CONSAGRAÇÃO À NOSSA SENHORA APARECIDA NA VOZ DO PADRE VITOR COELHO CSsR

Ó MARIA SANTÍSSIMA, PELOS MÉRITOS DO SENHOR JESUS CRISTO QUE EM VOSSA IMAGEM MILAGROSA DE APARECIDA ESPALHAIS INÚMEROS BENEFÍCIOS SOBRE O BRASIL, EU, EMBORA INDIGNO DE PERTENCER AO NÚMERO DOS VOSSOS SERVOS, MAS DESEJANDO PARTICIPAR DOS BENEFÍCIOS DA VOSSA MISERICÓRDIA, PROSTRADO A VOSSOS PÉS, CONSAGRO-VOS O ENTENDIMENTO, PARA QUE SEMPRE PENSE NO AMOR QUE MERECEIS. CONSAGRO-VOS A LÍNGUA, PARA QUE SEMPRE VOS LOUVE E PROPAGUE A VOSSA DEVOÇÃO.CONSAGRO-VOS O CORAÇÃO, PARA QUE, DEPOIS DE DEUS, VOS AME SOBRE TODAS AS COUSAS.RECEBEI-NOS, Ó RAINHA INCOMPARÁVEL, QUE NOSSO CRISTO CRUCIFICADO DEU-NOS POR MÃE, NO DITOSO NÚMERO DOS VOSSOS SERVOS. ACOLHEI-NOS DEBAIXO DA VOSSA PROTEÇÃO. SOCORREI-NOS EM NOSSAS NECESSIDADES ESPIRITUAIS E TEMPORAIS E, SOBRETUDO, NA HORA DA NOSSA MORTE. ABENÇOAI-NOS Ó MÃE CELESTIAL, E COM VOSSA PODEROSA INTERCESSÃO FORTALECEI-NOS EM NOSSA FRAQUEZA, A FIM DE QUE, SERVINDO-VOS FIELMENTE NESTA VIDA, POSSAMOS LOUVAR-VOS, AMAR-VOS E RENDER-VOS GRAÇAS NO CÉU, POR TODA A ETERNIDADE. ASSIM SEJA! ...PELA INTERCESSÃO DE NOSSA SENHORA APARECIDA, RAINHA E PADROEIRA DO BRASIL, A BÊNÇÃO DE DEUS ONIPOTENTE, PAI, FILHO E ESPÍRITO SANTO, DESÇA SOBRE VÓS E PERMANEÇA SEMPRE.AMÉM!

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27 de agosto de 2010

S.R.S.A. em revolução! (2ª Parte)

Recebi do Alexandre Dumas um exemplar do INFORMATIVO DA CSSR antigo, onde o Padre Alfredo Morgado publicou essa crônica que passamos a republicar aqui no blog em três partes, uma vez que é um tanto longa.
Vale a pena ler.

