PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR
Suicídio é pecado ou desequilíbrio?
Esse acontecimento na vida da família traz tantos transtornos e preocupações. Além do trauma, traz também uma pergunta: “Quando alguém se suicida, ele se salva?”
Há dois pontos a se considerar e que são básicos para se responder a essa pergunta. O primeiro nos leva a considerar a vontade salvadora de Deus manifestada em Jesus, que disse: “Eu vim para que todos tenham vida”; “Aqueles que o Pai me deu, eu não perco nenhum.” Entramos no mistério da vontade de Deus que quer salvar a todos. Da nossa parte temos de saber que é impossível julgar alguém; isso não nos compete. Ninguém sabe o caminho da misericórdia de Deus.
O segundo ponto nasce da análise da psicologia humana. A vida é o maior dom que recebemos de Deus, falando humanamente. Ninguém conscientemente vai tirar sua própria vida. Se o faz, temos a certeza de que não está mais consciente do que faz, mesmo que deixe uma carta escrita explicando as razões que o levaram a tal ponto. A vida é um dom de um valor tão absoluto que repugna ao próprio ser humano perdê-la. Veja como se luta pela saúde, para se defender e se preservar num acidente. Veja os avanços da medicina para proteger, conservar e alongar a vida.
Experiências mostram que a pessoa que tira sua própria vida não está mais no controle de suas faculdades mentais. Está vivendo um profundo desequilíbrio e não tem mais o poder consciente de decisão. E quando acontece o fato, pode acreditar que já faz meses que ela está fora de si, vivendo outra realidade em seu mundo interior, perturbado e confuso. E quem não pode tomar uma decisão consciente, não pode também ser penalizado pelo que fez.
Na prática antiga da Igreja, como não se tinha a ajuda da psicologia para a compreensão dessa atitude, havia uma série de sanções para o suicida, como a negação da sepultura eclesiástica, as aplicações de missa pela sua alma. Enfim, pesava sobre a pessoa uma condenação. Hoje, ajudada pela psicologia e pela psiquiatria, a Igreja já vê sob nova forma e tem uma atitude de compreensão e de misericórdia para com aqueles que chegam a tal ponto.
Essa é a palavra boa que podemos dizer aos familiares que vivem um drama pela perda de um dos seus nessa forma trágica e traumatizante. Nesse momento temos de firmar nossa fé na bondade, na misericórdia de Deus, que é mais Mãe do que Pai.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE-VOLUME 3
EDITORA SANTUÁRIO
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
http://www.redemptor.com.br
Suicídio é pecado ou desequilíbrio?
Esse acontecimento na vida da família traz tantos transtornos e preocupações. Além do trauma, traz também uma pergunta: “Quando alguém se suicida, ele se salva?”
Há dois pontos a se considerar e que são básicos para se responder a essa pergunta. O primeiro nos leva a considerar a vontade salvadora de Deus manifestada em Jesus, que disse: “Eu vim para que todos tenham vida”; “Aqueles que o Pai me deu, eu não perco nenhum.” Entramos no mistério da vontade de Deus que quer salvar a todos. Da nossa parte temos de saber que é impossível julgar alguém; isso não nos compete. Ninguém sabe o caminho da misericórdia de Deus.
O segundo ponto nasce da análise da psicologia humana. A vida é o maior dom que recebemos de Deus, falando humanamente. Ninguém conscientemente vai tirar sua própria vida. Se o faz, temos a certeza de que não está mais consciente do que faz, mesmo que deixe uma carta escrita explicando as razões que o levaram a tal ponto. A vida é um dom de um valor tão absoluto que repugna ao próprio ser humano perdê-la. Veja como se luta pela saúde, para se defender e se preservar num acidente. Veja os avanços da medicina para proteger, conservar e alongar a vida.
Experiências mostram que a pessoa que tira sua própria vida não está mais no controle de suas faculdades mentais. Está vivendo um profundo desequilíbrio e não tem mais o poder consciente de decisão. E quando acontece o fato, pode acreditar que já faz meses que ela está fora de si, vivendo outra realidade em seu mundo interior, perturbado e confuso. E quem não pode tomar uma decisão consciente, não pode também ser penalizado pelo que fez.
Na prática antiga da Igreja, como não se tinha a ajuda da psicologia para a compreensão dessa atitude, havia uma série de sanções para o suicida, como a negação da sepultura eclesiástica, as aplicações de missa pela sua alma. Enfim, pesava sobre a pessoa uma condenação. Hoje, ajudada pela psicologia e pela psiquiatria, a Igreja já vê sob nova forma e tem uma atitude de compreensão e de misericórdia para com aqueles que chegam a tal ponto.
Essa é a palavra boa que podemos dizer aos familiares que vivem um drama pela perda de um dos seus nessa forma trágica e traumatizante. Nesse momento temos de firmar nossa fé na bondade, na misericórdia de Deus, que é mais Mãe do que Pai.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE-VOLUME 3
EDITORA SANTUÁRIO
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
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