Pe. João A. Mac Dowell S.J.
Eu sei que cometo muitas faltas, mas não sinto que quero ofender a Deus. Como se explica isso?
Nosso relacionamento com Deus é como com uma pessoa conhecida. Pode ter altos e baixos. Meus pecados são minhas falhas neste relacionamento. Mas existe uma grande diferença entre a minha atitude e a de Deus. Ele é sempre fiel. Nunca falha na sua amizade. Cobre-me de atenções. Devo-lhe mil favores. Salvou minha própria vida. Eu posso procurar corresponder a tanta bondade. Sei que sou limitado. Não consigo retribuir-lhe nem de longe na mesma medida. Mas tento colaborar com ele e com seus projetos; fazer o que ele me pede; pôr tudo o que tenho à sua disposição.
Mas, apesar da minha boa vontade, do respeito e da gratidão que tenho para com ele, às vezes sou egoísta. Meu gosto e meu interesse particular prevalecem sobre a nossa amizade. Finjo que não ouço o seu pedido. Deixo de fazer o que ele quer ou tomo uma atitude que o desgosta. Não quero ofendê-lo, mas acabo magoando-o, porque prefiro fazer a minha vontade. São coisas pequenas, que não rompem a nossa amizade, mas a enfraquecem, se se repetem voluntariamente. Se não cedo naqueles pontos, embora saiba que ele tem razão, vou criando de minha parte uma certa distância no relacionamento. Estas falhas chamam-se pecados veniais. São incoerências em relação à minha decisão fundamental de ser fiel a Deus.
Mas pode ser que num certo momento me encontre diante de uma situação mais séria. É como se um amigo estivesse num grave perigo, e pedisse a minha ajuda. Recusar fazer tudo o que posso significa ofendê-lo gravemente, trair a nossa amizade. Não quereria dar este passo. Mas ir em sua ajuda exige sacrifícios. Devo arriscar-me, renunciar a coisas que me atraem. Acabo fraquejando, por medo ou por apego à minha segurança e prazer. Meu amor não é bastante forte, para vencer esta prova. Neste caso também, apesar da gravidade do assunto, não se rompeu completamente a relação com Deus. É uma fraqueza culpável, mas não uma rejeição plenamente voluntária de Deus. Não sou suficientemente livre para fazer o que ele me pede. Continuo desejando orientar minha vida para ele, embora não consiga talvez libertar-me logo daquela situação. Neste caso, não há propriamente um pecado mortal. Se procuro sinceramente superar o problema, a gravidade da coisa em si mesma, fica atenuada pela falta de plena responsabilidade.
O pecado mortal é, ao contrário, o rompimento consciente e voluntário da relação com Deus. Faço o que quero, sem me importar se isso agrada ou não a Deus. Deliberadamente viro as costas a ele. É o cúmulo da nossa arrogância e maldade. Não acontece facilmente para quem tem boa vontade. Mas, se vamos descuidando de cultivar a nossa amizade com Deus, caimos na indiferença e então tudo é possível.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE-VOLUMES 1 E 2
EDITORA SANTUÁRIO
João A. Mac Dowell S.J.
http://www.redemptor.com.br
Eu sei que cometo muitas faltas, mas não sinto que quero ofender a Deus. Como se explica isso?
Nosso relacionamento com Deus é como com uma pessoa conhecida. Pode ter altos e baixos. Meus pecados são minhas falhas neste relacionamento. Mas existe uma grande diferença entre a minha atitude e a de Deus. Ele é sempre fiel. Nunca falha na sua amizade. Cobre-me de atenções. Devo-lhe mil favores. Salvou minha própria vida. Eu posso procurar corresponder a tanta bondade. Sei que sou limitado. Não consigo retribuir-lhe nem de longe na mesma medida. Mas tento colaborar com ele e com seus projetos; fazer o que ele me pede; pôr tudo o que tenho à sua disposição.
Mas, apesar da minha boa vontade, do respeito e da gratidão que tenho para com ele, às vezes sou egoísta. Meu gosto e meu interesse particular prevalecem sobre a nossa amizade. Finjo que não ouço o seu pedido. Deixo de fazer o que ele quer ou tomo uma atitude que o desgosta. Não quero ofendê-lo, mas acabo magoando-o, porque prefiro fazer a minha vontade. São coisas pequenas, que não rompem a nossa amizade, mas a enfraquecem, se se repetem voluntariamente. Se não cedo naqueles pontos, embora saiba que ele tem razão, vou criando de minha parte uma certa distância no relacionamento. Estas falhas chamam-se pecados veniais. São incoerências em relação à minha decisão fundamental de ser fiel a Deus.
Mas pode ser que num certo momento me encontre diante de uma situação mais séria. É como se um amigo estivesse num grave perigo, e pedisse a minha ajuda. Recusar fazer tudo o que posso significa ofendê-lo gravemente, trair a nossa amizade. Não quereria dar este passo. Mas ir em sua ajuda exige sacrifícios. Devo arriscar-me, renunciar a coisas que me atraem. Acabo fraquejando, por medo ou por apego à minha segurança e prazer. Meu amor não é bastante forte, para vencer esta prova. Neste caso também, apesar da gravidade do assunto, não se rompeu completamente a relação com Deus. É uma fraqueza culpável, mas não uma rejeição plenamente voluntária de Deus. Não sou suficientemente livre para fazer o que ele me pede. Continuo desejando orientar minha vida para ele, embora não consiga talvez libertar-me logo daquela situação. Neste caso, não há propriamente um pecado mortal. Se procuro sinceramente superar o problema, a gravidade da coisa em si mesma, fica atenuada pela falta de plena responsabilidade.
O pecado mortal é, ao contrário, o rompimento consciente e voluntário da relação com Deus. Faço o que quero, sem me importar se isso agrada ou não a Deus. Deliberadamente viro as costas a ele. É o cúmulo da nossa arrogância e maldade. Não acontece facilmente para quem tem boa vontade. Mas, se vamos descuidando de cultivar a nossa amizade com Deus, caimos na indiferença e então tudo é possível.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE-VOLUMES 1 E 2
EDITORA SANTUÁRIO
João A. Mac Dowell S.J.
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