
Religião não se discute?
Já foi o tempo da Apologética em que procurávamos argumentos para combater os ateus e incrédulos ou os que agrediam a Igreja e a religião. Agora chegamos a um ponto de visão em que é melhor não discutir religião porque a discussão não leva a lugar algum. Voltamos ao princípio base. “Todo o ponto de vista é a vista de um ponto” ou como dizia um provérbio espanhol: “Como se mira, asi se ve”.
Também já foi o tempo de acreditarmos em argumentos racionais, lógicos, que convencem. É mais fácil crer na força dos argumentos afetivos: se eu gosto, aceito. Cada um vê a vida a partir de onde se posiciona, dos problemas que vive, da sua capacidade de análise, de sua cultura e informação. Como fazer uma pessoa ver a partir de minha ótica? Podemos até fazer aproximações, mas o verde que você vê, certamente não é o mesmo verde que eu vejo.
Outro problema é o lastro cultural. A pessoa que lê, estuda e se aprofunda no estudo da religião, não vai emitir opinião à revelia. Ela sabe que há muito mais para se aprender. Como discutir religião com quem não tem uma base filosófica, teológica e cultural? Em matéria de religião o que existe é muita desinformação, as pessoas não sabem nem o básico, quanto mais o que é discutido, o que é opinião teológica, o que é pesquisa bíblica.
Aprendemos no catecismo o rudimentar na fé e às vezes muito mal explicado e nem há tempo para uma informação maior, porque depois de fazerem a primeira comunhão ou crisma, as crianças e jovens não se interessam mais em aprender e ninguém consegue passar nada de religião a eles.
E como discutir com quem não teve nem essa formação inicial?
Discussão se faz com fundamento, argumentos e com quem quer aprender e chegar ao conhecimento da verdade. Não se discute religião para justificar vida errada ou filosofias de vida. Há muita gente mal informada, com uma teologia antiga e superada pelo estudo bíblico-teológico. Há outros que vivem criticando tudo e a todos, pois é fácil destruir. Deus não é tão simples que se possa colocá-lo no mesmo nível de superficialidade com que lidamos com a política, economia e outras ciências.
Por tudo isso é que religião não se discute. Quem quiser se esclarece, estuda, pesquisa, procura quem o ajude. Mas para isso é preciso estar desarmado e pronto para aceitar a verdade. Resta perguntar se as pessoas realmente estão abertas para saber sobre religião quando nos abordam nesse campo. Vale mais a experiência religiosa do que a sabedoria das coisas de Deus. E não há caminho melhor do que o caminho do sofrimento para chegar até Deus e purificar a fé.
Quem lê, quem escuta, faça seu discernimento e sua escolha sem cair no ridículo de achar que seu modo de pensar é o único certo.
Respeito faz bem a todos.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE-VOLUME 9
EDITORA SANTUÁRIO
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
http://www.redemptor.com.br
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