PADRE LUÍS KIRSCHNER CSsR
Depois das palavras mal compreendidas em Regensburg, Bento XVI mostrou aos 22 representantes de Muçulmanos Africanos durante a sua viagem recente à África, que há outra maneira de falar contra o uso da violência.
Em Regensburg ele fez em 2006 aquele discurso, na Universidade de Regensburg, na Baviera, falando da relação entre Fé e Razão. Razão sem Fé gera um senso do nada e cepticismo, típico da patologia do Ocidente; Fé sem razão se torna fundamentalismo e intolerância, algo que se pode identificar em certas partes do mundo islâmico.
A primeira tentativa de dizer isso foi infeliz, quando o Papa citou um Imperador do século 14, dizendo que Islã cresceu na base da espada. A frase gerou uma reação internacional no mundo Islâmico, e durante os últimos 3 anos, O Vaticano tem gastado muita energia para corrigir a primeira impressão.
Na África, Bento reduziu sua mensagem, dizendo que a razão humana tem um potencial enorme. “Religião genuína alarga o horizonte da compreensão humana e forma a base de qualquer cultura humana autentica. Rejeitam todas as formas de violência e de totalitarianismo não somente os princípios da Fé, mas também os da razão.”
“De fato, religião e razão reforçam-se mutuamente, porque a Religião é purificada e estruturada pela Razão, e o potencial total da Razão é desencadeado pela revelação e pela Fé”. Segundo John Allen, vaticanólogo conhecido da língua inglesa, foi uma pena que a mensagem original de Regensburg não tenha sido percebida logo: que Cristãos e Muçulmanos têm algo a oferecer uns aos outros. São aliados em muitos pontos. Cristãos têm séculos de experiência de reflexão sobre a Fé à luz da razão, que gera um espírito de tolerância. Muçulmanos podem compartilhar sua religiosidade vibrante e a insistência que a lógica não é suficiente, assim revitalizando o Ocidente sem rumo.
Além disso, Bento mostrou que prefere mais uma cooperação no nível político e social, defendendo valores mútuos, e não tanto trabalhar em cima de assuntos teológicos. O diálogo deve insistir no estabelecimento de uma ordem política estável e justa. Um diálogo inter-religioso é quase impossível, porque seria necessário colocar de lado a identidade religiosa de cada um, segundo pensadores italianos. Mas um diálogo intercultural é urgente. Em outras palavras, entrar numa busca de lugares comuns, a fim de que os valores religiosos possam forjar a vida política e social. Com certeza o Papa estava pensando na defesa da vida, a oposição ao aborto e a homossexualidade.
Durante uma Missa no ar livre, Ratzinger disse que “cada ser humano, cada pessoa humana pequena, ainda que fraca, é criada à imagem e semelhança de Deus. Cada pessoa deve viver. A Morte não pode prevalecer sobre a Vida. A Morte nunca terá a ultima palavra!” Depois, alguns muçulmanos disseram ao Papa, O Senhor não está sozinho.
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