Irmão Vito Vermeulen, CSsRFalecido em Nijmegen, Holanda - 19-04-1988
(81 anos)
Entre nós o Irmão Vito era conhecido e respeitado por todos, por causa da sua vida religiosa edificante e do seu trabalho incessante pelo bem dos confrades, apesar da sua deficiência física no quadril e na perna, provocada por um acidente quando era menino.
Em 1947 foi transferido para Suriname; passou sete anos no interior daquele País, colocando os seus conhecimentos e experiência na agricultura a serviço do sustento da Missão.
Devido à sua grande modéstia, falava bem pouco sobre todas aquelas atividades no Suriname.
Em 1954 chegou ao Nordeste Brasileiro e recebeu a incumbência de explorar a nossa fazenda em Campina Grande-PB, chamada “Sítio Britto”. A idéia fundamental era cultivar aquelas terras para o sustento do seminário quanto aos gêneros alimentícios básicos. Para isso, montou também uma vacaria (havia muito pasto) e uma pocilga. Aos poucos e com muito sacrifício, apesar da falta de recursos financeiros, a “fazenda” evoluiu.
Foram anos bastante duros e inclementes, com diversas secas e outros contratempos. Precisava-se de muita energia e de uma fé persistente para cultivar os terrenos pedregosos e continuar a criação do gado ameaçada pelas secas que acabavam com os pastos. Mas, ao seu lado tinha o Irmão Damião, também um homem cheio de vida e de espírito arrojado.
O Irmão Vito não era homem para fazer grandes negócios com os poderosos fazendeiros que, apesar de tantos fatores negativos, são capazes de enriquecer em pouco tempo. A razão é que o Irmão Vito considerava a dimensão social, a qual era muito importante para ele. Por isso, pagava aos empregados até mais do que era justo; a sua maior preocupação era ajudar os pequenos, arranjando para eles pedaços de terra para cultivar.
Os mais pobres podiam sempre contar com os dois Irmãos: Vito e Damião.
É difícil imaginar quão grande deve ter sido o sacrifício, causado pela sua deficiência física, para suportar todos os trabalhos no campo.
Foram feitas várias tentativas para curar esse defeito incômodo; foram feitas várias operações, mas não houve jeito.
Ele tinha de conviver com esse problema, e seu espírito tenaz venceu todos os obstáculos.
Irmão Vito deu-nos um exemplo maravilhoso de doação a Deus e aos seus irmãos. Uma parte da noite era rigorosamente reservada aos exercícios religiosos e à sua vida intensa de oração. Ele lia muito e sua cultura universal era conhecida.
As mudanças na Igreja, na Congregação e no mundo não tiravam a sua tranqüilidade, graças ao seu espírito aberto.
Continuava os seus trabalhos e sua união com Deus do jeito que aprendera nos moldes do passado. Por causa do seu espírito elevado e da sua convivência fraterna, não houve um momento sequer em que censurasse os outros ou tomasse atitude reacionária de condenação, de conceitos novos, mais adaptados ao nosso tempo. Isso, certamente, por causa do seu bom senso.
No mês de agosto de 1976 o Irmão Vito voltou para a Holanda, cansado da luta, mas não se entregou ao “dolce far niente”. No nosso convento do Nebo retomou as atividades de jardineiro, no belíssimo jardim da casa até quando a doença invadiu a sua vida. Edificou a toda nossa comunidade com a sua atitude calma e tranqüila durante a doença dolorosa e diante da morte. Faleceu no dia 19 de abril de 1978 e no dia 23 foi sepultado no cemitério do nosso convento, no meio do seu delicioso jardim.
No fim da vida escreveu uma carta ao Irmão Urbano: “Espero que você possa presenciar, um dia, o progresso dos camponeses pobres do Brasil, ajudados pelos métodos e técnicas de plantação e de cultivo que você procura ensinar-lhes. Que eles, felizes e satisfeitos, possam cultivar os produtos necessários para o seu sustento num pedaço da terra que seja inteiramente deles”.
E mais adiante: “A área para as minhas atividades corporais está ficando cada vez mais limitada, mas o meu espírito goza de liberdade como um passarinho no céu! Com uma velocidade que, comparada à luz, não anda mais depressa do que um caramujo, meu espírito corre pelo Universo e abrange num só momento o céu e terra, que ficam tão próximos, jamais tão unidos e entrelaçados para mim como agora, quando, no meu leito, tenho tempo para refletir sobre isso”.
E no fim: “Que felicidade saber que tudo passa! Ele, que nos criou, sempre está disposto a ajudar-nos, para que possamos superar as nossas fraquezas e todos os problemas da vida. Ele nos conduz ao nosso destino final, à nossa eterna felicidade junto d’Ele”!
