IR. CARLOS (JOSÉ JUNGWRTH )17 de ABRIL 1937+
Este foi, em toda a extensão da palavra, “o bom Irmão Redentorista”.
De família pobre, nasceu em Salzburg (Áustria) a 6 de julho de1867. Órfão de pai já aos dois anos de idade, Irmão Carlos pensou, desde criança, em ser padre. Não pôde, porém, estudar, por falta de capacidade e pela pobreza da mãe que ele precisava ajudar. Aos 16 anos começou a aprender o ofício de alfaiate, até que, em 1884 resolveu ingressar na C.Ss.R. apesar da oposição dos parentes e amigos. Precisou pedir o dinheiro necessário para viajar até Gars, onde fez o seu noviciado, professando em 1893. Veio para o Brasil em 1895, e viveu em Aparecida até a sua morte.
Embora de família pobre, e sem estudos, ele foi sempre o austríaco alegre, de fino trato e de muito gosto artístico. Essas qualidades apareceram bem nos diversos ofícios que desempenhou.De extraordinária atividade, parecia ter o voto de não perder tempo. Como alfaiate, só Deus sabe quantas batinas e cimarras ele fez, quanta roupa reformou e remendou, com aquela sua inesgotável paciência. Além disso consertava toda a roupa da igreja, bordava paramentos e estandartes com perfeição, e ainda cuidava da capela que ele trazia sempre uma ordem e limpeza impecáveis. Enfermeiro dedicado e entendido, estava sempre ao lado dos doentes, não deixando faltar nada, confortando a todos com seu espírito de fé e conformidade. Naqueles anos, em que todos os bispos e padres que vinham a Aparecida se hospedavam no Convento, Irmão Carlos era o hospedeiro incansável na arrumação dos quartos, onde nada faltava, a começar pela limpeza. Alegre com todos, previa e providenciava tudo, para que os hospedes se sentissem, não apenas em casa, mas numa casa religiosa. E apesar de todos esses ofícios, ele ainda achava tempo para atender a portaria, onde era conhecida a sua paciência, sua atenção e delicadeza. Não foi sem motivo que, um dia, gracejando, D.Sebastião Leme o nomeou “monsenhor” enquanto D.Duarte Leopoldo o chamava de “cônego”.
Uma duas suas últimas alegrias foi acompanhar a Imagem de Nossa Senhora em sua ida ao Rio. Pela primeira vez a Imagem saía do seu nicho, e o Irmão Carlos foi o seu guarda, durante todo o tempo em que esteve fora, não se afastando da Imagem, mesmo durante a noite, sempre atento a tudo e a todos. Foi em 1936, já perto dos 70 anos, que o nosso Irmão começou a adoecer para morrer. Embora sempre falando de voltar aos seus trabalhos, não conseguiu recobrar a saúde. Internado por algum tempo na Santa Casa, pediu que o levassem de volta para o convento. Seus últimos meses ele os viveu plenamente conformado, e rezando sempre. Faleceu a 17 de abril de 1937, às três horas da tarde.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar. Sua participação é muito importante para nós. Deixe seu e-mail para podermos lhe contatar.