PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR
Rezar para os santos é um costume ou uma necessidade?
Há na religião atitudes que são necessárias porque expressam aquilo que acreditamos e são fundamentais, como a participação na comunidade, o testemunho da fé. Há outras atitudes que são costumes e expressam nossa piedade, nossa sensibilidade religiosa.
O culto aos santos é um costume piedoso que manifesta nosso respeito, nossa crença na ressurreição, no poder da intercessão dessas pessoas que viveram a fé, e que dessa forma nos servem de modelo.
Não há referência bíblica ao culto dos santos; a não ser em Esdras, sobre rezar pelos mortos. Mas há uma memória constante sobre Abraão, Isaac e Jacó etc. Paulo chamava de “santos” todos os cristãos das primeiras comunidades.
Quanto à mediação entre Deus e os homens, na carta a Timóteo, Paulo diz: “Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens” (Tm 2,5). Nós, católicos, não colocamos os santos como mediadores no lugar de Jesus; eles são intercessores, modelos de quem conseguiu viver o Evangelho.
Não somos responsáveis pelo exagero de alguns que se expressam mal com sua devoção aos santos e imagens. Tudo vai depender da significação que damos ao que fazemos.
Por volta do ano 100 d.C., aparece o culto aos mártires. Os cristãos reuniam-se ao redor do túmulo de um mártir para celebrar o dia de seu martírio, considerado o dia de seu nascimento.
No começo a lembrança do mártir era celebrada só onde ele viveu, com o tempo a devoção espalhou-se para outros lugares conforme os favores que recebiam, ou a devoção de algumas famílias. São Policarpo foi, pelo que consta, o primeiro mártir a receber o culto de sua comunidade de Smirna, antes da proclamação oficial da Igreja; isso porque antes era a comunidade que declarava seus santos.
Hoje a Igreja oficializou o culto aos santos. Antes de declarar alguém santo, a Igreja faz um exame acurado e cuidadoso da vida dessas pessoas. Ela quer apresentar alguém que tenha vivido o Evangelho de forma exemplar.
A intenção em cultuar os santos fundamenta-se no comportamento natural das pessoas que gostam de cultuar seus heróis, pessoas que se distinguiram de alguma forma. Tem a intenção de mostrar pessoas que conseguiram transformar o Evangelho em vida. Mostrar a crença na comunhão de todos, principalmente na intercessão dos santos.
Hoje principalmente os mártires modernos têm muito a nos dizer, porque apostaram tudo no Evangelho e não tiveram medo de perder a vida para testemunhar sua fé e sua luta pelo Reino. São modelos de pessoas que tiveram um ideal e lutaram para vencer a situação de injustiça, pobreza generalizada, principalmente na América Latina.
Há pessoas que não acham importante o culto aos santos, embora isso faça parte de nossa cultura; mesmo assim os santos não deixam de ter sua importância e significado para nós. Mas tudo tem seu limite e seu tamanho.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE-VOLUME 6
EDITORA SANTUÁRIO
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
http://www.redemptor.com.br
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