Pe. João A. Mac Dowell S.J.
Para que serve rezar, pedindo a ajuda de Deus, se ele já conhece todas as nossas necessidades?
É verdade que Deus conhece tudo. Ele sabe melhor do que nós mesmos o que precisamos e quer ajudar-nos. O próprio Jesus parece confirmar a sua objeção quando diz: "Vosso Pai sabe do que precisais antes de fazerdes o pedido". Mas é ele também quem manda muitas vezes que rezemos, pedindo o auxílio de Deus: "Pedi e vos será dado; procurai e achareis; batei na porta e ela se abrirá para vós". O que Jesus exclui é a oração à moda dos pagãos "que pensam que é à força de muitas palavras que serão atendidos". Mas a insistência no pedido, fruto do desejo vivo de alcançar uma graça, é também recomendada por ele quando conta a parábola da viúva que dobrou a resistência do juiz desonesto com sua teimosia. Ele acabou cedendo: "Vou fazer-lhe justiça, senão ela não pára de aborrecer-me". E Jesus conclui: "E Deus não fará justiça em favor dos seus prediletos, que clamam dia e noite por ele?"
Portanto, Deus, embora conheça as nossas necessidades, quer que recorramos a ele com nossos pedidos. Por que? A razão é que sem oração a fé se esteriliza. É a oração que alimenta a fé. Quem deixa de rezar vai-se esquecendo de Deus. Ele desaparece da sua vida. Ao contrário, rezando, nós afirmamos que Deus é Deus: reconhecemos a sua presença como criador e salvador. O nosso pedido expressa a consciência de nossa realidade de criatura, que precisa dele. É a oração que nos dispõe a acolher o dom de Deus. Ela abre um espaço em nossa vida para sua ação, traduzindo o nosso desejo do bem próprio e alheio num ato de esperança.
É pela oração que Deus se torna para nós uma pessoa, próxima, familiar, com a qual podemos conversar, exprimindo as nossas aspirações e necessidades. A verdadeira oração cristã não consiste na pura aceitação da vontade de Deus, sem fazer-lhe nenhum pedido especial. Ao prometer escutar as nossas orações, Deus nos convida a assumir a confiança e a ousadia de um amigo. Ele indica que sua ajuda depende também de nosso apelo. A oração tem assim um influxo efetivo no conjunto da realidade. Quanto mais alguém se torna amigo de Deus, tanto mais se sente movido a pedir-lhe tudo o que considera bom para si e para os outros, tanto os dons espirituais como os bens da vida presente. Mesmo conhecendo já os nossos problemas, Deus quer conceder as suas graças em resposta às nossas orações. Só assim poderemos acolhê-las e saberemos valorizá-las como dons seus.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE-VOLUMES 1 E 2
EDITORA SANTUÁRIO
João A. Mac Dowell S.J.
http://www.redemptor.com.br
Para que serve rezar, pedindo a ajuda de Deus, se ele já conhece todas as nossas necessidades?
É verdade que Deus conhece tudo. Ele sabe melhor do que nós mesmos o que precisamos e quer ajudar-nos. O próprio Jesus parece confirmar a sua objeção quando diz: "Vosso Pai sabe do que precisais antes de fazerdes o pedido". Mas é ele também quem manda muitas vezes que rezemos, pedindo o auxílio de Deus: "Pedi e vos será dado; procurai e achareis; batei na porta e ela se abrirá para vós". O que Jesus exclui é a oração à moda dos pagãos "que pensam que é à força de muitas palavras que serão atendidos". Mas a insistência no pedido, fruto do desejo vivo de alcançar uma graça, é também recomendada por ele quando conta a parábola da viúva que dobrou a resistência do juiz desonesto com sua teimosia. Ele acabou cedendo: "Vou fazer-lhe justiça, senão ela não pára de aborrecer-me". E Jesus conclui: "E Deus não fará justiça em favor dos seus prediletos, que clamam dia e noite por ele?"
Portanto, Deus, embora conheça as nossas necessidades, quer que recorramos a ele com nossos pedidos. Por que? A razão é que sem oração a fé se esteriliza. É a oração que alimenta a fé. Quem deixa de rezar vai-se esquecendo de Deus. Ele desaparece da sua vida. Ao contrário, rezando, nós afirmamos que Deus é Deus: reconhecemos a sua presença como criador e salvador. O nosso pedido expressa a consciência de nossa realidade de criatura, que precisa dele. É a oração que nos dispõe a acolher o dom de Deus. Ela abre um espaço em nossa vida para sua ação, traduzindo o nosso desejo do bem próprio e alheio num ato de esperança.
É pela oração que Deus se torna para nós uma pessoa, próxima, familiar, com a qual podemos conversar, exprimindo as nossas aspirações e necessidades. A verdadeira oração cristã não consiste na pura aceitação da vontade de Deus, sem fazer-lhe nenhum pedido especial. Ao prometer escutar as nossas orações, Deus nos convida a assumir a confiança e a ousadia de um amigo. Ele indica que sua ajuda depende também de nosso apelo. A oração tem assim um influxo efetivo no conjunto da realidade. Quanto mais alguém se torna amigo de Deus, tanto mais se sente movido a pedir-lhe tudo o que considera bom para si e para os outros, tanto os dons espirituais como os bens da vida presente. Mesmo conhecendo já os nossos problemas, Deus quer conceder as suas graças em resposta às nossas orações. Só assim poderemos acolhê-las e saberemos valorizá-las como dons seus.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE-VOLUMES 1 E 2
EDITORA SANTUÁRIO
João A. Mac Dowell S.J.
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