E o trem para São Paulo não aparecia...
O movimento, ou a vida militar, tomara conta do semi nário, onde, então, nos sentíamos como peixe fora d'água... Por toda parte: soldados, médicos e enfermeiras... Nossos quadros negros estavam todos lotados de ordens e determina ções do Comandante...
Com os nossos dormitórios, todos ocupados pelos solda dos, nas duas ou três últimas noites que passamos no seminá rio, dormimos debruçados sobre nossas carteiras no salão de estudo, sem poder tomar banho e já prontos para viagem, com nossa roupa e demais cousas nos sacos que tínhamos para roupa usada.
Lembro-me bem como uns três colegas do 59 e 69 ano, bancando espertos, deram uma batida pela casa e entraram no salão de estudos com uns colchões...
Prá que?
Mal o Pe. Diretor ouviu,eles ouviram o que nunca pen saram ouvir. Irado, Pe. Agostinho mal conseguia falar. Com uma dura reprimenda fez os três levarem de volta os col chões e.., que soubessem aceitar o sacrifício com os outros.
A situação não podia mais continuar assim. Como os responsáveis pelo Movimento Constitucionalista em Aparecida não davam esperança de condução para S. Paulo, de repente, uma decisão. Certamente do Pe. Vice-Provincíal e do Diretor e de todos os Confrades em Aparecida: Iríamos para o Conven to, onde ocuparíamos o andar térreo e o chalé. E assim aconteceu.
Com a roupa necessária e possível, com um e outro li vro recomendado pelo Diretor, passamos a residir no convento para onde levamos também alguma cousa de uso no refeitório e na cozinha.
Nas dependências do convento, ocupadas por nós, não estávamos sós.
Com a inquietação e insegurança reinando na cidade, os padres procuraram por a salvo alguma cousa da casa da chácara, que ficava mais ou menos na região da Via Dutra atrás do Seminário Santo Afonso, e levaram também para o pá tio do convento umas vinte galinhas.
Devagar fomos nos aclimatando nesse novo ambiente. Nas horas de recreio os padres conversavam conosco e nos distraíam. Algum professor tentava dar uma e outra aula, talvez mais para nos ocupar do que para ensinar.
As aulas eram dadas em qualquer canto da casa. E os professores, pa rece que até se entusiasmaram um pouco. Eram eles da comunidade do convento e, naquelas circunstâncias estavam sempre conosco, começaram a dar tarefas para serem feitas fora das aulas. E essas tarefas, nós as fazíamos no pátio do conven to sentados nos bancos ou nos degraus de uma escada de ci mento ao lado das galinhas. E por lembrar as galinhas, como haviam chegado antes de nós ao convento, com a nossa chega da os padres repararam que os ovos haviam ficado cousa rara.
Mas o caso foi que nós, para dormir, ajeitamos os colchões no assoalho, em posição transversal, de maneira que deitávamos com o tronco sobre o colchão e as pernas sobre o assoalho.
E então aconteceu que as galinhas que andavam em apu ros para achar um cantinho de jeito para botar, mais que de_ pressa começaram a botar em nossas camas, cujos proprietá rios cobravam das galinhas um ovo cada vez que usavam suas camas como ninho. Daí a escassez de ovos na mesa dos padres...
Diante do entusiasmo dos professores, o Pe. Diretor fez com que fossemos diversas vezes ao colegião buscar al gum material escolar como canetas, tinta e cadernos para as tarefas escolares, fomos separados em pequenos grupos para evitar de sermos alvejados pelos aviões. Mesmo assim tínha­mos de tomar muito cuidado. Uma vez estávamos a caminho do colegião quando ouvimos o matracar de uma metralhadora de avião. Apressamo-nos em correr para alcançar o seminário. E uma vez lá dentro, o Diretor mandou que ficássemos em pé, no corredor interno, com as costas bem juntinho as paredes. E assim ficamos ate que os aviões desaparecessem. Os soldados ficaram admirados de como seguimos a ordem do Diretor num abrir e fechar de olhos.
O Pe. André Troidl andava ansioso por ver os aviões fazendo piruetas e bombardeando, e com muito custo conseguiu que o Pe. Pedro o acompanhasse para a chácara duran te uma incursão aérea dos ditatoriais. Haviam descido o morro e estavam a meio caminho quando com o rumor de uma raja da de disparos ouviram o sibilar das balas... A ansiedade por ver "virou" pressa em fugir.
À tardinha, após o jantar, almoço e jantar e também o café, era no pátio em meio as galinhas - não havendo pos­sibilidade de se estudar, ou ler, devido à falta de energia elétrica, o recreio se prolongava, o Diretor nos contava alguma nova notícia da revolução.
