Padre Walmir responde em 18/03/2010

PADRE WALMIR GARCIA DOS SANTOS CSsR

Noely Borges: Nossa Senhora tem várias denominações, mas dizem que são a mesma mãe de Jesus? É isso mesmo? Por que Jesus também não poderia ter outras denominações?
Essa afirmação é corretíssima, todas as denominações dadas à Nossa Senhora se refere à mesma Mãe de Deus. Ela foi sendo homenageada por todos os cantos da terra, com nomes que expressam o carinho do povo para com aquele que mereceu o maior dos títulos dados a uma pessoa humana a de ser a Mãe de Deus. Jesus tem vários títulos que se referem à sua missão: Messias, Filho do Homem, Cristo, Mestre, Senhor, Salvador e muitos outros.

Hilda Gonçalves: Por que a Igreja Brasileira não é igual à Igreja Católica Apostólica Romana? Gostaria de saber que essas duas Igrejas não se unificam?
A Igreja Católica Brasileira é uma dissidência da Igreja Católica. Um Bispo (D. Carlos Daurte) revoltado com a autoridade do Papa, fundou essa Igreja em 1945, desvinculando da autoridade papal e saindo da comunhão apostólica por desobediência formal. A Igreja Brasileira foi excomungada pela Igreja Católica por essa desobediência formal em não querer continuar em comunhão com a mesma.

Marta Lúcia: Dias atrás o senhor respondeu uma pergunta sobre confissão, uma pessoa que comunga sem se confessar, mas eu acho o seguinte: o padre não perdoa em nome de Deus? Não existem pessoas que confessam e pecam toda semana? Então de que adianta confessar?
Somos pecadores e precisamos da misericórdia divina para recebermos o perdão. O padre perdoa em nome de Deus e não em nome próprio. Adianta e muito procurarmos o perdão sacramental, apesar de cairmos novamente em erros e pecados, pois ainda não somo santos. O sacramento é para nos ajudar no processo de conversão que deve ser constante, diário e sempre.

Leonora Lopes: Gostaria de entender a passagem de Gênesis em que Deus amaldiçoa a serpente dizendo: “sobre o seu ventre andará”.
O livro do Gênesis tenta explicar, por meio de uma linguagem figurada a origem de tudo, inclusive do mal. A ”maldição” à serpente se refere à sua desobediência e afronta a Deus. A serpente aqui no livro do Gênesis é símbolo do demônio. Deus começa a punir a serpente, a primeira responsável pelo pecado. A maldição da serpente é uma etiologia (estudos das causas) que procura explicar o porque do comportamento atual hostil e traiçoeiro da serpente em relação ao homem. Ela é assim porque foi amaldiçoada por Deus por haver seduzidos os primeiros homens.

Eliane Bento: Gostaria de uma explicação mais profunda sobre esta passagem em Mateus, cap. 20, vers. 1 a 16.
Parábola dos trabalhadores da vinha que são contratados em horário diferente, mas que recebem a mesma paga. A parábola não trata de recompensa individual depois da morte, mas do acesso ao reino de Deus. Este também é um dado aos pecadores que se convertem sinceramente mesmo na última hora de sua vida, como o ladrão que fora crucificado ao lado de Jesus e recebeu o perdão na hora da morte e foi acolhido ao céu, da mesma maneira que uma pessoa que viveu na prática do bem a vida inteira.

Valdemar Moraes: Explique, por favor, esta passagem de Lucas, 12, 33: “Vendei o que tendes e daí esmolas, e fareis tesouros nos céus, onde não chega ladrão e a traça não rói”.
Jesus está se referindo à disponibilidade e simplicidade de vida. O orgulhoso, o prepotente não tem lugar no seguimento de Jesus. Para sermos de fato cristãos é preciso viver na solidariedade e na partilha e nunca no acúmulo egoísta dos bens e dos dons.

Bernadete Prata: Qual é a função essencial do lar e da família?
A família é o lugar da presença de Deus, é o lugar da paz e da harmonia, da busca da vivência solidária e amorosa. No lar recebemos a educação para sermos plenamente humanos. O que aprendemos no lar vivemos no mundo, daí a importância de recebermos e darmos uma educação sólida, nos valores divinos. É tão importante a convivência do lar, que vemos as conseqüências de desordem no mundo atual, por falta de uma lar, de uma educação que coloca limites no uso inadequado da liberdade.

Não identificada: No dízimo temos que pagar 10% do salário ou a quantia que quiser?

Eu entendo dízimo, não como uma lei obrigatória, mas como uma devolução a Deus pelos benefícios e graças que Ele nos concede. Não precisamos ser tão fundamentalistas em dizer que precisa ser 10%, mas devemos contribuir com o que manda o nosso coração, dentro da possibilidade de cada um.

Aparecida: Sou casada só no civil, mas meu marido já era casado na Igreja. Posso tomar comunhão?
Você deve procurar o padre de sua Paróquia e conversar com ele, segundo a lei não pode comungar, mas cada caso é um caso e deve ser refletido com o sacerdote no confessionário, portanto, procure orientação pessoal.

Não identificada: na música “Tão sublime sacramento” tem um trecho que fala: Venha a fé por suplemento os sentidos completar. Gostaria de uma explicação.
Não basta a fé para nos salvar, é preciso adesão a Cristo. A fé sozinha não salva, ela precisa do complemento das obras que os sentidos nos levam a realizar.

Estelita Mendes: Outro dia li uma mensagem que dizia o seguinte: Caridade sem salvacionismo; humildade sem baixa estima; determinação sem atrevimento; obediência sem submissão; bondade sem anulação da personalidade; compaixão sem sentimentalismo; segurança sem impulsividade; perseverança sem obstinação. Gostaria que falasse sobre cada um desses itens, por favor, para que eu os compreenda melhor.
A caridade é o maior dos dons, é sinônimo de amor, quem é caridoso se preocupa com o bem do outro e não só com aspectos de sua vida, mas com a salvação de todo ser humano; humilde não é ser alguém que se deixa levar pela opinião dos outros e muito menos alguém que não se preza, mas é tentar viver a igualdade, a solidariedade, na simplicidade de vida, não ser prepotente; determinado é ser alguém que tem objetivos bons, que luta pelo bem sem ser atrevido, não passando em cima dos outros e muito menos menosprezando os outros; a pessoa deve ser obediente à ordem estabelecida, porém não deve ser “cordeirinho” dos outros, ninguém é superior a ninguém, todos devemos ser irmãos; compaixão não é ter dó, mas sofrer com o outro e ajudá-lo a sair do sofrimento, isso é diferente de ser sentimentalista, que fica com dó do outro mas não move nenhuma palha para ajudar; a nossa segurança deve estar em Deus e nunca em nossas próprias forças; uma característica do homem é a de ser perseverante no caminho do bem e nunca ser obstinado numa busca desenfreada de viver a liberdade de forma errada.
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