Pe. João A. Mac Dowell S.J.
Todas as pessoas se salvam?
Não temos outra resposta para esta pergunta senão a que nos dá o Evangelho. De fato, ela foi feita a Jesus com palavras parecidas: "Senhor, são poucos os que se salvam?". E como respondeu Jesus? "Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque, vos digo, muitos pretenderão entrar e não conseguirão. Quando o dono da casa se tiver levantado para fechar a porta e vós começardes a bater do lado de fora dizendo: Senhor, abre-nos a porta, ele responderá: Não sei de onde sois" (Lc 13,23-25).
A primeira vista, Jesus reconhece que poucos se salvam. Do mesmo modo, quando o jovem rico recusa abandonar todos os seus bens para segui-lo, Jesus comenta: "Como é difícil para os que possuem riquezas entrar no Reino de Deus! É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus". Mas quando os discípulos querem tirar a conclusão: "Mas, então, quem poderá salvar-se?", Jesus corrige: "O que é impossível para os homens, é possível para Deus" (Lc 18,24-26).
É preciso, portanto, considerar o conjunto das palavras do Evangelho e não uma frase isolada. O mesmo Jesus que insiste, por um lado: "Então o dono de casa dirá: Afastai-vos de mim vós todos que praticais o mal" (Lc 13,27), revela, por outro: "Deus não enviou seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele" (Jo 3,17). E o apóstolo Paulo, escrevendo a Timóteo, conclui: "Deus quer que todos os homens se salvem e cheguem ao pleno conhecimento da verdade" (ITim 2,4).
Esta aparente contradição só se resolve quando compreendemos que a linguagem de Jesus é como a dos profetas. Todos os profetas bíblicos anunciam terríveis castigos para o povo de Deus se não se converter; e, ao mesmo tempo, todos renovam a promessa de uma salvação maravilhosa. Ameaças e promessas são a expressão do mesmo amor: amor apaixonado de Deus por nós, que nos recorda como é triste viver longe dele; amor fiel que está sempre pronto a acolher quem volta para junto dele.
O estilo de Jesus é pedagógico. Ele não veio para satisfazer a nossa curiosidade sobre o que já aconteceu ou vai acontecer no futuro. Veio chamar a nossa atenção para o nosso destino final. Todos se salvarão? Jesus não responde diretamente. Insiste em que podemos perder-nos por nossa culpa, recusando a conversão. Mas assegura também que o amor de Deus por nós é sem limites. Por isso, podemos manter a esperança na salvação de todos. Se a salvação fosse automática, ninguém se esforçaria por alcançá-la. Se a perdição fosse certa, todo mundo desanimaria. É a esperança que estimula a crescer, procurando viver na verdade e no amor.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE-VOLUMES 1 E 2
EDITORA SANTUÁRIO
João A. Mac Dowell S.J.
http://www.redemptor.com.br
Todas as pessoas se salvam?
Não temos outra resposta para esta pergunta senão a que nos dá o Evangelho. De fato, ela foi feita a Jesus com palavras parecidas: "Senhor, são poucos os que se salvam?". E como respondeu Jesus? "Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque, vos digo, muitos pretenderão entrar e não conseguirão. Quando o dono da casa se tiver levantado para fechar a porta e vós começardes a bater do lado de fora dizendo: Senhor, abre-nos a porta, ele responderá: Não sei de onde sois" (Lc 13,23-25).
A primeira vista, Jesus reconhece que poucos se salvam. Do mesmo modo, quando o jovem rico recusa abandonar todos os seus bens para segui-lo, Jesus comenta: "Como é difícil para os que possuem riquezas entrar no Reino de Deus! É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus". Mas quando os discípulos querem tirar a conclusão: "Mas, então, quem poderá salvar-se?", Jesus corrige: "O que é impossível para os homens, é possível para Deus" (Lc 18,24-26).
É preciso, portanto, considerar o conjunto das palavras do Evangelho e não uma frase isolada. O mesmo Jesus que insiste, por um lado: "Então o dono de casa dirá: Afastai-vos de mim vós todos que praticais o mal" (Lc 13,27), revela, por outro: "Deus não enviou seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele" (Jo 3,17). E o apóstolo Paulo, escrevendo a Timóteo, conclui: "Deus quer que todos os homens se salvem e cheguem ao pleno conhecimento da verdade" (ITim 2,4).
Esta aparente contradição só se resolve quando compreendemos que a linguagem de Jesus é como a dos profetas. Todos os profetas bíblicos anunciam terríveis castigos para o povo de Deus se não se converter; e, ao mesmo tempo, todos renovam a promessa de uma salvação maravilhosa. Ameaças e promessas são a expressão do mesmo amor: amor apaixonado de Deus por nós, que nos recorda como é triste viver longe dele; amor fiel que está sempre pronto a acolher quem volta para junto dele.
O estilo de Jesus é pedagógico. Ele não veio para satisfazer a nossa curiosidade sobre o que já aconteceu ou vai acontecer no futuro. Veio chamar a nossa atenção para o nosso destino final. Todos se salvarão? Jesus não responde diretamente. Insiste em que podemos perder-nos por nossa culpa, recusando a conversão. Mas assegura também que o amor de Deus por nós é sem limites. Por isso, podemos manter a esperança na salvação de todos. Se a salvação fosse automática, ninguém se esforçaria por alcançá-la. Se a perdição fosse certa, todo mundo desanimaria. É a esperança que estimula a crescer, procurando viver na verdade e no amor.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE-VOLUMES 1 E 2
EDITORA SANTUÁRIO
João A. Mac Dowell S.J.
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