Com o silêncio da hora ouvíamos o pipocar dos fuzis, o matracar da metralha e o troar do canhão. Quanto aos tiros de canhão, primeiro, víamos de senhando a silhueta do morro Arranca Papo, o clarão do dis paro. E ficávamos a contar os segundos até ouvir o troar para fazermos o cálculo da distância.
Apesar do entusiasmo pelo Movimento Constitucionalista, os soldados paulistas recuavam dia por dia, ao menos na frente Norte como chamavam o Vale do Paraíba.
Dos nossos Padres, assistiam aos militares como capelães, os Padres: Pires, Alves e Andrade. Este último sempre com seu bom humor e entusiasmado pela causa de S. Paulo, era a alegria dos soldados fora das horas de fogo. Pe. Alves era um tanto introvertido mas mesmo assim tinha sua dose de humorístico além de toda a sua bondade e dedicação. Pe. Pi res que sempre se mostrou amigo dos soldados, como capelão estava na dele. Também não perdia ocasião para uma piada. Mas o que lhe aconteceu não foi piada: Ele seguia com os soldados, de caminhão, para o front, quando apareceu um avião da Ditadura metralhando... Em casos assim, a ordem era: Pular fora e deitar-se ao solo sob alguma árvore. Foi o que fizeram. Nosso confrade correu para junto da primeira árvo re que enxergou e jogou-se ao chão. Passado o perigo, levantou-se. E..., dizia ele, perdi todo o gosto pela revolução. Estava emporcalhado... Alguém "estivera" no mesmo lugar an tes dele...
Com Aparecida incluída no front de operações milita res, já havia trincheiras e ninhos de metralhadoras anti aéreas nos arredores - nossa situação no convento era cada vez mais difícil. Estudo e aulas eram mais para encher nos so tempo do que para aprender...
E o que esperávamos, aconteceu: a ordem do Diretor -Arrumem-se, que hoje, pelas 16 horas, tem trem para S.Paulo, e vamos para lá.
De fato, pelas 15.30 hs não sei de que dia, como uma coluna de soldados, dois a dois, com o saco de roupa as cos tas, seguimos para a Estação da Estrada de Ferro, acompanha dos do Pe. Diretor.
E o trem estava lá...
A ordem foi: Entrar e sentar-se! Obedecemos, e logo estávamos todos acomodados. Estávamos quase todos num só carro, pois quando chegamos a composição já estava ocupada por retirantes de cidades mais vizinhas do front.
O Diretor não ficou no carro em que me acomodei...
O extraordinário do acontecimento em nossa vida dava assunto de sobra para os mais variados comentários e em pou co tempo tomamos conta do carro com a nossa tagarelice.
O tempo ia passando... Nós, nos cansando... (Não podíamos sair do carro), o dia ia escurecendo... A noite, chegan do... E o trem não se mexia... A noite tomou conta da cida de, que para não ser localizada pelos aviões da ditadura es tava toda em trevas, sem luz.
Sem luz a estação. Sem luz o trem. Sem luz o nosso carro. Tudo estava na escuridão. Não se podia acender uma vela sequer. Ouvíamos o rumor dos caminhões e carros a serviço dos soldados e, ao longe, o pipocar dos fuzis, o matraquear das metralhadoras e o troar surdo do canhão.
De repente, no ar, ronco de aviões. Eram da ditadu ra... As metralhadoras paulistas, de seus ninhos nos morros, começaram a disparar contra os aviões. Fez-se então uma movimentação nervosa na estação. Dizia-se que o trem ia partir.
E, de fato, partiu. Eram 19 horas e meia ou vinte ho ras. O trem, sem luz, sem farol, desembestou pelos trilhos a fora que não sei onde fez a primeira parada. E cansados como estávamos, sem ter jantado, cochilamos e dormimos...Ao menos eu dormi de verdade... Acordei a não sei que horas da noite. Devíamos estar lá por Jacareí. Todos se movimentavam no carro... É que dois soldados entraram no trem distribuin do bolachas para o pessoal que vinha se retirando da zona de combate. As bolachas estavam em pacotes de doze em papel im permeável e eram distribuídas a mancheias.
Não houve quem recusasse. E menos nós que estávamos praticamente sem comer desde o almoço.
Consumíamos contentes nossas bolachas quando o Pe. Diretor, vindo do outro carro, chamou nossa atenção e nos re preendeu duramente por termos aceitado as bolachas, dizendo que elas eram para os pobres que não tinham nada e que nós não estávamos morrendo de fome. E foi por aí... Afinal, ele voltou para o outro carro, e nós acabamos com as bolachas. Pudera! Ainda mais crianças como éramos.

Padre Alfredo Morgado
Nasceu em 03/12/1915 e faleceu em 22/10/2009
Estudou no Santo Afonso de 1930 a 1934

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