“Vejam como um lavrador espera, com paciência, que a sua terra dê colheitas preciosas...Não desanimem, porque a vinda do Senhor está perto”. (Tg 5,7)
(Do arquivo da Vice-Província Redentorista de Recife)
(81 anos)
Entre nós o Irmão Vito era conhecido e respeitado por todos, por causa da sua vida religiosa edificante e do seu trabalho incessante pelo bem dos confrades, apesar da sua deficiência física no quadril e na perna, provocada por um acidente quando era menino.
Em 1947 foi transferido para Suriname; passou sete anos no interior daquele País, colocando os seus conhecimentos e experiência na agricultura a serviço do sustento da Missão.
Devido à sua grande modéstia, falava bem pouco sobre todas aquelas atividades no Suriname.
Em 1954 chegou ao Nordeste Brasileiro e recebeu a incumbência de explorar a nossa fazenda em Campina Grande-PB, chamada “Sítio Britto”. A idéia fundamental era cultivar aquelas terras para o sustento do seminário quanto aos gêneros alimentícios básicos. Para isso, montou também uma vacaria (havia muito pasto) e uma pocilga. Aos poucos e com muito sacrifício, apesar da falta de recursos financeiros, a “fazenda” evoluiu.
Foram anos bastante duros e inclementes, com diversas secas e outros contratempos. Precisava-se de muita energia e de uma fé persistente para cultivar os terrenos pedregosos e continuar a criação do gado ameaçada pelas secas que acabavam com os pastos. Mas, ao seu lado tinha o Irmão Damião, também um homem cheio de vida e de espírito arrojado.
O Irmão Vito não era homem para fazer grandes negócios com os poderosos fazendeiros que, apesar de tantos fatores negativos, são capazes de enriquecer em pouco tempo. A razão é que o Irmão Vito considerava a dimensão social, a qual era muito importante para ele. Por isso, pagava aos empregados até mais do que era justo; a sua maior preocupação era ajudar os pequenos, arranjando para eles pedaços de terra para cultivar.
Os mais pobres podiam sempre contar com os dois Irmãos: Vito e Damião.
É difícil imaginar quão grande deve ter sido o sacrifício, causado pela sua deficiência física, para suportar todos os trabalhos no campo.
Foram feitas várias tentativas para curar esse defeito incômodo; foram feitas várias operações, mas não houve jeito.
Ele tinha de conviver com esse problema, e seu espírito tenaz venceu todos os obstáculos.
Irmão Vito deu-nos um exemplo maravilhoso de doação a Deus e aos seus irmãos. Uma parte da noite era rigorosamente reservada aos exercícios religiosos e à sua vida intensa de oração. Ele lia muito e sua cultura universal era conhecida.
As mudanças na Igreja, na Congregação e no mundo não tiravam a sua tranqüilidade, graças ao seu espírito aberto.
Continuava os seus trabalhos e sua união com Deus do jeito que aprendera nos moldes do passado. Por causa do seu espírito elevado e da sua convivência fraterna, não houve um momento sequer em que censurasse os outros ou tomasse atitude reacionária de condenação, de conceitos novos, mais adaptados ao nosso tempo. Isso, certamente, por causa do seu bom senso.
No mês de agosto de 1976 o Irmão Vito voltou para a Holanda, cansado da luta, mas não se entregou ao “dolce far niente”. No nosso convento do Nebo retomou as atividades de jardineiro, no belíssimo jardim da casa até quando a doença invadiu a sua vida. Edificou a toda nossa comunidade com a sua atitude calma e tranqüila durante a doença dolorosa e diante da morte. Faleceu no dia 19 de abril de 1978 e no dia 23 foi sepultado no cemitério do nosso convento, no meio do seu delicioso jardim.
No fim da vida escreveu uma carta ao Irmão Urbano: “Espero que você possa presenciar, um dia, o progresso dos camponeses pobres do Brasil, ajudados pelos métodos e técnicas de plantação e de cultivo que você procura ensinar-lhes. Que eles, felizes e satisfeitos, possam cultivar os produtos necessários para o seu sustento num pedaço da terra que seja inteiramente deles”.
E mais adiante: “A área para as minhas atividades corporais está ficando cada vez mais limitada, mas o meu espírito goza de liberdade como um passarinho no céu! Com uma velocidade que, comparada à luz, não anda mais depressa do que um caramujo, meu espírito corre pelo Universo e abrange num só momento o céu e terra, que ficam tão próximos, jamais tão unidos e entrelaçados para mim como agora, quando, no meu leito, tenho tempo para refletir sobre isso”.
E no fim: “Que felicidade saber que tudo passa! Ele, que nos criou, sempre está disposto a ajudar-nos, para que possamos superar as nossas fraquezas e todos os problemas da vida. Ele nos conduz ao nosso destino final, à nossa eterna felicidade junto d’Ele”!
“Vejam como um lavrador espera, com paciência, que a sua terra dê colheitas preciosas...Não desanimem, porque a vinda do Senhor está perto”. (Tg 5,7)
(Do arquivo da Vice-Província Redentorista de Recife)
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