
Papa: O sacerdote abra as portas do futuro de Deus ao mundo
11/06/2010 (3:53)
Peço humildemente, Pai Santo, que nos ilumine sobre a profundidade e sobre o sentido autêntico do celibato eclesiástico.
Um grande problema da cristandade do mundo de hoje é que não se pensa mais ao futuro de Deus: parece somente suficiente o presente deste mundo. Queremos ter somente este mundo, viver somente neste mundo. Assim fechamos as portas à verdadeira grandeza da nossa existência. O sentido do celibato como antecipação do futuro é precisamente abrir essas portas, tornar maior o mundo, mostrar a realidade do futuro que deve ser vivido por nós já no presente. (…) Pode em certo sentido surpreender, essa crítica permanente contra o celibato, em um tempo no qual cada vez mais se torna moda não se casar. Mas este não se casar é uma coisa totalmente e fundamentalmente diversa do celibato, porque o não se casar está baseado na vontade de viver sozinho para si mesmo, de não aceitar nenhum vínculo definitivo, de ter a vida a cada momento em plena autonomia, decidir em qualquer momento o que fazer, o que pegar da vida. E, portanto, um “não” ao vínculo, um “não” ao definitivo, um ter a vida somente para si mesmos. Enquanto o celibato é precisamente o contrário: É um “sim” definitivo, é um deixar-se tomar pela mão de Deus, entregar-se nas mãos do Senhor, no seu “Eu”, e portanto, é um ato de fidelidade e de confiança, um ato que supõe também a fidelidade no matrimônio. É precisamente o contrário deste “não”, desta autonomia que não deseja estar obrigado, que não deseja entrar em um vínculo; é precisamente o “sim” definitivo que supõe, confirma o “sim” definitivo do matrimônio. E este matrimônio é a forma bíblica, a forma natural de ser homem e mulher, fundamento da grande cultura cristã, de grandes culturas do mundo. Se desaparece isso, será destruída a raiz da nossa cultura. Por isso, o celibato confirma o “sim” do matrimônio com o seu “sim” ao mundo futuro, e assim queremos ir para frente e fazer presente este escândalo de uma fé que põe toda a existência em Deus. Sabemos que ao lado desse grande escândalo que o mundo não deseja ver, existem também os escândalos secundários das nossas insuficiências, dos nossos pecados que escurecem o verdadeiro e grande escândalo, e fazem pensar: “Mas, não vivem realmente sob o fundamento de Deus!”. Mas há tanta fidelidade! O celibato, precisamente as críticas o demonstram, é um grande sinal da fé, da presença de Deus no mundo. Rezemos ao Senhor para que nos ajude a nos tornarmos livres dos escândalos secundários, para que torne presente o grande escândalo da nossa fé, da confiança, da força da nossa vida que se funda em Deus e em Cristo Jesus!
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