
CARTA ENCÍCLICA DO PAPA PIO XII
SACRA VIRGINITAS - A SAGRADA VIRGINDADE
Aos veneráveis irmãos Patriarcas, Primazes, Arcebispos e Bispos e outros Ordinários locais, em paz e união com a Sé Apostólica
INTRODUÇÃO
Virgindade e castidade perfeita são o mais belo florão da Igreja
1. A sagrada virgindade e a perfeita castidade consagrada ao serviço de Deus contam-se sem dúvida entre os mais preciosos tesouros deixados como herança à Igreja pelo seu Fundador.
2. Por isso, os santos padres observam que a virgindade perpétua é um bem excelso nascido da religião cristã. Com razão notam que os pagãos da antigüidade não exigiram das vestais tal estado de vida senão por certo tempo; e mandando o Antigo Testamento conservar e praticar a virgindade, fazia-o só como exigência prévia do matrimônio (cf. Ex 22,16-17; Dt 22,23-29; Eclo 42,9); além disso, como escreve santo Ambrósio; "Lemos de fato que havia virgens no templo de Jerusalém. Mas que diz delas o apóstolo? 'Todas estas coisas lhes aconteciam em figura' (1Cor 10,11), para serem indícios dos tempos futuros".
3. De fato, desde os tempos apostólicos viceja e floresce esta virtude no jardim da Igreja. Quando nos Atos dos Apóstolos (At 21,9) se diz que as quatro filhas do diácono Filipe eram virgens, a expressão significa certamente bem mais um estado de vida do que a idade juvenil. E pouco depois, santo Inácio de Antioquia, saudando-as, nomeia as virgens que então, juntamente com as viúvas, constituíam parte importante entre os cristãos da comunidade de Esmirna. No século II, como testemunha são Justino, "muitos homens e mulheres, de sessenta e setenta anos, educados desde a infância na doutrina de Cristo, mantêm perfeita integridade". Pouco a pouco, cresceu o número dos que consagravam a Deus a castidade; e ao mesmo tempo aumentou consideravelmente a importância deles na Igreja, como expusemos na nossa Constituição Apostólica Sponsa Christi.
4. Também os santos padres - como são Cipriano, santo Atanásio, santo Ambrósio, são João Crisóstomo, são Jerônimo, santo Agostinho e muitos outros -, escrevendo sobre a virgindade, lhe dedicaram os maiores louvores. Ora, esta doutrina dos santos padres, desenvolvida no correr dos séculos pelos doutores da Igreja e pelos mestres da ascética cristã, contribui muito para suscitar ou confirmar nos cristãos de ambos os sexos o propósito firme de se consagrarem a Deus em perfeita castidade e de perseverarem nela até à morte.
A virgindade floresceu entre os féis de todas as condições
5. Não se pode contar a multidão daqueles que, desde os começos da Igreja até aos nossos tempos, dedicaram a sua castidade a Deus, uns conservando ilibada a própria virgindade, outros consagrando-lhe para sempre a viuvez, outros finalmente escolhendo, em penitência dos seus pecados, uma vida perfeitamente casta; todos esses, porém, propuseram abster-se para sempre dos deleites da carne por amor de Deus. A doutrina dos santos padres sobre a grandeza e o mérito da virgindade seja incitamento e forte sustentáculo para todas essas almas, a fim de perseverarem no sacrifício oferecido e não retomarem para si nem a mínima parte do holocausto já colocado sobre o altar de Deus.
6. A castidade perfeita é a matéria de um dos três votos constitutivos do estado religioso e exigida aos clérigos da Igreja latina para as ordens maiores e também aos membros dos institutos seculares. Mas é igualmente praticada por grande número de simples leigos: homens e mulheres há que, sem viverem em estado público de perfeição, fizeram o propósito ou mesmo o voto privado de se abster completamente do matrimônio e dos prazeres da carne para mais livremente servir ao próximo, e mais fácil e intimamente se unirem com Deus.
7. Dirigimo-nos com coração paterno a todos e cada um desses muito amados filhos e filhas, que de algum modo consagraram a Deus corpo e alma, e exortamo-los vivamente a confirmarem sua santa resolução e a pô-la em prática com diligência.
8. Não falta contudo quem, saindo do bom caminho, nos dias de hoje exalte o matrimônio a ponto de o colocar praticamente acima da virgindade, depreciando conseqüentemente a castidade consagrada a Deus e o celibato eclesiástico. Por isso nos pede agora a consciência do nosso cargo apostólico que declaremos e defendamos a doutrina da excelência da virgindade, para acautelarmos de tais erros a verdade católica.
