor da justiça, da não-violência, da paz e da fraternidade.
"A Igreja tem tanta coisa a dizer aos jovens, e os jovens têm tanta coisa a dizer a Igreja"
2. Também, de maneira mais limitada, AS CRIANÇAS têm o seu papel, através da sua inocência; fazem-nos lembrar dos dons gratuitos de Deus.
3. OS IDOSOS POSSUEM o dom da Sabedoria, a experiência de vida. Muitos podem ser aposentados profissionalmente, mas nem sempre são "encostados". Muitas atividades pastorais são realizadas pelos membros mais "maduros" da comunidade. Num mundo de tantas novidades e mudanças, eles são uma voz clara e tranqüila de estabilidade. A vida não termina antes do último suspiro.
4. AS MULHERES E OS HOMENS - o Papa tem falado muito sobre o carisma especial da mulher. A sociedade deve defender sua dignidade e promover sua igualdade com o homem. Basta a exploração da mulher que se verifica em tantos lugares, e de tantas maneiras. O Papa quer valorizá-la, pedindo maior respeito e estima em seu favor.
Um de seus temas constantes envolve a missão da mulher na defesa e na transmissão de vida como mãe. Entre vários campos de atuação, existe a vida matrimonial e a maternidade. É bom lembrar que Adão não estava feliz e realizado até a sua Eva chegou.
A dimensão moral de uma cultura geralmente está ligada ao padrão ético que a mulher conseguiu imprimir.
Se o Papa acha que a mulher não pode ser aceita para o ministério sacerdotal, ele fala de muitas outras opções, onde a mulher contribui ricamente para a vida da Igreja, como, por exemplo, sendo membro de um conselho pastoral, etc.
Ele lamenta a ausência do homem em muitos trabalhos pastorais - participação na liturgia, a educação e formação catequética dos próprios filhos, a presença nos encontros religiosos e culturais, a colaboração nas obras caritativas e missionárias. É necessária a participação dos dois, cada um trazendo o que tem de especial.
O Sacramento de Matrimônio é o grande modelo para expressar esta realidade; consagra a união dos dois; é um sinal da união entre Cristo e a sua Igreja. Ilumina e inspira todos os outros relacionamentos entre homens e mulheres.
5. OS DOENTES E AQUELES QUE SOFREM - Neste grupo o Papa inclui os doentes, pobres, famintos, emigrantes, exilados, prisioneiros, desempregados, menores abandonados e as pessoas que moram sozinhas e são vitimas de guerra. Todos são um sinal para uma sociedade consumista e permissiva.
Eles vivem o mistério da Cruz, tão central à Paixão redentora. "Vou completando em minha carne o que falta nas tribulações de Cristo, a favor do seu corpo, que é a Igreja (Cl 1,24). Cf. 1Pd 4,12-13.
Por causa disso, todos que sofrem fazem parte do ministério da Igreja e da sua ação pastoral. E da mesma maneira, o Papa inclui o "Bom Samaritano" de hoje (os profissionais e voluntários do campo de saúde).
Seja qual for a manifestação da vocação laical, o Papa elogia aqueles que vivem a dignidade cristã e a vocação universal à santidade através da perfeição do amor (cf. Mt 25,14-23), pois a diversidade de estados de vida expressa a riqueza infinita do Mistério de Jesus Cristo.
É um sinal da criatividade do Espírito Santo, que suscita em cada geração os operários necessários para enfrentar os desafios da Vinha do Senhor. "Cada um viva de acordo com a graça recebida e coloque-se a serviço dos outros, como bons administradores das muitas formas da graça que Deus concede a vocês (1Pd 4, 10).
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