PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR
O segredo obriga ou não obriga?
O segredo faz parte das relações humanas, seja nos negócios, seja em todos os dias da vida. E pela falta de guardar segredo quanto mal se faz aos outros, tornando a vida mais fechada e as pessoas distantes umas da outras. Talvez hoje o que mais nos falta é uma pessoa segredosa com quem possamos desabafar nossos problemas e sucessos.
Há três tipos de segredo: o natural, o prometido e o confiado. O segredo natural impõe discrição a tudo aquilo cuja simples revelação seria contrária à justiça ou à caridade. O segredo prometido abrange o que se prometeu, mesmo que não haja obrigação normal de guardar silêncio; cessa a obrigação quando o silêncio não tem mais sentido ou um bem maior exige que se fale. O segredo confiado cobre tudo aquilo que se sabe sob a condição de guardar segredo; o mais importante dele é o profissional. E entre esses o mais rigoroso é o segredo da confissão.
O segredo tem sua fonte de exigência na fidelidade e no respeito pela verdade, respeito ao direito da pessoa humana. Jamais posso revelar algo que redunde em prejuízo de alguém. Por isso é que não podemos abordar problemas espinhosos ou fazer certos comentários a pessoas não criteriosas; isso feito diante de um público não preparado é um desastre.
Esse direito à própria intimidade e à vida íntima do próximo deve-nos alertar para que não coloquemos em público coisas que só nós sabemos. Temos de contar com nossa fraqueza e com o mal que produzimos no próximo. A quem vamos recorrer nas horas difíceis se destruímos as barreiras do segredo? Pela falta de discrição condenamos muita gente à exclusão e ao isolamento.
Todos têm seus segredos. Se porventura descobrimos alguns, a caridade nos obriga ao silêncio, não devemos divulgá-los. Essa mania de querer desvendar segredos para poder usar depois é, em si, um pecado grave. É uma grosseria pôr-se à escuta da vida alheia. Há gente que não respeita vizinhos, negócios, correspondências alheias e vive bisbilhotando a vida dos outros, depois sai comentando por toda parte.
Há pessoas que nos colocam em situações complicadas das quais só saímos adotando um modo de falar que não diga o segredo. Fazemos uma restrição mental.
Pode haver necessidade de quebra de um segredo, mas isso só quando um bem muito maior o exigir. Do contrário tudo o que temos de fazer é calar a boca. São Tiago diz que é mais fácil controlar os cavalos, pondo os freios na boca, do que a língua humana.
É preciso vigiar a si mesmo, porque o malfeito sempre parece mais delicioso de ser comentado com os outros. Mas isso faz parte da maldade já plantada em nossos corações: o gosto de falar mal e a incapacidade de ouvir, ver e se calar.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE-VOLUME 3
EDITORA SANTUÁRIO
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
http://www.redemptor.com.br
O segredo obriga ou não obriga?
O segredo faz parte das relações humanas, seja nos negócios, seja em todos os dias da vida. E pela falta de guardar segredo quanto mal se faz aos outros, tornando a vida mais fechada e as pessoas distantes umas da outras. Talvez hoje o que mais nos falta é uma pessoa segredosa com quem possamos desabafar nossos problemas e sucessos.
Há três tipos de segredo: o natural, o prometido e o confiado. O segredo natural impõe discrição a tudo aquilo cuja simples revelação seria contrária à justiça ou à caridade. O segredo prometido abrange o que se prometeu, mesmo que não haja obrigação normal de guardar silêncio; cessa a obrigação quando o silêncio não tem mais sentido ou um bem maior exige que se fale. O segredo confiado cobre tudo aquilo que se sabe sob a condição de guardar segredo; o mais importante dele é o profissional. E entre esses o mais rigoroso é o segredo da confissão.
O segredo tem sua fonte de exigência na fidelidade e no respeito pela verdade, respeito ao direito da pessoa humana. Jamais posso revelar algo que redunde em prejuízo de alguém. Por isso é que não podemos abordar problemas espinhosos ou fazer certos comentários a pessoas não criteriosas; isso feito diante de um público não preparado é um desastre.
Esse direito à própria intimidade e à vida íntima do próximo deve-nos alertar para que não coloquemos em público coisas que só nós sabemos. Temos de contar com nossa fraqueza e com o mal que produzimos no próximo. A quem vamos recorrer nas horas difíceis se destruímos as barreiras do segredo? Pela falta de discrição condenamos muita gente à exclusão e ao isolamento.
Todos têm seus segredos. Se porventura descobrimos alguns, a caridade nos obriga ao silêncio, não devemos divulgá-los. Essa mania de querer desvendar segredos para poder usar depois é, em si, um pecado grave. É uma grosseria pôr-se à escuta da vida alheia. Há gente que não respeita vizinhos, negócios, correspondências alheias e vive bisbilhotando a vida dos outros, depois sai comentando por toda parte.
Há pessoas que nos colocam em situações complicadas das quais só saímos adotando um modo de falar que não diga o segredo. Fazemos uma restrição mental.
Pode haver necessidade de quebra de um segredo, mas isso só quando um bem muito maior o exigir. Do contrário tudo o que temos de fazer é calar a boca. São Tiago diz que é mais fácil controlar os cavalos, pondo os freios na boca, do que a língua humana.
É preciso vigiar a si mesmo, porque o malfeito sempre parece mais delicioso de ser comentado com os outros. Mas isso faz parte da maldade já plantada em nossos corações: o gosto de falar mal e a incapacidade de ouvir, ver e se calar.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE-VOLUME 3
EDITORA SANTUÁRIO
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
http://www.redemptor.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar. Sua participação é muito importante para nós. Deixe seu e-mail para podermos lhe contatar.