Pe. Luiz Carlos Oliveira CSsR
Encarnação da Igreja
Nos caminhos da encarnação.
Estamos nos preparando para as alegrias natalinas. Vemos já os sinais do Natal. Isso nos leva a sentir que o Natal veio para ficar. Realmente: a encarnação do Filho de Deus é um fato definitivo. Não mais se separam a humanidade e a divindade da pessoa do lindo Menino nascido em Belém. Para nós também a Encarnação é definitiva. Estamos vivendo um tempo novo que se iniciou naquele sim de Maria. Este tempo novo tem conseqüências felizes para a humanidade: rompeu-se o véu da história e ela se tornou espaço para a manifestação de Deus. Inicia-se a definitiva instauração do Reino de Deus que lentamente vai tomando conta do mundo. O amor por fim reinará, pois nasceu como uma semente, foi morto e explodiu vitoriosamente na Ressurreição. Este tempo de Deus em nosso tempo chama-nos a atenção para as conseqüências da encarnação para nosso modo de viver e ser Igreja. A Igreja não é só uma sociedade religiosa que se rege por estatutos sociais e jurídicos. É algo mais profundo. Ela é uma expressão do Reino de Deus que deve ser anunciadora desta nova realidade. Para que ela compra sua missão, deve, também ela encarnar-se no mundo do mesmo modo como foi a encarnação do Filho de Deus.
Encarnar-se como Jesus.
Quando dizemos que Jesus se fez homem, não nos lembramos de que ele se fez um homem de um determinado tempo, em determinada povo e cultura. Anunciando seu evangelho, trouxe com ele as cores de sua cultura e povo. Do mesmo modo como Jesus se encarnou, assim também a Igreja deve se encarnar entre povos aonde vai anunciando o evangelho. Se assim não faz, perde sua primeira finalidade: Tornar acessível a cada pessoa a revelação de Deus em Jesus, como Ele o fez. Podemos ver pela história, como foi difícil realizar esta proposta primeira da Encarnação do Filho. E mesmo agora a Igreja sente dificuldades imensas nesta encarnação. Há sempre a busca de impor uma cultura e um modo de ser. Não devemos renunciar às verdades fundamentais do evangelho. A Igreja anuncia a mensagem de Jesus e não a si mesma, ou uma cultura dominante, ou uma filosofia e até mesmo teologia de um tempo e à estrutura que se eterniza. É conseqüência da Encarnação. Se não se adequar às culturas, pode perfeitamente trair o anúncio do Evangelho. Jesus anunciou dentro de uma cultura, mandando que fizéssemos a mesma coisa. É preciso falar a língua da gente.
A Igreja que Jesus quer.
Dentro desta reflexão, devemos pensar as estruturas da Igreja, como feitas a partir das diversas realidades em que vivemos, sem trair o evangelho para satisfazer a interesses. Por exemplo: na liturgia temos tantos elementos incompreensíveis que pertencem a outros tempos. Por que não repensar? A preocupação é cumprir normas. No campo da linguagem: temos uma linguagem que não é entendida pelo povo. É preciso dialogar com todas as culturas para delas recolher o que há de bom e santo e apresentar a alegre noticia da presença de Deus no mundo na encarnação de seu Filho. Assim o Natal sai do dia 25 de dezembro e invade todo ano. Feliz encarnação, Igreja!
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