
DIÁCONO ADÍLSON CUNHA - UNESER
Copa do Mundo-2010
Uma copa do mundo é preparada com muita antecedência. Enquanto uma está acontecendo, outra já está tomando forma na mente dos cartolas do futebol.
Neste dois mil e dez, o Continente Africano, é o grande palco dela e está recebendo trinta e duas seleções divididas em oito grupos.
Está se realizando na parte mais meridional do continente negro, o mais pobre de todos e que conta com quase um bilhão de habitantes, espalhados pelos cinqüenta e três países que o compõem.
A África do Sul está em festa e a palavra corrente é ubuntu, que tem muitíssimas significações, podendo ser entendida por amizade, solidariedade, capacidade de aceitar o outro, harmonia, e não há como traduzi-la para quaisquer línguas, assim como é o vocábulo “saudades” na língua portuguesa.
A África do Sul é classificada como um país subdesenvolvido industrializado, com IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) abaixo dos oitocentos milésimos. Aliás, todos o países africanos estão abaixo do índice citado.
O referido continente, situado ao sul do Mar Mediterrâneo, é palco de pobreza, de guerras civis e de enfermidades como é o caso da AIDS.
Enquanto a potência norte americana gasta anualmente, com a guerra do Iraque, o equivalente a duzentos e quarenta e cinco bilhões de dólares, o continente da copa, sofre com a exclusão social, com a exclusão tecnológica e econômica.
Colonização e exploração são dois termos que nos ensinam o porquê de muitos países serem pujantes e outros classificados como de terceiro mundo. E assim entende-se a situação misérrima daquele continente que hoje é palco das atenções, pois foi partilhado pela França, pela Inglaterra, Bélgica e Alemanha.
Pobreza generalizada, fome, aids e malária tomam conta daqueles irmãos que continuam sendo explorados. Setenta por cento deles, tentam sobreviver com menos de dois dólares diários.
As potências européias supracitadas passaram por essas terras e levaram, durante séculos, ouro e diamante, minerais do mais alto valor. Sequer estavam preocupados em colonização, mas na exploração.
Em tempos de globalização, a África ainda é um continente esquecido. Durante quatrocentos anos, homens e mulheres negras foram retiradas daquelas terras e vendidas como mão de obra, para serem escravizadas, ou na América ou em países do Velho Continente, o que deixou de acontecer com a Revolução Industrial, dada a influência da Inglaterra, no final do séc. XVIII. Era uma necessidade comercializar os produtos, lembrando que aqueles que não eram assalariados, não tinham dinheiro para adquirir produtos manufaturados.
Não há como não fazer analogia África do Sul e Nelson Mandela, o grande líder da transição apartheid por uma democracia forte.
Falar deste grande líder sul africano é lembrar dos seus vinte e sete anos de prisão e do presidente que foi nos anos de noventa e quatro, no século passado.
A copa do mundo no continente negro é um chamado de todo o mundo para uma África sofrida, principalmente para uma segregação racial negra, que não deixa de acontecer em todos os cantos do mundo.
Prof. Adilson
15/06/2010
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