Pe. João A. Mac Dowell S.J.
A certeza de que Deus perdoa sempre os nossos pecados, não seria um motivo para voltar a pecar?
Pode ser que a facilidade de obter a absolvição dos seus pecados na confissão enfraqueça em algumas pessoas a decisão de resistir às tentações. Basta confessar-me e tenho a garantia de ser perdoado. Então posso pecar de novo. Mas quem pensa assim não compreendeu o que é pedir e receber o perdão de Deus. A confissão e a absolvição não são um rito mágico para livrar-me automáticamente do peso de minhas culpas.
Para entender o que é pecado e perdão, é preciso superar essa idéia infantil de nossa relação com Deus. Para quem tem fé ele é uma pessoa presente na nossa vida, que nos oferece a sua amizade. Pelo batismo, cada um de nós, ou nossos padrinhos em nosso lugar, aceitou este oferecimento com a promessa de ser fiel a essa amizade. Mas ao longo da vida podemos manter ou quebrar as promessas do batismo. Podemos agradar a Deus, fazendo o que ele nos pede. Mas podemos viver como se Deus não existisse, sem ligar para ele, sem reconhecer que nossa vida e tudo o que temos de bom são presentes dele.
Pecar não é simplesmente cometer um erro, uma desonestidade, falhar no propósito de ser íntegro, fazendo uma coisa indigna que vai contra a própria consciência. O pecado não atinge só a própria pessoa. Quem peca está antes de tudo rejeitando a amizade de Deus: prefere seguir os próprios gostos e interesses, sem se importar de desagradar a quem o ama.
Mas, se nós deixamos muitas vezes de ser fiéis a Deus, ele mantém-se sempre fiel ao seu amor por nós. Ele sabe que longe dele não encontramos senão tristeza e angústia. Por isso continua a oferecer-nos a sua amizade e o seu perdão. Converter-se significa voltar-se de novo para Deus, acreditando no seu amor sem limites, aceitando o seu perdão. Significa arrepender-se de ter ferido o coração de Deus, sendo ingrato e infiel ao seu amor. Por isso a Igreja ensina que a confissão não é válida sem o arrependimento sincero e o propósito firme de não mais pecar.
A conversão implica, portanto, uma verdadeira mudança na pessoa. E sem conversão Deus não pode perdoar-nos. Não porque ele não quer ser nosso amigo, mas porque não nos interessa a reconciliação. Se não pretendemos evitar o que ofende gravemente o nosso amigo, é porque não queremos a sua amizade. Quem se converte para Deus e pede sinceramente perdão, não vai pretender continuar a pecar, confiando que Deus não lhe recusará jamais o seu perdão. Ao contrário, a certeza de que Deus é assim tão bom, tão amigo, tão fiel, é um motivo a mais, para evitar ofendê-lo, para procurar agradá-lo em tudo.
Do Livro:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - VOLUMES 1 E 2
EDITORA SANTUÁRIO
João A. Mac Dowell S.J.
http://www.redemptor.com.br
A certeza de que Deus perdoa sempre os nossos pecados, não seria um motivo para voltar a pecar?
Pode ser que a facilidade de obter a absolvição dos seus pecados na confissão enfraqueça em algumas pessoas a decisão de resistir às tentações. Basta confessar-me e tenho a garantia de ser perdoado. Então posso pecar de novo. Mas quem pensa assim não compreendeu o que é pedir e receber o perdão de Deus. A confissão e a absolvição não são um rito mágico para livrar-me automáticamente do peso de minhas culpas.
Para entender o que é pecado e perdão, é preciso superar essa idéia infantil de nossa relação com Deus. Para quem tem fé ele é uma pessoa presente na nossa vida, que nos oferece a sua amizade. Pelo batismo, cada um de nós, ou nossos padrinhos em nosso lugar, aceitou este oferecimento com a promessa de ser fiel a essa amizade. Mas ao longo da vida podemos manter ou quebrar as promessas do batismo. Podemos agradar a Deus, fazendo o que ele nos pede. Mas podemos viver como se Deus não existisse, sem ligar para ele, sem reconhecer que nossa vida e tudo o que temos de bom são presentes dele.
Pecar não é simplesmente cometer um erro, uma desonestidade, falhar no propósito de ser íntegro, fazendo uma coisa indigna que vai contra a própria consciência. O pecado não atinge só a própria pessoa. Quem peca está antes de tudo rejeitando a amizade de Deus: prefere seguir os próprios gostos e interesses, sem se importar de desagradar a quem o ama.
Mas, se nós deixamos muitas vezes de ser fiéis a Deus, ele mantém-se sempre fiel ao seu amor por nós. Ele sabe que longe dele não encontramos senão tristeza e angústia. Por isso continua a oferecer-nos a sua amizade e o seu perdão. Converter-se significa voltar-se de novo para Deus, acreditando no seu amor sem limites, aceitando o seu perdão. Significa arrepender-se de ter ferido o coração de Deus, sendo ingrato e infiel ao seu amor. Por isso a Igreja ensina que a confissão não é válida sem o arrependimento sincero e o propósito firme de não mais pecar.
A conversão implica, portanto, uma verdadeira mudança na pessoa. E sem conversão Deus não pode perdoar-nos. Não porque ele não quer ser nosso amigo, mas porque não nos interessa a reconciliação. Se não pretendemos evitar o que ofende gravemente o nosso amigo, é porque não queremos a sua amizade. Quem se converte para Deus e pede sinceramente perdão, não vai pretender continuar a pecar, confiando que Deus não lhe recusará jamais o seu perdão. Ao contrário, a certeza de que Deus é assim tão bom, tão amigo, tão fiel, é um motivo a mais, para evitar ofendê-lo, para procurar agradá-lo em tudo.
Do Livro:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - VOLUMES 1 E 2
EDITORA SANTUÁRIO
João A. Mac Dowell S.J.
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