PADRE RUBEM LEME GALVÃO CSsRMISSIONÁRIO FANTASMA
Sabemos das situações difíceis que enfrentam os missionários quanto à hospedagem, nos mais diversos recantos por onde passam.
Hoje na cidade, amanhã numa fazenda, num sítio. Hoje com todo o conforto e recursos da vida moderna, amanhã no aperto de um quartinho à luz de um lampião de gás ou até de uma lamparina de querosene.
Pois acredite se quiser.
Certa feita, o missionário estava em dificuldade para encontrar um lugar adequado para reunir o povo. Procura daqui. Procura dali, afinal, acabou encontrando um: A capela do cemitério! Era uma capela grande, bonita, bem situada e de fácil acesso para toda a comunidade. O povo refugou um pouco, mas acabou concordando. Se o missionário achava que podia!
Como havia na tal capela um quarto muito bom, até com banheiro, o padre resolveu hospedar-se ali mesmo.
Medo de quê?
Como só os vivos podem fazer-nos algum mal, ele não podia desejar vizinhos mais seguros e tranquilos. Foi tudo muito bem até que, numa noite, foi acordado por ruídos estranhos. Alguém estava mexendo em algum túmulo!
Longe de se apavorar, o padre aprontou essa: sem acender a luz do quarto, com o auxílio de um farolete, ligou os alto-falantes externos da capela, tomou do microfone e falou com voz mais baixa e grossa que conseguiu arrumar:
-"Me deixe em paz!"
Ouviu imediatamente o barulho de enxadas e pás jogadas fora, gente correndo, e logo, o ronco de um carro em disparada.
O missionário, tranquilo, pode continuar seu sono.
Vocês acham que os "assombrados" tiveram coragem de voltar alguma vez para assaltar o cemitério?
REVISTA DE APARECIDA
Fevereiro - 2010
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