Virgindade e castidade perfeita são o mais belo florão da Igreja
1. A sagrada virgindade e a perfeita castidade consagrada ao serviço de Deus contam-se sem dúvida entre os mais preciosos tesouros deixados como herança à Igreja pelo seu Fundador.
2. Por isso, os santos padres observam que a virgindade perpétua é um bem excelso nascido da religião cristã. Com razão notam que os pagãos da antigüidade não exigiram das vestais tal estado de vida senão por certo tempo; e mandando o Antigo Testamento conservar e praticar a virgindade, fazia-o só como exigência prévia do matrimônio (cf. Ex 22,16-17; Dt 22,23-29; Eclo 42,9); além disso, como escreve santo Ambrósio; "Lemos de fato que havia virgens no templo de Jerusalém. Mas que diz delas o apóstolo? 'Todas estas coisas lhes aconteciam em figura' (1Cor 10,11), para serem indícios dos tempos futuros".
3. De fato, desde os tempos apostólicos viceja e floresce esta virtude no jardim da Igreja. Quando nos Atos dos Apóstolos (At 21,9) se diz que as quatro filhas do diácono Filipe eram virgens, a expressão significa certamente bem mais um estado de vida do que a idade juvenil. E pouco depois, santo Inácio de Antioquia, saudando-as, nomeia as virgens que então, juntamente com as viúvas, constituíam parte importante entre os cristãos da comunidade de Esmirna. No século II, como testemunha são Justino, "muitos homens e mulheres, de sessenta e setenta anos, educados desde a infância na doutrina de Cristo, mantêm perfeita integridade". Pouco a pouco, cresceu o número dos que consagravam a Deus a castidade; e ao mesmo tempo aumentou consideravelmente a importância deles na Igreja, como expusemos na nossa Constituição Apostólica Sponsa Christi.
4. Também os santos padres - como são Cipriano, santo Atanásio, santo Ambrósio, são João Crisóstomo, são Jerônimo, santo Agostinho e muitos outros -, escrevendo sobre a virgindade, lhe dedicaram os maiores louvores. Ora, esta doutrina dos santos padres, desenvolvida no correr dos séculos pelos doutores da Igreja e pelos mestres da ascética cristã, contribui muito para suscitar ou confirmar nos cristãos de ambos os sexos o propósito firme de se consagrarem a Deus em perfeita castidade e de perseverarem nela até à morte.
A virgindade floresceu entre os féis de todas as condições
5. Não se pode contar a multidão daqueles que, desde os começos da Igreja até aos nossos tempos, dedicaram a sua castidade a Deus, uns conservando ilibada a própria virgindade, outros consagrando-lhe para sempre a viuvez, outros finalmente escolhendo, em penitência dos seus pecados, uma vida perfeitamente casta; todos esses, porém, propuseram abster-se para sempre dos deleites da carne por amor de Deus. A doutrina dos santos padres sobre a grandeza e o mérito da virgindade seja incitamento e forte sustentáculo para todas essas almas, a fim de perseverarem no sacrifício oferecido e não retomarem para si nem a mínima parte do holocausto já colocado sobre o altar de Deus.
6. A castidade perfeita é a matéria de um dos três votos constitutivos do estado religioso e exigida aos clérigos da Igreja latina para as ordens maiores e também aos membros dos institutos seculares. Mas é igualmente praticada por grande número de simples leigos: homens e mulheres há que, sem viverem em estado público de perfeição, fizeram o propósito ou mesmo o voto privado de se abster completamente do matrimônio e dos prazeres da carne para mais livremente servir ao próximo, e mais fácil e intimamente se unirem com Deus.
7. Dirigimo-nos com coração paterno a todos e cada um desses muito amados filhos e filhas, que de algum modo consagraram a Deus corpo e alma, e exortamo-los vivamente a confirmarem sua santa resolução e a pô-la em prática com diligência.
8. Não falta contudo quem, saindo do bom caminho, nos dias de hoje exalte o matrimônio a ponto de o colocar praticamente acima da virgindade, depreciando conseqüentemente a castidade consagrada a Deus e o celibato eclesiástico. Por isso nos pede agora a consciência do nosso cargo apostólico que declaremos e defendamos a doutrina da excelência da virgindade, para acautelarmos de tais erros a verdade católica.
segue...
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