Pe. João A. Mac Dowell S.J.
A oração não seria uma maneira de utilizar Deus para satisfazer as nossas necessidades? Será que esta atitude é correta?
Certamente não. Tentar usar Deus como se usa um remédio para curar uma doença ou como um meio para subir na vida ou conseguir um bom casamento não é uma atitude cristã. Mas também não é uma verdadeira oração. É verdade que muita gente quando reza pensa que pode subordinar Deus a seus interesses e caprichos. O problema então é encontrar a reza própria, a fórmula exata, para conquistar as boas graças de Deus ou do santo. A religião se converte em mágica: pronuncio umas palavras e acontece o impossível. Ou num negócio: se pago o preço devido com minha oração, tenho direito de receber a graça. Deus se torna um fornecedor de bens que não consigo obter por outros meios. Se encontro aqui na terra uma maneira mais segura de alcançar o que quero, posso dispensar a intervenção celeste.
Quem procede assim faz uma caricatura de Deus. Deus não pode ser instrumentalizado. É verdade que precisamos de Deus e devemos apresentar a ele as nossas necessidades com a confiança de sermos atendidos. Mas as necessidades das criaturas são objeto de oração na medida em que correspondem à vontade de Deus. É a partir de Deus, na luz da fé, que podemos ver o que precisamos para ser felizes. A oração cristã respeita o primado absoluto de Deus. Quando rezo para que Deus faça o que eu quero, em vez de desejar e pedir o que Deus quer, estou tratando Deus como um escravo de meus desejos. Estou esquecendo que ele me ama e é o primeiro a querer ajudar-me.
Graças a Deus, há muitas pessoas que rezam com plena confiança, porque sabem que Deus é seu amigo. Pedem a ajuda de Deus no meio dos problemas e aflições seus e dos outros, mas dizem, como Jesus, "seja feita a vossa vontade e não a minha", lembrando-se das palavras do Evangelho: "Quem de vós dará uma pedra ao filho que pede pão? Ou uma serpente ao que pede um peixe? Se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus dará o que é bom aos que lhe pedirem?" Por isso oram com tanta fé, certos de que tudo vai correr bem. E vivem com serenidade, porque colocam tudo nas mãos de Deus. É como aquela senhora que dizia: "Se me perguntassem o que você prefere: Deus ou ganhar na loteria? eu escolhia sem pestanejar Deus". Para estas pessoas, não há nada melhor do que Deus, nem o dinheiro, nem o prestígio, nem mesmo os parentes e amigos mais queridos. Sua oração, longe de subordinar Deus aos próprios interesses, é uma maneira de sintonizar com os desejos do coração de Deus que quer o bem de toda a humanidade.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE-VOLUMES 1 E 2
EDITORA SANTUÁRIO
João A. Mac Dowell S.J.
http://www.redemptor.com.br
A oração não seria uma maneira de utilizar Deus para satisfazer as nossas necessidades? Será que esta atitude é correta?
Certamente não. Tentar usar Deus como se usa um remédio para curar uma doença ou como um meio para subir na vida ou conseguir um bom casamento não é uma atitude cristã. Mas também não é uma verdadeira oração. É verdade que muita gente quando reza pensa que pode subordinar Deus a seus interesses e caprichos. O problema então é encontrar a reza própria, a fórmula exata, para conquistar as boas graças de Deus ou do santo. A religião se converte em mágica: pronuncio umas palavras e acontece o impossível. Ou num negócio: se pago o preço devido com minha oração, tenho direito de receber a graça. Deus se torna um fornecedor de bens que não consigo obter por outros meios. Se encontro aqui na terra uma maneira mais segura de alcançar o que quero, posso dispensar a intervenção celeste.
Quem procede assim faz uma caricatura de Deus. Deus não pode ser instrumentalizado. É verdade que precisamos de Deus e devemos apresentar a ele as nossas necessidades com a confiança de sermos atendidos. Mas as necessidades das criaturas são objeto de oração na medida em que correspondem à vontade de Deus. É a partir de Deus, na luz da fé, que podemos ver o que precisamos para ser felizes. A oração cristã respeita o primado absoluto de Deus. Quando rezo para que Deus faça o que eu quero, em vez de desejar e pedir o que Deus quer, estou tratando Deus como um escravo de meus desejos. Estou esquecendo que ele me ama e é o primeiro a querer ajudar-me.
Graças a Deus, há muitas pessoas que rezam com plena confiança, porque sabem que Deus é seu amigo. Pedem a ajuda de Deus no meio dos problemas e aflições seus e dos outros, mas dizem, como Jesus, "seja feita a vossa vontade e não a minha", lembrando-se das palavras do Evangelho: "Quem de vós dará uma pedra ao filho que pede pão? Ou uma serpente ao que pede um peixe? Se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus dará o que é bom aos que lhe pedirem?" Por isso oram com tanta fé, certos de que tudo vai correr bem. E vivem com serenidade, porque colocam tudo nas mãos de Deus. É como aquela senhora que dizia: "Se me perguntassem o que você prefere: Deus ou ganhar na loteria? eu escolhia sem pestanejar Deus". Para estas pessoas, não há nada melhor do que Deus, nem o dinheiro, nem o prestígio, nem mesmo os parentes e amigos mais queridos. Sua oração, longe de subordinar Deus aos próprios interesses, é uma maneira de sintonizar com os desejos do coração de Deus que quer o bem de toda a humanidade.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE-VOLUMES 1 E 2
EDITORA SANTUÁRIO
João A. Mac Dowell S.J.
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