T: Nas emana passada, o Papa transcorreu quatro dias em Portugal, onde foi acolhido por uma multidão. Ao regressar a Roma, foi saudado por mais de 100 mil pessoas, que lhe manifestaram sua solidariedade neste período turbulento. Essas são as Crônicas Vaticanas e eu sou John Thavis, chefe de redação em Roma de Catholic News Service.CG: E eu sou Carol Glatz, correspondente em Roma de CNS. A visita a Portugal se concentrou ao redor de Fátima, a cidade em que a Virgem apareceu a três pastorzinhos em 1917. João Paulo II estava convencido de que a mensagem de Fátima e os seus três segredos estivessem diretamente ligados à sua vida; de fato, ele disse que foi salvo por Maria no atentando que sofreu na Praça S. Pedro em 13 de maio de 1981-- festa de Nossa Senhora de Fátima. Já Bento XVI afirmou que a mensagem de Fátima é importante não tanto como uma profecia de eventos apocalípticos, mas como uma indicação espiritual. John, você estava no voo do Papa para Portugal, e o pontífice falou com os jornalistas.JT: Sim, é verdade. O Papa respondeu a algumas perguntas no vôo de ida, uma das quais inesperada: ou seja, a relação entre a crise produzida pelos abusos e o terceiro segredo de Fátima. E sua resposta foi praticamente sim: Maria em Fátima anunciou um período de grande sofrimento para a Igreja, que neste caso foi causado pelos pecados de seus membros. Disse que foi um exemplo "terrificante" de uma perseguição contra a Igreja originada não por fora, mas por dentro. O Papa surpreendeu a todos: pensávamos que esta viagem a Portugal fosse uma ocasião para deixar um pouco de lado os abusos sexuais do clero e, ao invés, ele os inseriu dentro das mensagens de Fátima. CG: A primeira etapa do Papa foi Lisboa, a capital portuguesa, onde celebrou a Missa diante de mais de 100.000 pessoas em uma das principais praças da cidade. O Papa está muito preocupado com a secularização em Portugal, um país tradicionalmente católico, onde a prática religiosa sofreu um declínio. Com efeito, três anos atrás o país legalizou o aborto e recentemente foram liberados os matrimônios homossexuais. O Papa acenou brevemente sobre esses temas em um discurso, mas se manteve distante de questões políticas. Acredito que quisesse evitar a impressão de dizer aos portugueses quais ações realizar – já que isso é uma tarefa que cabe aos líderes da Igreja em Portugal, e aos leigos. JT: De fato, as palavras mais duras ele as dirigiu aos bispos portugueses e aos fiéis leigos, afirmando que os católicos ao sentirem vergonha de mostrar sua fé e proclamar aquilo que a Igreja diz sobre questões sociais e políticas, ajudam, na realidade, o laicismo. Em especial, quando a mídia ridicularizam os valores religiosos, os líderes da Igreja devem fazer sentir sua voz. Creio que, assim, o Papa pretendia mexer com os bispos portugueses. De fato, alguns aqui no Vaticano pensam que os portugueses tenham ficado demasiado silenciosos em relação aos bispos espanhóis, que organizaram manifestações a favor da vida e da família.CG: Os eventos do Papa foram transmitidos ao vivo pelas emissoras portuguesas, e ao que parece a maior parte da população os acompanhou. As multidões presentes em Lisboa, Fátima e Porto superaram até mesmo todas as previsões. Meio milhão de pessoas participaram da Missa em Fátima, e alguns representantes vaticanos disseram que a convicta fé das pessoas foi um encorajamento para o Papa, apesar das notícias sobre abusos sexuais cometidos por sacerdotes.JT: Já aqui em Roma, 120.000 católicos se reuniram domingo passado para manifestar sua solidariedade ao Papa diante da crise dos abusos sexuais. Muitos deles julgaram injustas as críticas dirigidas a Bento XVI nas últimas semanas. E creio que aquilo que o Papa lhes disse seja muito significativo: ou seja, de que os verdadeiros inimigos que a Igreja deve combater são o pecado e o mal espiritual dentro da própria Igreja. Sou John Thavis.CG: E eu sou Carol Glatz, de Catholic News Service.http://www.catholicnews.com/
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