Falar na ressurreição para a vida eterna não seria uma coisa antiquada? O importante não é viver bem e em paz aqui na terra?
Hoje em dia existe, mesmo entre os cristãos, uma forte tendência a esquecer que a nossa realização definitiva não pode acontecer nesta vida. Todo mundo quer ser feliz aqui e agora. A promessa da vida eterna, depois da morte, não diz nada à maioria das pessoas. Para muitos, na prática, não existe outra vida, e, por isso, é preciso aproveitar o mais possível desta. Podem até ser religiosos e pedir favores a Deus, para serem felizes. Mas não percebem que Deus mesmo é a nossa felicidade. Sentem falta de tudo, menos de Deus. Procuram com muito esforço subir na vida, melhorar sua situação, garantir o futuro, coisas, aliás, que não são erradas. Mas não buscam em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça. Por isso, sempre estão insatisfeitos, porque só ele pode saciar o coração humano.
Justamente por causa dessa mentalidade materialista tão difundida hoje em dia, a mensagem da ressurreição de Jesus é plenamente atual. A Igreja proclama essa verdade, para ser fiel à sua missão de ajudar toda a humanidade a alcançar a felicidade autêntica. É muito triste contentar-se com ser bem sucedido aqui na terra, ter uma vida próspera e sossegada. Mesmo o empenho pelos outros, os gestos de solidariedade, a luta por uma sociedade mais justa, se não são envolvidos pela esperança da vida eterna, não são capazes de dar sentido à nossa existência. A morte destrói todos os sonhos ou realizações humanas. É preciso abrir os olhos das pessoas para um horizonte mais largo, para o horizonte infinito das promessas de Deus. No fundo do coração todos aspiramos por uma felicidade sem limites. Mas ela é inatingível nas condições da vida presente. É impossível transformar esse mundo num paraíso.
A fé na ressurreição de Jesus nos orienta para o mundo novo. Mostra que a vida não acaba com a morte. É apenas o caminho para chegar a nosso destino eterno. Quem crê na ressurreição compreende que Deus é o nosso verdadeiro destino. Só o encontro final com ele, para além da morte, vai libertar-nos das limitações da existência atual. Como Jesus, depois de morrer, renasceu para uma vida nova e feliz na presença de seu Pai, também nós somos chamados a viver para sempre em companhia daquele que é a verdade, a beleza, o amor infinito. O amor que une o Pai e o Filho numa comunhão total é a fonte de sua felicidade eterna. E é esta alegria sem fim que ele promete a todos que acreditam na sua ressurreição.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE-VOLUMES 1 E 2
EDITORA SANTUÁRIO
João A. Mac Dowell S.J.
http://www.redemptor.com.br
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